Política

Opinião

“Oficialmente” pré-candidata a vice ainda não tem, “oficialmente”, pré-candidato a prefeito

Lendo as postagens dos talentosos e informados amigos da imprensa macaibense sobre a “oficialização” da pré-candidatura de Odiléia à vice-prefeita, desde o último domingo, este repórter Gato Preto lembrou-se do icônico A Lagoa Azul, lançado em 1980, já reprisado na Sessão da Tarde 22 vezes; e do episódio de Chaves “Vamos todos para Acapulco”, anunciado com entusiasmo pelo locutor do SBT, desde os tempos da TVS, mais ou menos em 130 oportunidades.

Com todo respeito à história política da ex-prefeita e à estratégia adotada por seu grupo, o que há de novo em “oficializar” sua pré-candidatura à vice-prefeita que mereça espetacularização? Alguém nos 510 quilômetros quadrados de Macaíba ignorava sua posição de postulante ao cargo?

Aliás, há sim alguns trâmites novos e estranhos ao entendimento deste sempre compreensivo repórter!

Primeiro, o fato de se instituir a “oficialização” de uma pré-candidatura. Ora, não! Um pré-candidato, no máximo, se “declara” nesta condição. Pré é pré. Oficializado, só quando for de direito, com todos os registros possíveis e necessários no TRE.

Segundo, um malabarismo inédito por estas terras: a pré-candidata a vice foi “oficializada” e só nos próximos dias haverá a “oficialização” do pré-cabeça de chapa.

E não estamos tratando de convenções partidárias, mas meramente desse tal Frankenstein contemporâneo… a “oficialização” do que está longe de constar em qualquer papel de Ata.

O que parece acontecer é a necessidade de requentar fatos, como as reprises de A Lagoa Azul, simplesmente pelo fato de não haver fatos. Usando um linguajar antigo do jornalismo, o calhau virou pauta.

Numa campanha política não existem amistosos, preliminares, pré-jogos.

Como ocorre muitas vezes em outros contextos sociais, modismos, neologismos e ressignificâncias, são a “oficialização” da munganga.

Opinião

A opinião que José Luís Pediu ao Gato Preto

Professor José Luís, de matemática e política

Aí o Professor José Luís, matemático, observador político e macaibense já posicionado nas fileiras do oposição, inclusive com direito a empunhar o microfone, cobra do Gato Preto uma opinião contundente sobre os dois atos de filiação partidária ocorridos nas últimas semanas. Uma que filiou e indicou os pré-candidatos situacionistas à Câmara Municipal e a pré-candidata a vice; outro, mais recente, que filiou Netinho e seus pré-candidatos a vereador ao Republicanos, presidido no estado por Álvaro Dias, prefeito de Natal, que nem apareceu na festa, mas mandou o filho, deputado Adjuto Dias, que tenta emplacar como candidato a prefeito de Caicó.

Como se isso fosse relevante para a maioria, opino: em todos os meus anos de observação política, nunca tinha visto tanto movimento para simples e cartoriais atos de filiação partidária. Como diria um veterano amigo do Gato Preto: “muita farofa para pouca carne”.

Discursos previsíveis, figuras políticas jurássicas (sem etarismo!)… nenhuma surpresa, nenhum fato novo que tenha merecido, até então, destaque na imprensa regional, mais do mesmo. Os movimentos serviram tão somente para estimular claques, tirar da toca quem ainda estava escondido e, principalmente, gerar as primeiras imagens de apoio que as produtoras audiovisuais usarão durante a campanha.

Mas é claro! O Jogo ainda não começou, estamos somente na fase de escalação. A bola vai rolar para valer a partir do dia 20 de julho, quando os partidos e federações precisam começar a realizar suas Convenções. A partir daí o show tem que ser de verdade, sem firula. Quem quiser ganhar, terá que mostrar força, estrutura, discursos fortes que não recorram a coitadismos (coitadinhos não existem na política macaibense) nem a outros clichês já derrotados, como o tal mote “forasteiro”. As identidades visuais estarão nas ruas, locutores afinados, jingles na ponta da língua do povão e a população incentivada a votar.

O prazo para as convenções vai até 5 de agosto.

Esperemos um bom debate. É o melhor para a democracia!

Macaíba

A vice agora é ex

Antecipando-se ao limite dos prazos eleitorais, o Diário Oficial do Município começou a cantar. O prefeito Emídio Jr exonerou sua secretária de Assistência Social, Raquel Barbosa, já apresentada como pré-candidata a vice-prefeita da chapa governista. No seu lugar fica Eriberto Freire. O Ato foi publicada na terça, 02 de abril.

