15 de março de 2025

Desenvolvimento Econômico

Presidente Lula inaugura Barragem Oiticica na próxima quarta-feira; Obra vai impulsionar o desenvolvimento do Seridó

Reservatório foi dimensionado para abastecimento de até 2 milhões de pessoas – Foto: Humberto Sales/Assecom

A Barragem Oiticica, que o presidente Luís Inácio Lula da Silva e a governadora Fátima Bezerra inauguram nesta quarta-feira (19), não é apenas uma gigante para acumular água, o que já seria muito para uma região em situação de vulnerabilidade hídrica, susceptível ao processo de desertificação. É mais do que isso. É um instrumento importante para a expansão do desenvolvimento do Seridó e resgate da dignidade humana. Esta é a opinião predominante de especialistas, gestores públicos e de moradores da localidade.

Com capacidade para armazenar 742,6 milhões de metros cúbicos de água, a barragem é a principal obra de um projeto maior chamado Complexo Hidrossocial Oiticica, no município de Jucurutu. Além do reservatório, o complexo é formado por Nova Barra de Santana, que abrigava os moradores do Distrito Janúncio Afonso, (conhecido como Barra de Santana), localizado na área inundável da barragem; três agrovilas onde estão sendo assentados pequenos produtores, trabalhadores rurais e sem terras; rede de energia elétrica para uso residencial e produção de cultura irrigadas, e 128 quilômetros de estrada de acesso a estabelecimentos rurais da região.

“O Complexo Hidrossocial Oiticica é uma obra extraordinária. Trouxe água como vida, respeitando o direito da população. A dimensão social do empreendimento promove uma verdadeira transformação na vida das pessoas”, define o engenheiro-agrônomo José Procópio de Lucena, atual diretor do IGARN (Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte), um dos articuladores do Movimento dos Atingidos e Atingidas que atua desde o início da construção da barragem, em 2013.

Procópio lembra que o projeto original não previa a construção das agrovilas para assentamento dos trabalhadores rurais que manifestaram interesse de permanecer no campo, e ignorava uma série de demandas da população. “Oiticica não é apenas uma obra de contemplação, mas fruto da construção das relações democráticas entre a população e o poder público. Essa obra só chegou aonde chegou porque as relações democráticas se consolidaram”, reforça ele, destacado o papel que a professora Fátima Bezerra teve como governadora e, antes disso, como parlamentar, para consolidação do projeto que vai garantir segurança hídrica para o Seridó pelos próximos 50 anos.

Maioridade hídrica

Parte importante do projeto da Transposição, o reservatório foi dimensionado para abastecimento de até 2 milhões de pessoas, através do sistema adutor do Seridó, que está em construção, além de assegurar projetos de irrigação numa área de 10 mil hectares, abrindo os horizontes para ampliação do desenvolvimento agrário e industrial no interior do Rio Grande do Norte. Isso fomentará a implantação de novas empresas e permitirá que os açudes de Cruzeta, Itans e Sabugi sejam utilizados prioritariamente para piscicultura, irrigação, pecuária e produção de alimentos.

“Com a conclusão de Oiticica atingiremos a maioridade do ponto de vista de segurança hídrica em nosso Estado. Oiticica está interligada à barragem Armando Ribeiro Gonçalves, está conectada com a transposição do São Francisco. Vamos levar água para todas as sedes dos municípios daquela região. E o Seridó será uma das poucas regiões semiáridas do mundo que terá 100% de garantia hídrica”, afirma o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Paulo Varella. Para ele, o complexo Oiticica tem potencial para inverter o fluxo de saída do pessoal do interior para as grandes cidades. “Eu diria que é um novo momento, uma virada de chave.”

Depoimentos

Morador da Agrovila Raimundo Nonato, a poucos quilômetros da barragem, Francisco Evaldo de Souza tem 45 anos, é casado e pai de dois filhos, um deles o ajuda na luta diária. Sem terra, sem teto, sem emprego, vivendo da pesca e de serviços eventuais na agricultura, enfrentou tempos difíceis. “Cheguei a morar debaixo de uma oiticica com a mulher e os filhos.” Com o passar dos anos, Evaldo conseguiu abrigo na comunidade Carnaúba Torta, localizada na área inundável da barragem, onde vivia da pesca e de serviços eventuais na agricultura. “Fomos criados na areia do rio. Somos daquelas crianças que cresceram sabendo como é a dura realidade da vida”, relata Lázaro Lucas, filho mais velho de Evaldo, estudante do 9º ano do Ensino Fundamental, que planeja fazer um curso técnico na área agrícola para ajudar o pai.

