20 de novembro de 2024

Empreendedorismo

Negros são 60,5% dos empreendedores no RN

A conexão entre negócios e a preocupação com o bem-estar faz parte, respectivamente, da rotina de Tatiana Pires e Luara Almeida, duas empresárias potiguares que, além da aposta na sustentabilidade, contribuem para os dados sobre liderança de empreendedores negros no Rio Grande do Norte. De acordo com o estudo “Empreendedorismo Negro Sob a Ótica da PNAD Contínua”, elaborado pelo Sebrae com informações do IBGE analisadas entre 2012 e 2023, 60,5% do total de donos de negócios no Estado são negros, índice acima do registrado no País, que é de 52%. Para além dos números, no entanto, a trajetória dessas mulheres ainda é repleta de desafios.

Tatiana Pires, de 46 anos, oferece consultorias, mentorias e palestras com foco em projetos de impacto para o setor público, empresas e sociedade civil. Ela está à frente do Conexões 84, empresa criada em 2011. “Nosso objetivo é conectar o primeiro, segundo e terceiro setor atuando com responsabilidade social, porque os três ainda atuam de forma bastante dispersa. As conexões têm o propósito de resultar em um ‘match’, digamos assim, uma vez que o poder público tem as políticas, o segundo setor tem os recursos e a sociedade civil faz um trabalho de fortalecimento junto às comunidades”, afirma.

Já Luara Almeida, de 33 anos, comanda a Fri Cosméticos Naturais desde 2020, após ficar desempregada e decidir criar a própria empresa. Ela oferece produtos como sabonetes, condicionadores sólidos, shampoos sólidos e óleos essenciais, todos à base de composições naturais. “A missão é transformar a rotina diária das pessoas em um ritual sagrado de cuidado, um momento para se fazer uma autoavaliação e tirar um tempo para si. Não são apenas produtos, mas há toda uma experiência envolvida também”, descreve a empresária.

Orgulhosas da própria jornada, as duas reconhecem que muitos desafios foram vencidos, embora haja muito a ser superado, especialmente pela condição de mulher negra. “Trabalhei como responsável técnica em uma indústria, mas era muito invalidada. Em várias ocasiões a palavra final não era a minha, era a do meu auxiliar. Foi um ano e meio nessa função, com um homem ao meu lado para me validar. Enquanto mulher negra, os desafios se acumulam duas vezes mais. Creio que, mais difíceis são as lutas internas, porque, para eu me ver como empresária, foi um processo gigante”, relata Luara Almeida.

Tatiana Pires, do Conexões 84, reconhece que há pequenos avanços, mas ressalta a longa caminhada que ainda é necessário percorrer em busca de maior igualdade. “Ir a uma reunião e ser a única negra ou estar em um evento e as pessoas se surpreenderem com isso, bem como ser questionada com dúvidas sobre o que você está falando, é muito difícil. A única forma de burlar isso e de ter visibilidade é por meio do conhecimento. Quantas mulheres negras com potencial ainda não são vistas?”, indaga a empresária.

Apoio do Sebrae

O apoio do Sebrae ajudou no desenvolvimento dos negócios das duas empreendedoras. Elas participaram do Quartzo, programa de aceleração voltado exclusivamente para mulheres negras no RN. “O foco é transformar negócios mais tradicionais em negócios mais tecnológicos, para fazer com que elas ganhem mais mercado”, frisa Mona Paula Nóbrega, gerente da unidade de Desenvolvimento Rural e Negócios de Impacto do Sebrae-RN. Em dois anos, 68 mulheres já foram atendidas.

Atualmente, o Quartzo não está ativo, mas a entidade oferece o programa Sebrae Plural, que engloba grupos subrepresentados: mulheres, negros, LGBTQIA+ e pessoas com mais de 60 anos. Além disso, o Sebrae-RN tem o programa Quilombo Empreendedor, para incentivar a criação de negócios a partir da vocação das próprias comunidades. “A gente seleciona alguns quilombos, conhece as potencialidades e transforma isso em produtos e serviços que possam gerar renda. Fizemos isso em Capoeiras, em Macaíba. Por lá foi desenvolvido o roteiro dos quilombos, onde escolas e turistas são recebidos, fazendo girar uma movimentação financeira para a comunidade. Tem também a Rota dos Quilombos, no Alto Oeste”, detalha.

