Brasil sofre 1.379 ataques de hackers por minuto

Segundo lugar em lista global, país sofreu mais de 700 milhões de ataques cibernéticos em um ano. Prejuízo médio passa dos R$ 6 milhões por violação

Segundo o Panorama de Ameaças para a América Latina 2024, divulgado durante o Cyber Security Summit 2024 em São Paulo, o Brasil sofreu mais de 700 milhões de ataques cibernéticos no último ano — uma média de 1.379 ataques por minuto. Esse volume coloca o país em segundo lugar no ranking mundial de cibercrimes.

A especialista em cibersegurança Chelsea Jarvie, da Escócia, esteve no Brasil e alertou sobre a sofisticação crescente dos ataques cibernéticos, que ameaçam empresas e funcionários, especialmente diante do avanço da inteligência artificial (IA).

Chelsea destacou que, além de tecnologias robustas, é essencial que os usuários adotem medidas de proteção sofisticadas.

Ela enfatiza que a segurança cibernética é uma responsabilidade compartilhada, envolvendo tanto a capacitação técnica quanto a conscientização dos colaboradores.

“As tecnologias são essenciais, mas a resiliência cibernética depende tanto das pessoas quanto da cultura. Um foco excessivo em tecnologia pode negligenciar a capacitação e a conscientização dos colaboradores”, explica Chelsea.

Além do aprimoramento das ferramentas de segurança, é necessário preparar as pessoas para enfrentar essas ameaças.

“A implementação de processos e campanhas que integrem a segurança ao cotidiano dos funcionários é fundamental”, observa Chelsea, sugerindo ainda o uso de treinamento psicológico para que os colaboradores entendam os objetivos dos invasores e evitem cair em golpes.

O impacto da inteligência artificial nos cibercrimes

Os avanços da inteligência artificial vêm aumentando a complexidade dos golpes. Chelsea exemplifica com o vishing, técnica na qual criminosos usam recursos de voz para se passar por outra pessoa e praticar phishing, um golpe no qual a vítima é enganada e tem suas informações roubadas.

Estudos indicam que 90% dos ataques cibernéticos envolvem phishing. Chelsea destaca que a abordagem adequada ao fator humano pode minimizar o impacto das manipulações psicológicas realizadas por invasores que utilizam IA.

“Embora a IA ofereça tecnologias poderosas, ela também facilita fraudes em larga escala, aumentando a vulnerabilidade das organizações”, alerta Chelsea.

Por outro lado, as empresas brasileiras já começam a reagir: 31% delas adotaram ferramentas de IA e automação para aprimorar suas operações e prevenir ataques.

Chelsea Jarvie alerta para o uso da IA nos golpes digitais e cibercrimes | REC35films/Cyber Security Summit/Divulgação

Prejuízos financeiros crescentes

De acordo com o relatório “Cost of a Data Breach”, da IBM, o custo médio de uma violação de dados no Brasil é de R$ 6,75 milhões. O estudo aponta que os ataques de phishing são os mais comuns, resultando em prejuízos de R$ 7,75 milhões por ocorrência.

A falta de capacitação e a crescente complexidade dos sistemas são desafios que as empresas precisam superar para enfrentar essas ameaças.

Aqueles que implementaram soluções tecnológicas eficazes vêm obtendo resultados melhores na prevenção de ataques.

A especialista conclui que a segurança cibernética deve ser tratada como uma responsabilidade compartilhada, baseada na construção de uma cultura de segurança robusta. A partir dessa abordagem será possível enfrentar as ameaças modernas de forma inteligente e eficaz.

Sbt

 

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