Um dos mais respeitados pesquisadores do folclore e da etnografia no Brasil, Luís da Câmara Cascudo viveu quase toda a sua vida no Rio Grande do Norte. Lia, recebia visitas e escrevia muito. Em suas viagens, fazia amigos e ouvia histórias. Trocava correspondências com bastante frequência.
Por ser um homem muito querido, Cascudo era constantemente abordado por pessoas, seja por escrito ou ao pé do ouvido, e acabava sendo um constante receptor de informações de toda a sorte, incluindo relatos de causos que embalaram o sono ou provocaram sustos em gerações e gerações. Como historiador, enriqueceu a sua obra com pesquisas sobre o homem no Brasil, deixando um precioso legado repleto de referências da sabedoria popular e da cultura brasileira.
Em 1954, foi lançado o seu trabalho mais importante como folclorista, o Dicionário do Folclore Brasileiro, reconhecido no mundo inteiro. No campo da etnografia, publicou vários títulos importantes, como Rede de Dormir, em 1959, e História da Alimentação no Brasil, em 1967. Mais tarde, veio Geografia dos Mitos Brasileiros, com o qual recebeu o Prêmio João Ribeiro da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Cascudo trabalhou até os seus últimos anos de vida, tendo sido agraciado com dezenas de honrarias e prêmios. Morreu aos 87 anos. Até hoje, a sua obra é preservada e divulgada através do Instituto Câmara Cascudo (Ludovicus), que mantém o acervo do autor na mesma casa em que ele residiu por cerca de 40 anos na cidade de Natal.
Com o objetivo de fortalecer o apoio aos pequenos negócios e promover a importância do empreendedorismo nas políticas públicas, o Sebrae no Rio Grande do Norte (Sebrae-RN) lançou nesta terça-feira (30), a Cartilha do Candidato Parceiro do Pequeno Negócio. O evento de lançamento aconteceu na sede do Sebrae/RN em Natal, e reuniu representantes dos partidos políticos com candidatos às eleições, bem como os membros das instituições associadas ao pleito eleitoral, além de representantes do setor empresarial e da imprensa.
A cartilha aborda diversos temas de propostas para campanha e plano de governo, incluindo gestão municipal, sustentabilidade, compras governamentais, cooperativismo e crédito, empreendedorismo feminino e diversidade, empreendedorismo na escola e inclusão socioprodutiva. Essas propostas práticas podem ser incorporadas nas campanhas e nos planos de governo, apresentando o candidato como um aliado das micro e pequenas empresas.
De acordo com o diretor superintendente do Sebrae-RN, Zeca Melo, essa iniciativa busca fortalecer ainda mais a contribuição da instituição na formulação de políticas públicas mais eficazes e alinhadas com as necessidades dos pequenos negócios no Brasil.
Com a Cartilha do Candidato Parceiro do Pequeno Negócio, o Sebrae reafirma seu compromisso com o fortalecimento do empreendedorismo e o desenvolvimento econômico do país, destacando a importância de políticas públicas inclusivas e eficazes para o sucesso dos pequenos negócios.
Entre os principais pontos abordados na cartilha, destacam-se a desburocratização, com propostas que visam simplificar processos e reduzir a carga burocrática que muitas vezes dificulta a operação dos pequenos negócios, e o acesso ao crédito, com medidas para facilitar o acesso dos empreendedores a linhas de crédito com condições favoráveis.
O Sebrae tem um compromisso inegociável, de propiciar um ambiente de negócios cada vez mais saudável e seguro para todos que empreendem”, afirmou o diretor.
Participaram do evento de lançamento, o presidente do conselho deliberativo do Sebrae-RN, Itamar Manso; o diretor superintendente, Zeca Melo; deputado estadual Kléber Rodrigues, presidente da Frente parlamentar das Micro e Pequenas Empresas da AL-RN; Marcelo Toscano, diretor de Operações, e Cátia Lopes, gerente de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do Sebrae-RN; Marcello Rocha, juiz de Direito de TRE-RN; Maurício Aguiar, coordenador de Relações Públicas e Institucionais do TCE-RN; Ricardo Valério, representante da secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão; além de representantes de instituições Bancárias, Conselhos e Federações.
O número de profissionais do Mais Médicos (PMM) em atividade aumentou em 93,83% desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — de janeiro de 2023 a junho de 2024. Atualmente, 24.894 médicos e médicas atendem em todo o Brasil. São 12.051 profissionais a mais que o registrado em dezembro de 2022.
O estado do Rio Grande do Norte registrou crescimento de 81,68% no número de profissionais em atividade no programa. Em 18 meses, o total saltou de 262 para 476.
Do total de médicos e médicas ativas no Rio Grande do Norte, 449 são brasileiros (94,32%), 52,1% são homens; 129 têm entre 30 e 34 anos. Há 22 vagas do programa ocupadas por pessoas amarelas e 2 por indígenas, enquanto 33,82% são pretos ou pardos e 59,66% são brancos.
