7 de maio de 2025

Economia

Petrobras reduz preço do diesel pela terceira vez em 2025; litro cai para R$ 3,27 e pode aliviar inflação dos alimentos

A Petrobras anunciou, na segunda-feira (6), a terceira redução no valor do diesel A neste ano. A partir de agora, o combustível será vendido às distribuidoras pelo preço médio de R$ 3,27 por litro — uma queda de R$ 0,16 em relação ao valor anterior.

Segundo a estatal, desde dezembro de 2022, o preço do diesel acumula queda de R$ 1,22 por litro, o que representa uma redução nominal de 27,2%. Corrigindo pela inflação do período, o recuo chega a R$ 1,75 ou 34,9%. A sequência de cortes contrasta com a política de Preço de Paridade de Importação (PPI), adotada durante o governo Bolsonaro, que vinculava os valores dos combustíveis ao mercado internacional.

Dados da Federação Única dos Petroleiros (FUP) apontam que, entre janeiro de 2019 e junho de 2022, o diesel subiu 203% nas refinarias. No mesmo período, a gasolina teve alta de quase 170%, enquanto o gás de cozinha (GLP) aumentou 119%.

Em entrevista à agência Reuters, o diretor financeiro da Petrobras, Fernando Melgarejo, explicou que a estatal realiza revisões de preços quinzenais. “Este espaçamento de tempo é utilizado para analisar especialmente as possibilidades de redução de preços. Assim, não precisa fazer tudo de uma vez só, faz de maneira faseada”, afirmou, destacando também a necessidade de consolidar o cenário macroeconômico global.

A diminuição no valor do diesel deve influenciar positivamente os índices de inflação, sobretudo nos alimentos. Isso porque mais de 60% da carga transportada no Brasil circula por rodovias, e os custos logísticos são diretamente afetados pelo preço do combustível. Com a queda, transportadoras podem reduzir os custos do frete, o que tende a ser repassado ao mercado, beneficiando produtores, distribuidores e, eventualmente, o consumidor final.

A expectativa de analistas é que a continuidade dessas reduções contribua para a desaceleração da inflação dos alimentos ao longo dos próximos meses.

A nova baixa foi comemorada por integrantes do Partido dos Trabalhadores. O senador e presidente nacional da legenda, Humberto Costa (PT-PE), escreveu em seu perfil na rede X (antigo Twitter): “Boa notícia! A Petrobras acaba de anunciar a redução de R$ 0,16 no litro do diesel nas distribuidoras. Preço médio do diesel A nas distribuidoras passará a ser de R$ 3,27 por litro. É a terceira vez que a Petrobras reduz o preço do combustível em 2025.”

Saúde

7 de maio é o Dia Internacional da Luta Contra a Endometriose

Endometriose afeta cerca de 7 milhões de brasileiras e exige atenção ao diagnóstico precoce

Estima-se que aproximadamente 7 milhões de mulheres no Brasil convivam com a endometriose, doença que atinge cerca de 186 milhões de pessoas ao redor do mundo, conforme os dados mais recentes. Segundo o ginecologista Dr. Ricardo de Almeida Quintairos, presidente da Comissão de Endometriose da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), o desenvolvimento da enfermidade decorre de uma combinação entre predisposição genética e alterações no sistema imunológico.

Um dos principais fatores associados ao surgimento da endometriose é a chamada menstruação retrógrada — condição em que parte do fluxo menstrual, em vez de ser eliminado, retorna pela cavidade abdominal e permite que fragmentos do endométrio se fixem fora do útero. A incapacidade do organismo de eliminar essas células é um dos elementos que favorecem a evolução da doença.

A endometriose é frequentemente apelidada de “doença dos seis D’s”, por causa dos seus principais sintomas:

  • Dismenorreia: cólicas menstruais intensas;
  • Dispareunia: dor durante a relação sexual;
  • Disquesia: desconforto ou dor ao evacuar;
  • Disúria: dor ou dificuldade para urinar;
  • Dificuldade para engravidar: uma das causas mais comuns de infertilidade feminina;
  • Dor pélvica crônica: dor persistente na região inferior do abdômen.