“Para além do apoio aos negócios, nós oferecemos, no Quartzo, um programa de letramento racial. Não podemos cair na armadilha do racismo estrutural. Outra preocupação nossa foi a da representatividade. Não poderíamos ter um programa para mulheres negras sem que a consultora fosse negra. Tudo isso é fundamental de ser trabalhado. A maior parte dos donos de negócios é formada por pessoas negras, mas, apesar disso, ainda existem marcadores de desafios”, cita Mona Paula.

“O principal deles é que esses negócios geram menos rendimento do que os liderados por pessoas brancas. Também há menor formação para os negros que estão à frente de iniciativas empreendedoras. Por isso, é necessário que haja cada vez mais acessos à capacitação, desde a base até a formação acadêmica, para que eles gerem mais riqueza”, afirma Mona Paula Nóbrega. Em todo o Brasil, segundo o Sebrae, empreendedores negros (pretos e pardos) já somam mais de 15 milhões.

A maior parte dos empreendedores negros está concentrada nas regiões Sudeste (37,7%) e Nordeste (32,7%), ressaltando a necessidade de políticas públicas que considerem as dinâmicas locais. A disparidade de gênero, no entanto, é alarmante: enquanto 67,8% dos donos de negócios negros são homens no País, apenas 32,2% são mulheres. A educação é um fator crítico nesse contexto: 42,8% possuíam ensino médio completo em 2023.

TN

Desenvolvimento Econômico

Prefeito Emídio Júnior recebe empresários e prefeitos eleitos para tratar do distrito industrial

O prefeito de Macaíba Emídio Júnior recebeu, nesta quarta-feira (20), representantes da Associação das Empresas dos Polos Industriais do RN (ASPIRN), a prefeita eleita de Parnamirim professora Nilda e o prefeito eleito de São Tomé, Gá. Na pauta, temas relacionados ao distrito industrial e ao planejamento de ações envolvendo outras áreas.

“Neste feriado, nós conversamos sobre diversas ações não apenas voltadas ao distrito industrial mas à municipalidade de modo geral. E o ponto principal foi o debate em torno de um planejamento a curto, médio e longo prazo”, afirmou o prefeito Emídio Júnior.

Entre os participantes, Sandro Maia, presidente da ASPIRN e proprietário da Primícias do Brasil, e Sandro Jorge Peixoto, segundo vice-presidente e proprietário da Sadio, consultor da ASPIRN, Pablo, e consultor da FIERN, Alex.

 

Comunicação

Podcast Emater Em Campo divulga semanalmente ações em favor das famílias rurais

Uma ótima sugestão àqueles que se interessam pelos assuntos do campo e acreditam que políticas públicas eficientes em favor das famílias rurais são fundamentais para o desenvolvimento social e econômico do nosso país: a Emater-RN lançou em suas redes sociais o podcast Emater em Campo, que semanalmente apresenta temas diferentes e tem a participação de gestores, lideres de movimentos e trabalhadores rurais.

Já estão disponíveis sete episódios, que podem ser acessados pelo Youtube da instituição, @EmaterRNRN. O desta semana, por exemplo, detalha o Programa de Aquisição de Alimentos, executado pela Emater, voltado às comunidades quilombolas.

A locução e edição são deste repórter Gato Preto, mas a produção e roteiro são da competente jornalista Luciana Oliveira.

Vale a pena ouvir e acompanhar os episódios semanalmente. 

Cidadania

O Dia Mundial da Consciência Negra também é Dia Mundial dos Direitos das Crianças

Por uma equidade racial na infância – Dia da Consciência Negra

Um garoto de 10 anos discutindo equidade para a infância e questões sobre racismo tem feito sucesso nas redes sociais nas últimas semanas. O vídeo, que fez parte de uma matéria sobre o “Leituraço”, uma atividade de leitura de contos africanos e afro brasileiros promovido na cidade de São Paulo, fez com que a fala – e o jeito peculiar de abordar estas questões – de Gustavo Gomes Silva dos Santos se espalhasse pela rede. Com propriedade, o menino aborda a importância do conhecimento da cultura afro brasileira no enfrentamento do racismo.

O filme foi divulgado alguns dias antes do Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro. Ao tratar o assunto com propriedade em uma época em que a questão racial é tão discutida, Gustavo acabou chamando a atenção para o fato das crianças, imersas nesse turbilhão de informações, também terem opinião e discutirem questões como as raciais. Isso porque as crianças são tão vítimas das disparidades sociais e preconceitos raciais quanto os adultos.

A publicação “O impacto do racismo na infância“, lançado em 2010 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, mostra que 26 milhões de crianças e adolescentes brasileiros vivem em famílias pobres, isso representam 45,6% do total de crianças e adolescentes do país. Desses, 17 milhões são negros.