A agora ex-secretária e pretensa vice deverá usar o tempo livre para fazer um curso intensivo de política-eleitoral. Visitar lideranças, transitar pela periferia, praticar o discurso e abraçar o povo. Quer começar a campanha afiadíssima e afinadíssima. Por isso a antecedência da exoneração.

Faz parte do jogo!

Boa sorte ao novo secretário!

Macaíba

Tá faltando vice, visse?!

Está aberta a temporada de caça aos pré-candidatos a vice-prefeitos. Emídio Jr saiu na frente e logo anunciou Raquel Barbosa como sua companheira. Ainda não se sabe se a advogada levará votos às urnas, mas é certo que levou um combo de fazer inveja a qualquer postulante. A marca e o peso positivo do MDB, com o suporte de lideranças estaduais; fundo partidário e a certeza do empenho absoluto da estrutura política do marido, deputado Kléber Rodrigues.

No outro polo, Netinho França ainda procura um vice, alguém que também agregue e que não se torne um estorvo numa eventual gestão. Aliás, vice, para ser bom, tem que ter a qualidade de um jarro. Apesar desse perfil, de figurar quase sempre ignorados, a escolha tem que ser estratégica. Vide o exemplo de Dilma e Temer. Deu no que deu!

Eleitos ou não, recentemente Macaíba teve vices para todos os gostos. Gilberto Nogueira, vitorioso ao lado de Dr. Fernando em 2000, não tinha capital eleitoral à época, não dominava a oratória, mas chegou com o combativo PT. Em 2004 Auri Simplício não trouxe votos; mas o forte PFL de José Agripino, um bom discurso e estratégia. Como Gilberto, acompanhou Fernando sem atrapalhar. Em 2008 Marília Dias foi eleita ao lado de Auri, que somou valores importantes, mas pouco peso eleitoral. Em 2012 as peças do tabuleiro ganharam outros pesos. Marília tentou ser reeleita ao lado de Emídio, que deu estrutura ao palanque, levou a candidata à zona rural, entregou o que prometeu. Nos tempos de popularidade Dr. Fernando nunca investiu em vices, por cautela ou autoconfiança. Voltou ao Auta de Sousa naquele ano de mãos dadas com Olímpio Maciel, de onde só saiu em 2020 com Auri, quando Emídio e Netinho duelavam. Pontuavam bem, mas decidiram compor para liquidar fácil a fatura. Netinho, ingênuo ou apressado, contando com um revezamento amigável na principal Giroflex do palácio, foi à vice, mas a prefeitura era pequena para os dois. Há quem diga que lhe faltou habilidade para se fazer essencial. Chutou o balde cedo demais.

Agora o enredo mudou de novo! A safra de companheiros de chapa tá fraca… Para jogar à vera, Netinho não pode se dar ao luxo de escolher uma planta qualquer. O sarrafo está altíssimo!

Macaíba

O cavalo da oposição passou!

Depois das duas bordoadas projetadas pelas primeiras pesquisas eleitorais anunciadas, a oposição macaibense perdeu o chão, parece natimorta, desapareceu antes de aparecer.

Emídio saiu na frente em várias frentes, não só nas sondagens. Está apresentando uma base política presente nas redes sociais, principalmente.

Se não cair na soberba do “já ganhou”, já ganhou!

Macaíba

Para que servem as pesquisas eleitorais?

Desde bichano, o Gato Preto ouve o mesmo lengalenga sobre pesquisas eleitorais. Quando o candidato preferido está na frente, é pipoco! é já ganhou! mil postagens… quando o candidato de estimação está perdendo na projeção, é fraude! é pesquisa papa-figo (aquela que só engana menino)! é pesquisa comprada…

Nesta quarta-feira, também conhecida como hoje, o Instituto Exatus publicou no Agora RN a segunda pesquisa oficial para a Prefeitura de Macaíba. Os números estão nas redes do periódico. A questão aqui é outra…

Se existe uma coisa complexa e fundamental a se fazer numa campanha política, é analisar pesquisas. Sem esse cuidado e habilidade, nenhum candidato vai a lugar nenhum. Tratamos de levantamentos sérios, sem paixões, ilusões.

Uma pesquisa eleitoral é muito mais do que é divulgado nas redes sociais… primeiro lugar, segundo, terceiro… Para uma estrutura competente de campanha, às vezes, esses são os dados que menos importam, mas necessários para animar as claques e ajudar a convencer indecisos e angariar recursos. As informações mais importantes estão lá embaixo nas tabulações. É lá onde estão os pontos fortes e fracos dos candidatos; é lá onde, por exemplo, pode estar escrito que tal gestor é ótimo em promover festas, mas péssimo na saúde; e, por consequência, é lá onde o segundo colocado, bem assessorado, pode calibrar seu discurso e virar o jogo.