Hoje, a família ocupa o lote 34 da agrovila. Na quadra chuvosa do Semiárido nordestino (fevereiro a maio) ele planta milho e feijão para consumo próprio. Encerrada a colheita, se volta para as culturas de vazante no aceiro de um riacho, braço do Rio Piranhas, onde foi construída, há muitos anos, uma barragem submersa. “Se a vida melhorou para nós depois disso tudo aqui? Muito!… Chegamos a passar fome, mas hoje temos nossa casinha para morar e terra para plantar. Antes, a gente dependia da terra dos outros para sobreviver”, afirma Evaldo.

Mecânico autodidata, o jovem Vinícius Santos, 21 anos, também soube aproveitar as oportunidades criadas pela construção do complexo Oiticica. Morador de Nova Barra de Santana, ele montou uma loja de peças e comanda a oficina de conserto de motos. Aprendeu o serviço trabalhando na oficina do irmão, em Caicó. “Só não faço retifica de motor, mas o resto eu dou conta”, explica.

OBRAS SOCIAIS
Complexo Hidrossocial Oiticica

Nova Barra de Santana
Construída para abrigar os moradores da antiga comunidade, que ficava na área inundável da barragem;
503 moradores;
176 casas permutadas;
41 casas populares para trabalhadores sem teto;
33 lotes para construção de centro industrial e de serviços;
Escola, creche, posto de saúde, centro comercialização e quadra poliesportiva;

Agrovila Raimundo Nonato – Jucurutu
Local: Fazenda Lagoinha;
Área: 276,8 hectares;
37 lotes individuais;
Lotes coletivos para cultura irrigáveis e de sequeiros;
A casa construída na agrovila compreende uma unidade residencial
unifamiliar com 58,8 m² de área construída, composta por terraço, sala, dois quartos, cozinha, banheiro e lavanderia externa.

Agrovila Jardim de Piranhas
Local: Fazenda Juazeiro
Área: 303 hectares;
Lotes individuais para 54 famílias
Lotes coletivos para produção agrícola;
A agrovila conta ainda com uma escola e um posto de saúde.

Agrovila São Fernando
Local: Fazenda Ramada;
Área: 130 hectares
Lotes individuais para 24 famílias;
Lotes coletivos para produção agrícola

Outras benfeitorias
125 quilômetros de linha de energia elétrica trifásica;
128 km de estradas para acesso às agrovilas e propriedades rurais localizadas no contorno da barragem;
5,5 km de acesso pavimentado interligando Nova Barra de Santana a RN-118.

Economia

Procon RN lança programa Volta por Cima para renegociação de dívidas e educação financeira

Procon RN lança programa “Volta por Cima” para renegociação de dívidas e educação financeira

O Procon RN dá início, na próxima terça-feira (18), ao programa “Volta por Cima” — um mutirão de renegociação de dívidas que visa ajudar os consumidores potiguares a regularizar suas pendências financeiras e promover a educação financeira. Os atendimentos serão realizados nos dias 18 de março, na Uninassau da Roberto Freire, das 10h às 15h e nos dias 20 e 21 de março, das 10h às 15h, no Partage Norte Shopping.

O mutirão é uma iniciativa conjunta do Procon RN com a Defensoria Pública, Procon Legislativo, Fecomércio e CDL Natal. Além de oferecer condições especiais para renegociação de débitos, o evento contará com palestras educativas abordando temas como Pink Tax, Microempreendedor Individual (MEI), finanças pessoais e orientações sobre como administrar dívidas de forma responsável.

Os mutirões promovidos pelo Procon RN têm histórico comprovado de efetividade. Em 2018, foram atendidas 194 pessoas e firmados 128 acordos, totalizando R$ 419.538,68 em valores renegociados. Durante a pandemia, em outubro de 2021, uma parceria com a CDL Mossoró permitiu que mais de 300 consumidores renegociassem suas dívidas em um momento de extrema necessidade. Já em agosto de 2024, na cidade de Areia Branca, mais de 400 pessoas participaram do mutirão para acertar suas contas.

Todos esses eventos registraram índices de resolutividade superiores a 80%, evidenciando o compromisso do Procon RN em auxiliar a população na retomada da estabilidade financeira.

Segundo a coordenadora geral do Procon, Ana Paula Araújo, o programa “Volta por Cima” surge como uma oportunidade valiosa para que mais famílias regularizem sua situação financeira, recuperem o crédito no mercado e voltem a ter tranquilidade nas suas finanças. “A expectativa é de que, mais uma vez, o mutirão alcance resultados expressivos e contribua para a melhoria da qualidade de vida dos consumidores potiguares.”, conclui.

Redução da inadimplência

Os mais recentes dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontam uma queda significativa nos índices de endividamento e inadimplência em Natal. Em janeiro de 2025, 84,9% das famílias potiguares estavam endividadas — uma redução em relação aos 89,2% registrados no mesmo mês de 2024. A inadimplência também recuou, passando de 56,2% para 40,2%, o que representa cerca de 9,9 mil famílias a menos com contas em atraso.

