São João: Alegria, cultura e economia fazem a festa do povo
Com a chegada de junho, o Brasil – especialmente o Nordeste – se prepara para viver a intensidade e o encanto das festas juninas. Os arraiais ganham vida com cores, sons, sabores e tradições que atravessam gerações. No entanto, a cada novo ciclo de celebrações, ressurgem críticas que tentam deslegitimar esses eventos, politizando-os e relacionando-os a eventuais falhas de gestão pública. Essa visão reducionista ignora o papel essencial das festas populares como instrumento legítimo de lazer, valorização cultural e desenvolvimento socioeconômico.
É importante lembrar que não há administração pública imune a problemas. Porém, utilizar falhas pontuais como argumento para condenar a realização de eventos festivos é desconsiderar os impactos positivos que eles geram. Se adotássemos esse raciocínio em cidades como Rio de Janeiro, Recife ou Salvador, onde o carnaval movimenta bilhões de reais, essas festas simplesmente deixariam de existir. Felizmente, o que se vê é justamente o contrário: gestores que, mesmo diante de desafios, entendem o valor simbólico e econômico de manter vivas as manifestações culturais de seu povo.
Festas de rua são mais do que diversão. São polos de geração de renda, com impacto direto no comércio local, no turismo, na cadeia de serviços e na arrecadação de tributos. Costureiras, lojistas, ambulantes, músicos, montadores de palco, produtores culturais e pequenos empreendedores têm nessas ocasiões uma chance real de movimentar seus negócios. É também nesses espaços que o povo encontra momentos de alegria coletiva, pertencimento e orgulho de suas raízes. Negar isso é negar cidadania.
A gestão pública responsável não deve ser refém da paralisia diante das críticas, mas sim firme na compreensão de que investir em cultura é investir em gente. Eventos de rua são instrumentos eficazes para ampliar acesso à arte, valorizar a diversidade e fomentar a economia local. São apostas em que todos ganham – o poder público, o setor produtivo e, sobretudo, o cidadão.