29 de novembro de 2025

Cultura

Escritoras celebram memória e identidade do Quilombo Capoeiras em livros

O secretário municipal de Cultura, Sérgio Nascimento, e o adjunto Ionilo Ribeiro prestigiam as escritoras Aline Pedro e Luzinete Dantas

A comunidade quilombola de Capoeiras vive uma semana marcada por emoção e resgate de memória com o lançamento de duas obras que reforçam a importância da valorização étnica e histórica do território. Aline Pedro, mestranda em Antropologia Social e neta de Manoel Pedro, patrono da educação local, apresentou ao público o livro Raízes que ecoam – Poesias da alma negra, um trabalho que nasce do afeto e do compromisso com a ancestralidade que molda a vida dos moradores da região.

A obra de Aline reúne poemas que dialogam com temas como identidade, pertencimento e resistência, ao mesmo tempo em que denuncia a persistência do racismo nas estruturas sociais. Cada texto convida o leitor a revisitar trajetórias apagadas ou silenciadas, reafirmando a potência do povo negro afrodescendente e destacando a força coletiva que sustenta Capoeiras ao longo das gerações.

Na mesma semana em que a comunidade comemora a conquista do título de patrimônio imaterial e cultural macaibense, a historiadora Luzinete Dantas, professora da rede municipal de Macaíba, lançou o livro Tesouros ocultos do Quilombo de Capoeiras – Ancestralidade e Memória. A pesquisa, construída a partir de relatos, documentos e vivências compartilhadas, revela aspectos pouco conhecidos da trajetória do quilombo, ampliando o entendimento sobre sua relevância histórica para o município e para o Rio Grande do Norte.

Os dois lançamentos chegam em um momento de afirmação das origens e de fortalecimento da identidade coletiva. Para moradores, educadores e pesquisadores, as obras não apenas preservam memórias, mas reafirmam o compromisso com a dignidade, a cultura e a história de Capoeiras. Em um cenário em que vozes ancestrais seguem ecoando, os livros tornam-se instrumentos de reconhecimento, valorização e continuidade das lutas que moldam a comunidade.

Cidadania

Prefeitura nas Comunidades realiza mais de 1.400 atendimentos em Capoeiras

A comunidade de Capoeiras foi o cenário da quarta edição do programa Prefeitura nas Comunidades, realizada na manhã deste sábado (29/11), somando 1.469 atendimentos nas áreas de saúde, assistência social, desenvolvimento econômico, meio ambiente, agricultura e educação. A praça da capela de Nossa Senhora Aparecida ficou pequena diante das centenas de famílias quilombolas que compareceram ao local para acessar os serviços ofertados pelas diversas secretarias municipais ao longo de quatro horas de ação.

Entre os serviços disponibilizados estiveram atendimentos médicos, odontológicos e jurídicos, vacinação, testes rápidos, corte de cabelo, orientações sobre empreendedorismo e acesso a crédito, distribuição de mudas, oficinas de pintura e dobradura, curso de cerâmica e trançado de palha de carnaúba. A programação cultural contou com danças ancestrais, como o Maculelê, e apresentação de música regional com o sanfoneiro Robertinho do Acordeon.

Para a maior comunidade quilombola do Rio Grande do Norte, a edição ganhou um significado especial por ocorrer poucos dias após o Dia da Consciência Negra e por incluir o anúncio realizado pelo prefeito Emídio Júnior sobre a assinatura da ordem de serviço para a reforma total e ampliação da Escola Municipal Santa Luzia.

O programa Prefeitura nas Comunidades é uma iniciativa da gestão do prefeito Emídio Júnior, lançada em agosto de 2025, com o objetivo de aproximar a população dos serviços públicos de forma acessível e integrada, concentrando diversas ações em um único local. A iniciativa já passou por regiões como Morada da Fé, Traíras e Avenida Mônica Dantas, e a próxima edição será realizada no bairro Campinas.

O prefeito Emídio Júnior reforçou o compromisso da gestão com a comunidade de Capoeiras, destacando melhorias já implementadas no território, como asfaltamento, atendimento médico diário, revitalização do poço e reforma da quadra de esportes. “Hoje, com o Prefeitura nas Comunidades, realizamos diversos atendimentos, desde a confecção de identidade, atendimentos de saúde, assistência, agricultura e de diversas secretarias que estavam aqui”, afirmou.

