Leitura do sábado: O mal-estar transforma o mundo

Dizia Freud que “é o mal-estar que transforma o mundo”. A frase, embora curta, carrega um peso que atravessa gerações. Em tempos de ansiedade generalizada, crises de identidade e incertezas constantes, essa reflexão soa como um lembrete: o desconforto não é apenas um fardo, mas também um gatilho para a ação. É quando algo aperta dentro de nós que começamos a buscar saídas, questionar velhos hábitos e repensar caminhos.
O mal-estar não precisa ser visto como inimigo. Ele pode ser um sinal de que algo não está certo — e que precisa ser transformado. Do mesmo modo que a dor física avisa que há algo errado no corpo, o desconforto emocional pode apontar para mudanças urgentes. Seja numa relação, no trabalho ou na forma como lidamos conosco, a inquietação abre espaço para uma nova versão da vida, mais alinhada com o que realmente importa.
Talvez estejamos vivendo uma era em que o desconforto coletivo seja justamente o que vai nos obrigar a repensar o mundo. E, apesar do peso dos dias, é reconfortante lembrar que a história já provou: grandes transformações nasceram de tempos difíceis. O mal-estar é duro, mas também é fértil. Ele nos empurra para o movimento — e o movimento, cedo ou tarde, traz mudança.