E como a pobreza está intimamente ligada à falta de acesso a direitos básicos, isso atinge diretamente as crianças negras. Enquanto 29% da população do Brasil vive em famílias pobres, quando falamos sobre crianças, esse número chega a 45,6%, sendo que crianças negras têm quase 70% mais chance de viver na pobreza do que as brancas. Com 98% das crianças de 7 a 14 anos na escola, o Brasil ainda tem 535 mil crianças nessa faixa etária longe dos bancos escolares, sendo que 330 mil são negras.

A publicação fazia parte da campanha “Por uma infância sem racismo“, lançada no mesmo ano e que busca diminuir as diferenças e anular o racismo contra crianças. Na ocasião, o Unicef listou 10 modos para que isso aconteça. A última delas fala da importância da escolas no debate e enfrentamento do racismo, mesmo local onde Gustavo conheceu tantos contos da cultura africana e que mostrou a todos que veem sua entrevista o quanto sente orgulho em ser negro.

10 maneiras de contribuir para uma infância sem racismo

  1. Eduque as crianças para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos vários costumes entre os amigos e pessoas de diferentes culturas, raças e etnias. As diferenças enriquecem nosso conhecimento.
  2. Textos, histórias, olhares, piadas e expressões podem ser estigmatizantes com outras crianças, culturas e tradições. Indigne-se e esteja alerta se isso acontecer – contextualize e sensibilize!
  3. Não classifique o outro pela cor da pele; o essencial você ainda não viu. Lembre-se: racismo é crime.
  4. Se seu filho ou filha foi discriminado, abrace-o, apoie-o. Mostre-lhe que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente. Toda criança tem o direito de crescer sem ser discriminada.
  5. Não deixe de denunciar. Em todos os casos de discriminação, você deve buscar defesa no conselho tutelar, nas ouvidorias dos serviços públicos, na OAB e nas delegacias de proteção à infância e adolescência. A discriminação é uma violação de direitos.
  6. Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa ou em qualquer outro lugar.
  7. Valorize e incentive o comportamento respeitoso e sem preconceito em relação à diversidade étnico-racial.
  8. Muitas empresas estão revendo sua política de seleção e de pessoal com base na multiculturalidade e na igualdade racial. Procure saber se o local onde você trabalha participa também dessa agenda. Se não, fale disso com seus colegas e supervisores.
  9. Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras. Você pode cobrar essa postura dos serviços de saúde e sociais da sua cidade. Valorize as iniciativas nesse sentido.
  10. As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas, as crianças e os adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra; e como enfrentar o racismo. Ajude a escola de seus filhos a também adotar essa postura.

Texto extraído do site do Unicef.

Homenagem

Prefeito Emídio Júnior é homenageado por seu perfil de gestor empreendedor

O prefeito de Macaíba Emídio Júnior foi homenageado pelo LIDE RN – Grupo de Líderes Empresariais, nesta terça-feira (19), como um dos nove gestores públicos e lideranças políticas que se destacaram em 2024, considerados gestores empreendedores.

A homenagem ocorreu durante o evento “Novos Gestores: Liderança e Gestão Pública para o Brasil do Futuro”, com a presença de lideranças empresariais do Estado. “Estamos reunidos para destacar e reconhecer o gestor público, que passa a não ser mais dono da agenda”, destacou Jean Valério, presidente do LIDE RN.

O prefeito Emídio Júnior mencionou a importância da articulação entre os municípios da Região Metropolitana no sentido de fortalecer as ações e buscar soluções conjuntas para problemas comuns, como o transporte público.

A gestão Emídio Júnior tem trabalhado para tornar Macaíba um município atrativo para investir e, por consequência, gerar emprego e renda para a população. “Nós fizemos o dever de casa. Fizemos a revisão do Plano Diretor, atualizamos a legislação tributária, estamos finalizando o processo para municipalização das licenças ambientais, estamos investindo em infraestrutura e fazendo investimento inédito em segurança pública com a inauguração do Coisp, criação e realização do primeiro concurso da Guarda Municipal, oferta de cursos de qualificação e nossa prioridade da segunda gestão é a implantação do terceiro distrito industrial”, afirmou o prefeito Emídio Júnior.

A noite contou com a apresentação de empresas e de palestra proferida por Tadeu Barros, diretor-presidente do CLP (Centro de Liderança Pública), colunista da Exame e mestre em Administração Pública.

Imagem: Geraldo Neto

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