“Se a eleição fosse hoje fulano de tal venceria com folga…” A chamada clichê de todos os textos que noticiam pesquisas… mas acontece que a eleição não é hoje e ainda tem muita bola para rolar!

Este ano o TSE tornou mais rígidos os critérios para realização e divulgação de pesquisas, com punições severas para quem frauda e para quem manda fraudar.

Pesquisar é técnica baseada em ciência e custa caro. Para ser eficaz, não pode ser feita para agradar ninguém.

O Gato Preto conhece há muito tempo os que dirigem o Agora RN e atesta que jamais ocupariam seus valiosos centímetros de coluna com dados manipulados nem arriscariam a reputação do jornal.

Portanto, quem tiver comendo poeira, trate de contratar uma assessoria profissional, deixar de mínimi e jogar para ganhar. O resto é conversa fiada!

Macaíba

Walter Alves dá um gás no MDB macaibense

A festa foi para celebrar principalmente a filiação do prefeito Emídio Jr e sua base aliada ao PP de João Maia. Evento bem prestigiado, animado, bonito, organizado, mas na análise do Gato Preto, que assistiu tudo por cima do muro, quem mais brilhou ao lado dos anfitriões foi o vice-governador Walter Alves.

E a explicação é fácil e racional!

Por décadas o PMDB macaibense (vai a sigla antiga mesmo) viveu sob uma égide caquética.

Com todo respeito à sua memória, em 2004 Aluízio Alves, até lá ovacionado por uma Macaíba aluizista, subiu duas vezes no palanque que reelegeu Dr. Fernando e a única memória que trouxe aos seus discursos foram as cruzadas que fazia a pé de Natal a Macaíba muitos anos antes.

Garibaldi Filho, pai de Walter, sempre conquistou votações históricas na cidade… E retribuiu com mandatos atenciosos às causas do município.

Mas chegou a hora de renovar! E foi essa a impressão que Walter Alves deixou na sua passagem pelo ato de filiação. Ele, presidente estadual do MDB, veio endossar a presidência municipal da também jovem Raquel Barbosa, advogada, pré -candidata a vice-prefeita ao lado de Emídio.

Entusiasmado no discurso, trajando seu verde inseparável, o vice-governador reconheceu que a sigla seguirá renovada, forte na parceria com o mandato de Emídio e comprometida com sua reeleição.

Indiscutivelmente, adesão importante que mereceu cada aplauso. Afinal, Walter conhece como poucos os caminhos de Brasília e tem trânsito livre com muita gente que tem a caneta cheia de tinta por lá.

Macaíba

Emídio Júnior lidera com folga, mas macaibense ainda não decidiu

Emídio Júnior e Netinho França

Pesquisa realizada pelo Instituto TSdois em parceria com O POTI aponta larga liderança do prefeito de Macaíba Emídio Júnior em todos os cenários. De acordo com a sondagem, registrada no TRE/RN sob o número 07723/2024.

Foram ouvidos 595 eleitores, nos dias 12 e 13 de março. A pesquisa tem nível confiança 95% e margem de erro 4 pontos percentuais para mais ou para menos.

Entretanto, os números apresentados na abordagem espontânea despertam a atenção dos que se dedicam a decifrar pesquisas. Quase 66% dos macaibenses ainda não sabem em quem votar ou não responderam ao entrevistador. Em certa medida, este alto índice contamina a perspectiva revelada pela pesquisa e revela um eleitor ainda alheio ao processo. Ainda não dá para apostar.

Vejamos os dados:

ESTIMULADA:
Na estimulada, quando o entrevistador aponta os nomes dos possíveis pré-candidatos à Prefeitura de Macaíba, Emídio Júnior aparece com 39,8% das intenções de voto, branco/nulo/nenhum 15,1%, não sabe/não respondeu 11,6%, Netinho 11,1%, Fernando 8,7%, Marília 8,2% e Dr. João 5,4%.

ESPONTÂNEA:
Na questão espontânea, quando não são apresentados nomes de possíveis candidatos, o prefeito de Macaíba Emídio Júnior aparece com 19,7%, branco/nulo/nenhum 4,4%, Netinho 3,7%, Marília 2,9%, Fernando 2,2%, Dr João 1,3%, Janssen 0,2% e não sabe/não respondeu 65,7%.

Semana que vem outra pesquisa será divulgada. A tendência é que os índices sejam semelhantes.

O jogo está só começando.

Política

Para ganhar, tem que somar!

O período eleitoral se aproxima e chegou a hora de arregimentar soldados, enfileirar tropas, formar exércitos… quanto mais gente, além dos candidatos, melhor! É preciso fazer bonito nas ruas, mostrar poder de mobilização; mas também é importante formar um núcleo pensante, que oriente a campanha e trace as melhores e eficientes estratégias.