Estiveram presentes a vice-prefeita Raquel Rodrigues; o deputado estadual Kléber Rodrigues; a presidente da Câmara, Érika Emídio; e os vereadores Venício Filho, Otacílio Andrade, Socorro Nogueira e Edi do Posto.

Foto: Edeilson Morais

Economia

Maior média histórica: Brasil cria 85 mil empregos formais em outubro e acumula 1,8 milhão de novos vínculos em 2025

O mercado de trabalho brasileiro manteve trajetória positiva em outubro. Segundo dados do Novo Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego, o país gerou 85.147 postos de trabalho no mês, resultado de 2.271.460 admissões e 2.186.313 desligamentos. Com esse desempenho, o acumulado de janeiro a outubro de 2025 chega a 1.800.650 novos vínculos com carteira assinada, um crescimento de 3,8%. O saldo do ano é positivo em todos os grandes grupamentos de atividades econômicas.

Nos últimos 12 meses, de novembro de 2024 a outubro de 2025, o saldo chega a 1.351.832 postos de trabalho. Apesar de robusto, o número é inferior ao registrado entre novembro de 2023 e outubro de 2024, quando foram criadas 1.796.543 vagas. Com o resultado, o estoque de empregos formais no país alcança 48.995.950 vínculos celetistas.

Desempenho por setor e por estado

Entre os cinco grandes setores da economia, dois registraram saldos positivos em outubro: Serviços, que abriu 82.436 postos (+0,3%), e Comércio, com 25.592 empregos (+0,2%). No recorte por estados, 21 das 27 unidades federativas tiveram desempenho positivo. Os maiores saldos foram observados em São Paulo (+18.456), Distrito Federal (+15.467) e Pernambuco (+10.596). Em termos proporcionais, destacaram-se Distrito Federal (+1,5%), Alagoas (+1%) e Amapá (+0,7%).

Do total de vagas criadas no mês, 67,7% são consideradas típicas e 32,3% não típicas, estas últimas impulsionadas principalmente por contratos intermitentes (15.056) e jornadas de até 30 horas semanais (10.693).

Mulheres e jovens puxam o saldo

As mulheres responderam pela maior parte do saldo de outubro: foram 65.913 novos vínculos femininos, ante 19.234 masculinos. A participação feminina foi especialmente expressiva no setor de Serviços, com 52.003 contratações — mais que o dobro das registradas entre homens (30.433).

A inserção de jovens também marcou o período. Trabalhadores de 18 a 24 anos responderam por 80.365 contratações, enquanto adolescentes de até 17 anos somaram 23.586 — juntos, representando 122% do saldo total devido ao resultado negativo em outras faixas etárias. As contratações se concentraram em Serviços (54.528), Comércio (32.203) e Indústria de Transformação (10.051).

Acumulado do ano

No acumulado de 2025, todos os setores apresentam saldos positivos. O destaque é o setor de Serviços, com 961.016 vagas criadas (+4,2%). A Indústria soma 305.641 novos postos (+3,4%), impulsionada pela fabricação de produtos alimentícios, que gerou 75.252 empregos no período.

O Comércio registra saldo de 218.098 vagas (+2,0%), seguido pela Construção, com 214.717 postos (+7,5%). A Agropecuária também mantém desempenho sólido, com 101.188 vagas geradas (+5,6%), destacando-se atividades como cultivo de laranja (14.619), preparação de terreno e colheita (11.249) e criação de bovinos para corte (4.408).

Entre os estados, os melhores resultados no ano foram registrados em São Paulo (+502.683; +3,5%), Minas Gerais (+159.601; +3,2%) e Paraná (+129.361; +4,0%).

Salário de admissão

O salário médio real de admissão em outubro foi de R$ 2.304,31, um aumento de R$ 17,28 (+0,8%) em relação a setembro. Na comparação com outubro de 2024, o ganho real foi de R$ 54,45 (+2,4%).

Entre os trabalhadores típicos, o salário médio foi de R$ 2.348,20, 1,9% acima da média geral. Já entre os não típicos, o valor ficou em R$ 1.974,07, cerca de 14,3% abaixo.