De acordo com Dr. Quintairos, os impactos da endometriose se dividem, principalmente, entre dor e infertilidade. A dor pélvica pode ser severa, especialmente quando a doença compromete órgãos como o intestino, a bexiga, as trompas ou os ovários. Por outro lado, muitas pacientes têm o diagnóstico apenas após enfrentarem obstáculos para engravidar, mesmo sem sentirem dores significativas.

Como uma condição inflamatória, a endometriose pode ser atenuada com mudanças no estilo de vida. Hábitos saudáveis, como manter o peso sob controle, praticar atividade física, hidratar-se adequadamente e adotar uma alimentação balanceada, com redução no consumo de açúcar e carnes processadas, contribuem para reduzir os processos inflamatórios no corpo.

O tratamento, de acordo com o especialista, começa com abordagens clínicas, como ajustes na dieta e o uso de medicamentos hormonais que interrompem a ovulação. Se os sintomas persistirem e a qualidade de vida continuar comprometida, pode-se considerar a realização de cirurgia, dependendo da localização dos focos da doença — que podem atingir o intestino, os nervos, os ovários ou o revestimento abdominal.

Dr. Quintairos alerta para a importância de um diagnóstico precoce. “Identificar a endometriose nas fases iniciais é essencial para evitar complicações como dor crônica, problemas digestivos e infertilidade irreversível. Quanto antes a mulher souber da condição, maiores são as chances de sucesso no tratamento”, ressalta.

Ele também destaca a necessidade de capacitação contínua dos profissionais de saúde e de campanhas de informação para que mais mulheres conheçam os sinais da doença e busquem auxílio médico. “Nosso objetivo é que elas saibam reconhecer os sintomas e se sintam encorajadas a procurar ajuda, reduzindo o impacto da endometriose em suas vidas”, conclui o médico.

Neste 07 de maio também lembramos o Dia do Oftalmologista; de Prevenção às Alergias; e do Silêncio.

Curiosidade

Aos 94 anos, dono da Coca-Cola anuncia aposentadoria e receberá R$ 12 milhões por dia

Aos 94 anos, o investidor Warren Buffett anunciou que deixará o comando da Berkshire Hathaway até o fim de 2025. A revelação foi feita no sábado (3/5), durante a 60ª assembleia anual de acionistas da companhia, realizada em Omaha, no estado de Nebraska (EUA). O cargo de CEO será ocupado por Greg Abel, executivo canadense e atual vice-presidente da empresa.

Buffett, conhecido mundialmente como o “Oráculo de Omaha”, liderou a transformação da Berkshire ao longo de seis décadas, consolidando-a como um dos maiores conglomerados financeiros do mundo, com valor de mercado estimado em US$ 1,1 trilhão e participação em cerca de 200 empresas, entre elas Apple, Coca-Cola, Chevron, American Express e Bank of America.

Durante o evento, que reuniu mais de 20 mil pessoas na CHI Health Arena, a notícia da sucessão foi recebida com aplausos. “Acredito que chegou a hora, e Greg assumirá o cargo de CEO ainda este ano. Essa é a recomendação que farei ao conselho”, afirmou Buffett, acrescentando que apenas seus filhos estavam cientes da decisão até então.

Apesar de deixar a liderança, Buffett declarou que continuará envolvido de forma limitada e não pretende se desfazer de suas ações da Berkshire. Ao contrário, planeja doar gradualmente seus papéis ao longo do tempo.

Na reunião, Buffett também criticou, de forma indireta, a política comercial adotada durante o governo de Donald Trump. Sem mencionar nomes, classificou as tarifas alfandegárias como prejudiciais: “O comércio pode, sim, ser usado como uma arma de guerra. Isso levou a resultados ruins.”

Uma nova reunião com o conselho da empresa foi marcada para domingo (4/5), quando Buffett deve responder a perguntas dos acionistas sobre a sucessão.

