Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher relembra manifestação histórica

Nesta sexta-feira, 10 de outubro, o Brasil celebra o Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher, data instituída em 1980 para lembrar a mobilização histórica que marcou o início da luta organizada contra os crimes de gênero no país. Mais de quatro décadas depois, o tema segue atual e urgente: de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou mais de 1.400 feminicídios em 2024, uma média de quase quatro mulheres assassinadas por dia. A data propõe reflexão sobre os avanços conquistados e os desafios ainda presentes na construção de uma sociedade mais segura e igualitária.
Hoje, mulheres brasileiras e estrangeiras que vivem no país contam com diversos canais de acolhimento e denúncia, entre eles o Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, administrado pelo Ministério das Mulheres. O serviço, que funciona 24 horas por dia, recebe relatos de violência, orienta sobre direitos e encaminha denúncias para as autoridades competentes. Em 2024, o canal realizou mais de 900 mil atendimentos, segundo dados oficiais, sendo a maioria deles relacionados à violência doméstica e familiar. A plataforma também oferece suporte psicológico e informações sobre abrigos, serviços de assistência social e mecanismos de proteção.
O movimento que originou a data teve início em 10 de outubro de 1980, quando um grupo de mulheres se reuniu nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo para protestar contra o aumento da violência de gênero. A partir desse ato, formou-se uma rede nacional de mobilização que inspirou políticas públicas e resultou em importantes conquistas, como a Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, e a Lei do Feminicídio, de 2015. Hoje, o país conta com Casas da Mulher Brasileira em vários estados, integrando, em um único espaço, serviços de acolhimento, apoio jurídico, psicológico e delegacias especializadas. Apesar dos avanços, especialistas reforçam que a conscientização e o fortalecimento das redes de proteção ainda são fundamentais para que nenhuma mulher precise enfrentar a violência sozinha.















