Com a chegada de julho, o coração do povo potiguar bate mais forte. Esse não é apenas mais um mês no calendário — é um tempo especial, carregado de fé, emoção e tradição. É quando o Rio Grande do Norte se volta com carinho e devoção para Sant’Ana, avó de Jesus, celebrada com amor em cidades como Caicó, Currais Novos, Santana do Seridó, Santana do Matos e também no distrito de Traíras, o maior de Macaíba. Por todo lado, o clima muda: começa a preparação para festas que já fazem parte da alma dessas comunidades, unindo gerações em torno de uma fé que atravessa o tempo.
A devoção a Sant’Ana vai muito além do altar: ela faz parte da identidade dessas localidades. Suas festas misturam espiritualidade e cultura popular, com novenas, procissões, quermesses e apresentações artísticas que aquecem a economia e estreitam os laços entre vizinhos e familiares. Para os fiéis, Sant’Ana representa o cuidado materno, a sabedoria que guia e a intercessora a quem se confiam pedidos e agradecimentos. Mesmo com poucas referências nos Evangelhos, sua história é viva nas tradições e crenças do povo, que a reconhece como a mãe de Maria e esposa de São Joaquim.
Por isso, quando julho começa, ele traz consigo muito mais que dias no calendário: traz um chamado à renovação da fé, à celebração da cultura e ao fortalecimento de laços afetivos. As cidades se enfeitam, as igrejas se preparam e o povo se une para homenagear aquela que, há tantos séculos, ilumina os caminhos do sertão com sua presença simbólica. É tempo de agradecer, de celebrar e de se reconectar com o que há de mais profundo na alma potiguar.
Foto: Diocese de Caicó