Fonte: GovBR

Cultura

Capoeiras celebra Consciência Negra com apresentações culturais, rodas de conversa e lançamento de livro

Nesta sexta-feira (28), a maior comunidade quilombola do Rio Grande do Norte teve um dia marcado por uma gama de atividades que incluíram apresentações culturais com danças ancestrais como Pau Furado Maculelê, Boi de Reis e Quadrilha Junina, capoeira, roda de conversa com o tema “Consciência Negra, Ancestralidade e Território Quilombola”, reunindo políticos, servidores públicos, líderes comunitários, profissionais liberais e estudantes, destacando o protagonismo da negritude e conscientizando sobre o antirracismo, além do lançamento de um livro produzido por uma escritora da comunidade. O palco foi o entorno do Ponto de Cultura Baobá, no centro de Capoeiras.

Esse foi o ápice de uma vasta programação que começou ainda na quarta-feira (26) e destacou a valorização da cultura negra e o fortalecimento da comunidade de Capoeiras como elemento fundamental do futuro, especialmente no tanque ao seu potencial para o turismo e a cultura, bem como demonstrou o reconhecimento e a valorização da cultura afrodescendente no município de Macaíba.

A iniciativa é fruto do projeto Quilombarte, com patrocínio da empresa Potigás, por meio do edital “Natural Como Fazer o Bem”, com apoio da Prefeitura Municipal de Macaíba e realização conjunta com a Associação Quilombola dos Moradores de Capoeiras e de diversos produtores e coletivos culturais potiguares.
Um dos principais momento desta data foi o lançamento do livro “Raízes que Ecoam”, com autoria de Aline Moura, escritora quilombola e mestranda em Antropologia Social. Ainda, houve um show musical com o artista da terra Jobay. Sobre o momento, a autora do livro declarou: “Hoje é um dia em que tudo se concentra diante de um trabalho que foi feito durante todos os dias do ano. Então, a gente celebra a questão do racismo, com ações antirracistas na comunidade e nas escolas, colocando as mulheres negras no protagonismo da comunidade, fazendo a sua própria história. Então, é um dia em que toda a comunidade se junta para celebrar essa força negra. Também é importante para a economia e o turismo, porque a gente consegue expandir e ecoar mais a nossa cultura.”

Foto: Edeilson Morais

História

O pior aconteceu: Defesa Civil determina remoção do Baobá do Poeta

Em uma das minhas perambulagens, este repórter Gato Preto numa visita ao Baobá majestoso sem saber que seria a despedida

Depois da interdição de imóveis vizinhos, a Defesa Civil de Natal determinou a remoção da árvore que ficou conhecida como o Baobá do Poeta. Localizada na avenida São José, no bairro de Lagoa Seca, a árvore já vinha sofrendo a perda de alguns galhos nos últimos meses. A remoção começou a ser executada pelo Corpo de Bombeiros nesta quinta (27) e a previsão é que a operação dure até a próxima semana.

Pelo menos cinco imóveis que ficam nas proximidades do Baobá foram interditados depois que parte dos galhos da árvore caíram entre a noite do dia 14 e a madrugada do dia 15 de novembro. No mês de maio, um de seus maiores galhos já havia caído durante o período de chuvas. Também houve registro de novas quedas de parte da árvore em junho, quando o Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), técnicos da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) e da Prefeitura do Natal fizeram avaliações no local.

O Baobá, árvore de origem africana, é um símbolo da resistência ambiental para a cidade de Natal, já que quase foi derrubado pelos interesses imobiliários.

A origem

Diógenes da Cunha Lima, proprietário do terreno, advogado e escritor, comprou a propriedade onde se encontra o Baobá em 1991, com o intuito de preservar a árvore, que corria o risco de ser derrubada para a construção de um prédio no local.

O Baobá tem 19 metros de altura e um tronco com seis metros de diâmetro. A história de sua origem ainda é um tema controverso. Segundo Diógenes da Cunha Lima, há uma tese de que a árvore foi trazida para o Brasil por Maurício de Nassau, que queria fazer um jardim botânico no Nordeste. Câmara Cascudo, por sua vez, teria afirmado que ela veio para o Brasil em forma de semente, trazida pelos escravos. Já o próprio Diógenes acredita que a árvore foi trazida, em forma de semente, na barriga de pássaros migratórios que vieram da África, espalhando a árvore por alguns locais do Brasil.

Diógenes da Cunha Lima também acredita que o Baobá do Poeta tenha servido de inspiração para o escritor Antoine de Saint-Exupery, que em uma de suas passagens por Natal teria ficado encantado com a árvore e a eternizado nas ilustrações do livro “O Pequeno Príncipe”.

Em 2023, o escritor chegou a publicar no Youtube um especial sobre o Baobá.

Texto da Agência Saiba Mais

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