Comemorado em 20 de maio, o Dia do Técnico e Auxiliar de Enfermagem é uma oportunidade para reconhecer o trabalho essencial desses profissionais na linha de frente da saúde pública e privada no Brasil. Responsáveis por grande parte do cuidado direto aos pacientes, eles atuam em hospitais, postos de saúde, clínicas e até em atendimentos domiciliares, sendo pilares do sistema de saúde. No entanto, apesar de sua importância, enfrentam desafios estruturais, baixos salários e jornadas exaustivas que muitas vezes colocam em risco sua própria saúde física e mental.
A realidade da profissão no país é marcada por sobrecarga de trabalho e desvalorização. Segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), técnicos e auxiliares compõem cerca de 80% da força de trabalho da enfermagem no Brasil. Mesmo assim, muitos recebem remunerações abaixo do ideal e trabalham em ambientes com infraestrutura precária, enfrentando a falta de insumos e equipamentos básicos. A pandemia de COVID-19 escancarou ainda mais essas fragilidades, colocando em evidência a importância e o sacrifício desses profissionais.
Apesar da criação do piso salarial da enfermagem, aprovado em 2022, sua implementação vem encontrando resistência de instituições privadas e até públicas, que alegam limitações orçamentárias. Muitos técnicos e auxiliares ainda não veem na prática os benefícios da nova legislação, gerando frustração e incerteza. A luta por melhores condições de trabalho e reconhecimento continua sendo uma bandeira constante das entidades representativas da categoria.
Celebrar o 20 de maio é mais do que distribuir homenagens: é uma chamada à reflexão sobre como a sociedade brasileira trata aqueles que cuidam de sua saúde com dedicação diária. Investir na valorização dos técnicos e auxiliares de enfermagem é investir na qualidade do atendimento prestado à população. Reconhecer sua importância vai além das datas comemorativas — é uma questão de justiça, respeito e compromisso com o futuro da saúde no país.