Neste sentido, o prefeito Emídio Jr sai na frente. É natural que a estrutura que comanda, além dos grupos de cada pré-candidato a vereador lhe emprestem uma grande plataforma de campanha.

Do lado adversário, onde Netinho França precisa contar quase que absolutamente com a espontaneidade das adesões, já tem gente se queixando. Quem tenta aderir ao projeto, reclama da falta de acolhimento, do olhar de desconfiança da militância que acompanha o grupo historicamente, incluindo todas as patentes. Um erro crasso!

Apesar de parecer óbvio, nunca é demais lembrar que entender política como uma operação de soma é elementar.

Macaíba

A roda gigante da política macaibense

É fato que unanimidade na Câmara Municipal não garante eleição nem reeleição de nenhum prefeito.

Em 2000 Luizinho foi derrotado pelo inexperiente Fernando Cunha e, em 2012, blindada por todo o Palácio Alfredo Mesquita, Marília Dias perdeu o mandato para o já traquejado e ex-aliado Dr. Fernando. À época Marília apostou alto que seu candidato a vice, o atual prefeito Emídio Jr, trouxesse a vitória da chapa das urnas de Traíras e região. O projeto ruiu e Fernando voltou ao Auta de Sousa para mais 8 anos em mandatos.

Leia-se que durante a sua gestão, Marília Dias, além de endossada por toda a Câmara Municipal, andava de braços dados e passos largos com Henrique Alves, no sua melhor forma e prestígio; e Ezequiel Ferreira, deputado estadual forte. Aos dois foram garantidas votações importantes nas terras de Coité. A odontóloga investiu muito em grandes festas populares, agradou o povo, alcançou ótimos índices de aprovação em pesquisas sérias, mas não conseguiu o fundamental: transformar tudo isso em voto!

Já Fernando Cunha, em seus 16 anos como prefeito, nunca fez questão do apoio unânime declarado da Câmara. Sempre achou o risco e o custo-benefício altos demais para um resultado que poderia conseguir por meio de lideranças comunitárias muito bem posicionadas por todas as regiões do município. Jamais deu espaço para que seus aliados em nível estadual e federal assumissem algum protagonismo na política local. Ricardo Motta; Fábio e Robinson Faria; Sandra Rosado, Fernando Bezerra, Agripino, Garibaldi, Rosalba, Henrique, Fernando Freire e até Aluízio Alves tentaram tutelar os Cunhas, mas não conseguiram. Eventos de rua com grandes investimentos e atrações nacionais, nem pensar! Mas a fórmula saturou e a família Cunha decidiu mergulhar quando percebeu que seria difícil continuar colecionando êxitos. O primeiro sinal foi a eleição frustrada de Ederlinda Dias para deputada estadual, em 2018.

De lá para cá muita coisa mudou e agora a conversa é outra. Estratégias foram realinhadas, o poder das redes sociais transformou paradigmas, linguagens e a dinâmica; novos personagens surgiram dispostos e qualificados; o eleitorado saiu da passiva e está cada vez mais ressabiado.

Nos dois extremos mais evidentes, Emídio Jr e Netinho França, que se aliaram convenientemente para garantir o xeque-mate eleitoral de 2020, mas que hoje caminham distantes, declaradamente adversários. Apesar da juventude de ambos, não estamos tratando de principiantes. Os dois estiveram em palanques ainda de cueiros, embalados por pais militantes de décadas, e parecem saber onde querem chegar, chancelados por grandes massas que alimentam seus projetos ambiciosos, de longo prazo, travando duelos homéricos de popularidade em praça pública.

Outro fator moderno que merece toda atenção é a escolha dos candidatos a vice. Houve um tempo em que eram preferidos aqueles que não tivessem o mínimo poder de mobilização, quase nenhum capital eleitoral, sem influência na Câmara Municipal, que não representassem ameaça alguma à hegemonia do cabeça de chapa. No máximo deveriam ser bons estrategistas políticos, eloquentes e se contentarem com dois ou três cargos de terceiro escalão. A dobradinha dos “meninos”, quatro anos atrás, também mudou essa forma de fazer composição. Os dois com boas estruturas e equivalentes em pontuação, decidiram se unir em favor de uma eleição mais fácil e barata, mesmo que em oposição à candidata apoiada pelo então prefeito. A vitória foi acachapante, mas todos sempre souberam que o Auta de Sousa seria pequeno demais para Emídio e Netinho.

E a História continua sendo escrita com um enredo que não desconsidera nenhuma possibilidade. Fala-se em W.O, numa referência à possibilidade de uma reeleição fácil de Emídio, mas o fato é que ainda há muito a acontecer.

Tomara que as voltas da roda gigante tornem o jogo político mais interessante e proveitoso para o povo.

Que a maior vitória seja da democracia!

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