Quanto ao tipo de equipe onde estão alocados os profissionais do Mais Médicos, 473 integram equipes de Saúde da Família e 305 estão em regiões de médio, alto ou muito alto Índice de Vulnerabilidade da Saúde.
A capital Natal registrou crescimento de 102%. A cidade conta agora com 91 médicos e médicas — recebeu 46 novos profissionais entre janeiro de 2023 e junho de 2024. Em dezembro de 2022, eram 45.
NACIONAL — Em dezembro de 2022, 12.843 profissionais estavam na ativa. Desde 2023, com a recomposição, o Governo Federal quase dobrou a quantidade de profissionais e implementou melhorias no modelo.
No início de julho, o Ministério da Saúde anunciou um novo edital para a contratação de 3,1 mil profissionais. A seleção traz, de forma inédita, vagas no regime de cotas para pessoas com deficiência e grupos étnico-raciais, como negros, quilombolas e indígenas.
“O Mais Médicos é uma realidade e faz a diferença. Quando assumimos o governo, havia ainda 12 mil médicos. Com esse edital, nós retomamos a meta dos 28 mil médicos. Pela primeira vez o edital é feito seguindo a política de cotas aprovada em lei que é prioridade do Governo Federal. Cumprimos, assim, a nossa visão de inclusão”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
O Mais Médicos integra um conjunto de ações e iniciativas para o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS). É neste atendimento que 80% dos problemas de saúde são resolvidos.
O programa existe para enfrentar também desigualdades regionais. Leva médicos a regiões onde há escassez ou ausência de profissionais e investe na qualificação e formação, no intuito de resolver a questão emergencial do atendimento básico, mas também criando condições para continuar a garantir um atendimento qualificado no futuro para aqueles que acessam cotidianamente o SUS.
Cidade de Porto Alegre, assim como várias outras cidades gaúchas, tem diversos focos de alagamento. Foto: Gilvan Rocha/Agência Brasil
O setor de bares e restaurantes do Rio Grande do Sul enfrenta uma crise sem precedentes em função dos recentes alagamentos que afetaram o estado. Uma pesquisa realizada com associados da Abrasel revela uma situação alarmante: 33% dos restaurantes estão completamente isolados, impedindo a chegada de clientes e de insumos.
A infraestrutura básica também foi comprometida, com 56% dos estabelecimentos sem energia elétrica e 76% sem acesso à água potável. A quase totalidade, 97%, demonstrou ter algum nível de problema no recebimento de insumos. Segundo a pesquisa, 12% dos estabelecimentos já sofreram perda total e 27% foram parcialmente afetados pela enchente.
A situação é tão grave que quase metade dos proprietários (45%) preveem que não terão condições de abrir para o Dia das Mães, uma das datas de maior movimento para o setor. Outros 33% dizem que ainda não têm como saber se terão condições de abrir ou não. Para se ter uma ideia da mudança na situação, em pesquisa realizada no fim de abril, 75% afirmaram que iriam abrir na data.
“É um cenário desolador, ainda mais se considerarmos que há restaurantes no estado que nem acesso à internet têm neste momento para responder à pesquisa. Mas o levantamento já aponta para o imenso dano que estamos sofrendo”, afirma João Melo, presidente da Abrasel no Rio Grande do Sul.
“Mesmo os que não foram afetados diretamente não terão como abrir as portas em pouco tempo, pela falta de insumos. E aqueles que estão abertos se dividem entre atender a população e ajudar as equipes de resgate, numa cadeia de solidariedade nunca vista”, completa João.
Diante deste cenário devastador, a urgência de medidas de apoio se faz sentir mais do que nunca. Os dados coletados apontam uma necessidade crítica de assistência financeira, com 78,57% dos empresários já prevendo que terão de solicitar empréstimos para sobreviver às perdas.
A suspensão de impostos, requisitada por 88,37% dos entrevistados, e linhas de crédito com condições especiais, pedidas por 69,77%, já são vistas como medidas essenciais para a sobrevivência desses negócios.
Além disso, 66,28% dos proprietários acreditam que medidas de apoio governamental, semelhantes às implementadas durante a pandemia pela MP 936 (que permitiu colocar funcionários em suspensão de contrato e redução de jornada, com apoio do governo para pagamentos dos salários), são cruciais para a sustentação dos empregos no setor durante esta crise.
O presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, destaca: “Já estamos diante de uma crise tão grande ou até maior do que a da pandemia, sob o ponto de vista estritamente econômico, no estado do Rio Grande do Sul. São perdas incalculáveis, assim como não podemos prever todos os efeitos – só sabemos que serão duradouros”.
A situação exige medidas urgentes: “a pesquisa aponta que 83% das empresas não têm seguro contra enchentes. Sem uma ação imediata e eficaz, muitos dos nossos estabelecimentos não sobreviverão, aprofundando a crise humanitária e econômica no estado”, completa Solmucci.