Economia

Brasil sobe no ranking de Desenvolvimento Humano da ONU

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou nesta terça-feira (6) a nova edição do Relatório de Desenvolvimento Humano, atualizando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 193 países com dados de 2023. O índice leva em conta três indicadores principais: expectativa de vida, nível de escolaridade e renda per capita (PIB por pessoa).

O Brasil alcançou a 84ª posição no ranking global, com um IDH de 0,786 em uma escala que vai de 0 a 1. Esse valor classifica o país como de alto desenvolvimento humano. Em comparação com o ano anterior, o índice subiu 0,77%, uma vez que o IDH de 2022, revisado neste relatório, era de 0,780.

Na edição de 2022, o Brasil figurava na 89ª colocação. No entanto, considerando a atualização feita, estava na 86ª posição naquele ano. Isso significa que, efetivamente, o país subiu duas posições, ultrapassando a Moldávia e igualando-se a Palau.

O relatório mostra ainda que, entre 2010 e 2023, o Brasil teve um avanço médio anual de 0,38% no IDH. Já entre 1990 e 2023, o crescimento médio foi de 0,62% por ano.

De acordo com o Pnud, os países são agrupados em quatro categorias, conforme a pontuação do IDH. Aqueles com 0,800 pontos ou mais são considerados de desenvolvimento humano muito alto — um grupo composto por 74 nações. O Chile é o país latino-americano mais bem posicionado, ocupando o 45º lugar com um IDH de 0,878.

Além do Chile, outros nove países da América Latina e Caribe integram esse grupo: Argentina, Uruguai, Antígua e Barbuda, São Cristóvão e Névis, Panamá, Costa Rica, Bahamas, Barbados e Trinidad e Tobago. A média regional subiu de 0,778 para 0,783 entre 2022 e 2023, uma alta de 0,64%.

O Brasil está entre os 50 países classificados como de desenvolvimento humano alto, com IDH entre 0,700 e 0,799. Há ainda 43 países com IDH médio (entre 0,550 e 0,699) e 26 com desenvolvimento considerado baixo (abaixo de 0,550).

No topo do ranking mundial está a Islândia, com um IDH de 0,972, superando Suíça e Noruega. Os seis primeiros colocados são todos europeus, incluindo Dinamarca, Alemanha e Suécia. Na outra ponta, o Sudão do Sul, fundado em 2011, tem o menor índice do mundo, com 0,388. As últimas nove posições do ranking são todas ocupadas por países africanos. O Iêmen, em conflito há anos, ocupa a décima pior colocação.

A média global do IDH foi de 0,756 em 2023, um aumento de 0,53% em relação ao ano anterior (0,752). Segundo Pedro Conceição, responsável pelo relatório, este é o maior nível já registrado. No entanto, ele alerta para dois pontos de atenção: o primeiro é que o ritmo de progresso diminuiu, tornando-se o mais lento da história, excetuando o retrocesso causado pela pandemia. Caso o ritmo pré-2020 tivesse sido mantido, a humanidade já estaria próxima de um IDH muito elevado até 2030. O segundo ponto preocupante é que os países com índices mais baixos continuam estagnados, um fenômeno que ocorre pelo quarto ano consecutivo, rompendo uma tendência histórica de aproximação entre as nações.

A média dos países com IDH muito alto é de 0,914, enquanto os de IDH baixo registram média de 0,515.

O relatório também apresenta dados ajustados para desigualdade. Nesse cenário, o IDH do Brasil cai para 0,594, o que rebaixa o país à 105ª posição e o coloca na categoria de desenvolvimento médio. Por outro lado, na Islândia, a diferença é mínima: o IDH ajustado é de 0,923. Já o IDH global ajustado para desigualdade é de 0,590.

Na análise por gênero, as mulheres brasileiras apresentam um IDH ligeiramente superior ao dos homens: 0,785 contra 0,783, graças a melhores resultados em longevidade e educação, embora o rendimento per capita ainda seja inferior ao dos homens.

Quando o IDH é recalculado levando em conta a pegada de carbono de cada país, o Brasil aparece com índice de 0,702, subindo para a 77ª posição no ranking mundial.

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