7 de maio é o Dia Internacional da Luta Contra a Endometriose

Endometriose afeta cerca de 7 milhões de brasileiras e exige atenção ao diagnóstico precoce

Estima-se que aproximadamente 7 milhões de mulheres no Brasil convivam com a endometriose, doença que atinge cerca de 186 milhões de pessoas ao redor do mundo, conforme os dados mais recentes. Segundo o ginecologista Dr. Ricardo de Almeida Quintairos, presidente da Comissão de Endometriose da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), o desenvolvimento da enfermidade decorre de uma combinação entre predisposição genética e alterações no sistema imunológico.

Um dos principais fatores associados ao surgimento da endometriose é a chamada menstruação retrógrada — condição em que parte do fluxo menstrual, em vez de ser eliminado, retorna pela cavidade abdominal e permite que fragmentos do endométrio se fixem fora do útero. A incapacidade do organismo de eliminar essas células é um dos elementos que favorecem a evolução da doença.

A endometriose é frequentemente apelidada de “doença dos seis D’s”, por causa dos seus principais sintomas:

  • Dismenorreia: cólicas menstruais intensas;
  • Dispareunia: dor durante a relação sexual;
  • Disquesia: desconforto ou dor ao evacuar;
  • Disúria: dor ou dificuldade para urinar;
  • Dificuldade para engravidar: uma das causas mais comuns de infertilidade feminina;
  • Dor pélvica crônica: dor persistente na região inferior do abdômen.

De acordo com Dr. Quintairos, os impactos da endometriose se dividem, principalmente, entre dor e infertilidade. A dor pélvica pode ser severa, especialmente quando a doença compromete órgãos como o intestino, a bexiga, as trompas ou os ovários. Por outro lado, muitas pacientes têm o diagnóstico apenas após enfrentarem obstáculos para engravidar, mesmo sem sentirem dores significativas.

Como uma condição inflamatória, a endometriose pode ser atenuada com mudanças no estilo de vida. Hábitos saudáveis, como manter o peso sob controle, praticar atividade física, hidratar-se adequadamente e adotar uma alimentação balanceada, com redução no consumo de açúcar e carnes processadas, contribuem para reduzir os processos inflamatórios no corpo.

O tratamento, de acordo com o especialista, começa com abordagens clínicas, como ajustes na dieta e o uso de medicamentos hormonais que interrompem a ovulação. Se os sintomas persistirem e a qualidade de vida continuar comprometida, pode-se considerar a realização de cirurgia, dependendo da localização dos focos da doença — que podem atingir o intestino, os nervos, os ovários ou o revestimento abdominal.

Dr. Quintairos alerta para a importância de um diagnóstico precoce. “Identificar a endometriose nas fases iniciais é essencial para evitar complicações como dor crônica, problemas digestivos e infertilidade irreversível. Quanto antes a mulher souber da condição, maiores são as chances de sucesso no tratamento”, ressalta.

Ele também destaca a necessidade de capacitação contínua dos profissionais de saúde e de campanhas de informação para que mais mulheres conheçam os sinais da doença e busquem auxílio médico. “Nosso objetivo é que elas saibam reconhecer os sintomas e se sintam encorajadas a procurar ajuda, reduzindo o impacto da endometriose em suas vidas”, conclui o médico.

Neste 07 de maio também lembramos o Dia do Oftalmologista; de Prevenção às Alergias; e do Silêncio.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima