44 anos de saudades: se você não reconhece Cartola, não sabe nada de música!

Angenor de Oliveira nasceu no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, em 11 de outubro de 1908. Ele ganhou o apelido de Cartola por causa do chapéu-coco que usava para se proteger do cimento na época em que trabalhava como servente de obra.

Após passar por dificuldades financeiras, Cartola e a família se viram obrigados a deixar o Catete. O destino foi o Morro da Mangueira, em 1919. Foi lá onde ele entrou em contato com mestres do samba, como Carlos Cachaça, de quem se tornou parceiro em dezenas de composições e fundou, com amigos, em 1928, a Estação Primeira de Mangueira.

O amor pela música se fez presente desde criança, quando aprendeu a tocar cavaquinho e violão com o pai. Ainda na adolescência Cartola perdeu a mãe, e a relação com o pai ficou difícil por conta da vida boêmia que o sambista tinha adotado. Ele chegou a dormir na rua após ser expulso de casa.

Aos 18 anos, Cartola conheceu Deolinda, uma mulher mais velha que deixou o marido para ficar com o compositor. Deu prioridade ao ofício de compositor e violonista, e pouco trabalhava para ajudar no sustento de casa. Acabou sem Deolinda e sem prestígio, indo morar em uma favela no Caju. Voltou ao fundo do poço. Foi quando conheceu Dona Zica, uma antiga admiradora, que mesmo com entregue à bebida, o levou ao Morro da Mangueira, onde se instalaram em uma casa próxima à escola de samba e também à residência do parceiro Carlos Cachaça.

Com Dona Zica, Cartola abriu o “Zicartola”, bar-restaurante e casa de samba, em 1963. O espaço, fundamental para a história do samba e da cultura do Rio, foi reduto de sambistas, compositores, intelectuais e amantes da boa música. 

Só aos 66 anos Cartola gravou o primeiro de seus quatro discos solo. Considerado por músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, deixou mais de 500 canções. Com quase 70 anos, saiu novamente do Morro da Mangueira, desta vez com Dona Zica, em busca de mais tranquilidade, mas nunca deixou de visitar os amigo no lugar onde ficou famoso. 

Cartola nos legou clássicos memoráveis, como “As rosas não falam” e “O mundo é um moinho”. As informações são da EBC e Arquivo Nacional.

DP

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