
Era 2012 e o Grupo de Estudos da Complexidade, da UFRN, promovia naquela dia mais uma histórica conferência com aula de Edgar Morin.
Por volta das 21 horas, ignorante sobre o tal evento científico na Universidade, este repórter Gato Preto estava na Ponta do Morcego, prestes a saborear um filé a parmegiana que era famoso por lá. Antes, resolvi contemplar um pouco o busto de Zila Mamede, poetisa que encantou-se nas águas daquela região em 16 de dezembro de 1985.
Minutos depois percebi um senhor desembarcar de um carro popular com duas mulheres, que seguiram direto para o restaurante. Ele fez como eu: adiou a fome em favor da curiosidade e foi observar o monumento a Zila.
Quando se aproximou, imediatamente o reconheci: era Edgar Morrin, o mesmo que meus professores das universidades que frequentei tomaram como mestre e que o mundo elege como um dos maiores pensadores vivos.
Ele pauta cursos de comunicação, psicologia, filosofia, ciências sociais, Direito e tantas outras.
Estávamos sozinhos naquela penumbra da ponta do morcego: Zila, Morin e o Gato Preto. Todos em silêncio! Foi melhor. Não dominaria nenhum dos idiomas em que ele palestra com maestria. Nos limitamos a sussuros inaudíveis e a um tímido e recíproco ‘boa noite” e linguagem universal. Ele leu com atenção a placa, degradada, sobre Zila.
Ficamos ali, dialogando em silêncio, os três, por minutos. Depois seguimos para comer. Num cortejo silencioso tal qual o do início do encontro.
Os amigos José Luís, professor matemático, e o fotógrafo Márcio Lucas são testemunhas oculares desse privilégio.
O portal Saiba Mais, dos mais respeitados que conheço, historiou as passagens de Morin por Natal e sua relação com a cidade. O link está abaixo. A UFRN também publicou um texto muito interessante sobre Morin e Natal.
Edgar Morin é francês e conta 103 anos. É considerado um dos principais pensadores contemporâneos e um dos principais teóricos do campo de estudos da complexidade, que inclui perspectivas anglo-saxônicas e latinas. Sua abordagem é conhecida como “pensamento complexo” ou “paradigma da complexidade”. Morin não se identifica como “teórico da complexidade” nem pretende limitar seus estudos às chamadas “ciências da complexidade”. Ele distingue entre perspectivas restritas, limitadas, e amplas ou generalizadas da complexidade.
Links interessantes:
https://ufrn.br/imprensa/reportagens-e-saberes/48993/edgar-morin-100-anos