Entre os principais tipos de dívida estão o cartão de crédito (85,7%), carnês (19,3%) e cheque especial (12,7%). Quanto ao tempo de inadimplência, 31,5% dos endividados têm débitos há mais de um ano.

Homenagem

O gênio Tim Maia se foi há 27 anos

Tim Maia, nascido Sebastião Rodrigues Maia em 28 de setembro de 1942, foi um dos maiores nomes da música brasileira. Criado no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, desde cedo demonstrou interesse pela música. Na adolescência, fundou o grupo “Os Sputniks”, que contou com a participação de Roberto Carlos. No final dos anos 1950, mudou-se para os Estados Unidos, onde teve contato com a soul music e o rhythm and blues, gêneros que influenciariam profundamente sua obra.

Ao retornar ao Brasil nos anos 1960, Tim Maia começou a construir sua carreira solo. Seu primeiro álbum, lançado em 1970, foi um marco na música nacional, misturando soul, funk e samba de maneira inovadora. Canções como “Azul da Cor do Mar”, “Primavera” e “Não Quero Dinheiro” tornaram-se clássicos instantâneos. Durante sua trajetória, lançou diversos discos de sucesso, consolidando-se como o principal nome do soul brasileiro. No entanto, sua personalidade irreverente e seu comportamento imprevisível causaram conflitos com gravadoras e colegas de trabalho.

Nos anos 1970, Tim Maia envolveu-se com a cultura racional, um movimento místico que influenciou sua música e sua vida. Durante esse período, lançou os álbuns “Tim Maia Racional” volumes 1 e 2, que são considerados obras-primas. Contudo, após romper com o movimento, renegou essas músicas e retomou sua carreira com temas mais variados. Nos anos seguintes, manteve sua popularidade, lançando discos e fazendo shows, sempre com sua energia contagiante e sua voz marcante.

Infelizmente, o estilo de vida desregrado de Tim Maia, marcado por excessos, afetou sua saúde. Em março de 1998, durante a gravação de um especial de televisão, passou mal no palco e foi internado. Dias depois, em 15 de março, faleceu devido a complicações de uma infecção generalizada. Sua morte deixou um grande vazio na música brasileira, mas seu legado permanece vivo. Até hoje, suas canções continuam a embalar gerações, garantindo-lhe um lugar definitivo na história da música nacional.

Homenagem

Encontro de mães atípicas marca celebração do Dia da Mulher, em Macaiba

A Prefeitura de Macaíba, por meio das secretarias municipais da Mulher e da Saúde, realizou nesta sexta-feira (14), o Encontro de Mães Atípicas em celebração ao Dia Internacional da Mulher, na sede do ABA Reabilitação Macaíba, com o objetivo de oferecer momentos de reflexão para a necessidade do autocuidado. Na ocasião, as mães contaram com momentos de beleza, dança, sorteio de brindes e um café da manhã.

A psicóloga Mayara Freitas, que atende no ABA Macaíba, disse da importância desses momentos. “A maternidade atípica é um caminho longo e muito árduo, que inicia num processo de luto, porque essa mãe perdeu algo que construiu emocionalmente. Por esse motivo aqui no ABA, a gente não cuida só da criança, cuidamos da família e principalmente da mãe”, explicou.

A primeira dama Edilaine Emídio falou do seu relato como mãe atípica. “Eu fico feliz em dizer que por mais que demore um pouquinho nossos filhos vão progredir. Ontem José fez o nome dele e já vai no banheiro sozinho. Minha vida é adaptada a de José, só vou ao médico e trabalho quando ele está na escola. Mas cada momento que posso em trocar experiências com outras mães já é uma terapia”, disse emocionada.

A secretária de Saúde Sâmara Figueiredo informou que através do ABA Macaíba é realizado um trabalho de acolhimento das mães atípicas. “Estamos criando uma rede de apoio para cuidar dessa mãe que abriu mão da sua vida para cuidar dessa criança e do seu desenvolvimento. Essa mãe precisa está bem para cuidar bem”. A secretária da Mulher, Ytalyne Karielly disse estar muito feliz em proporcionar um momento de cuidado. “É muito importante que as mães tenham um momento no dia para se cuidar, seja fazendo uma caminhada ou apenas um banho bem sossegado. É importante para a saúde mental dessa mulher ter um momento para si”.

O evento contou com as presenças dos vereadores Érika Emídio, Ismarleide Duarte, Socorro Nogueira, Edi do Posto, Aroldo da Saúde, Venício Filho, Clarissa Matias, Ana Catarina e Otacílio.

Imagem: Guilherme dos Anjos

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