10 de julho de 2024

Educação

Macaíba fica em 1º lugar na Grande Natal e em 4° no RN no ranking de fluência em leitura

Macaíba se destacou em 1° lugar entre os municípios da Região Metropolitana e em 4° posição no ranking das melhores cidades do Rio Grande do Norte na avaliação conduzida pela Parceria Pela Alfabetização em Regime de Colaboração (PARC), por intermédio do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, que realizou uma análise de fluência de leitura em todo o Rio Grande do Norte, no período de 04 a 14 de junho de 2024.

O município contou com 81,24% de participação dos estudantes inscritos do 2º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, superando a porcentagem da rede estadual, que alcançou os 76%. Os dados foram apresentados na reunião dos articuladores municipais, que aconteceu neste mês de julho, na União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação no Rio Grande do Norte (UNDIME/RN).

“Estamos extremamente orgulhosos do desempenho de Macaíba nessa importante iniciativa. Esses resultados refletem o compromisso incansável da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Educação em proporcionar uma educação de qualidade, pautada na equidade e no fortalecimento das identidades locais”, ressaltou o secretário Municipal de Educação, Ademar Júnior.

Além disso, o secretário enfatizou o empenho contínuo da gestão em oferecer oportunidades educacionais que impulsionam futuros promissores para os cidadãos e cidadãs macaibenses: “Nossa missão é garantir que cada aluno tenha acesso a um ensino de excelência, preparando-os para um futuro brilhante”, complementou.

Foto: Edeilson Morais

Economia

O Nordeste investe e reduz pobreza

É bem verdade que o Nordeste ainda concentra quase a metade da pobreza do país – 45% das pessoas pobres, equivalentes a 27,5 milhões, vivem naquela região –, mas não só vem melhorando seus indicadores como caminha a passos largos para desenhar um novo cenário. Hoje é exportador de frutas e grãos, seu turismo cresce a cada dia, é autossuficiente em energia limpa a partir do parque eólico e solar em expansão acelerada e seu crescimento está 50% acima da média nacional.

No primeiro trimestre de 2024, a região cresceu 3,2% e tem uma posição privilegiada para exportar para a Europa, a Ásia e os EUA, pois conta com vários portos.

Basta viajar pelo Nordeste para constatar as mudanças. É visível a expansão do turismo; do agronegócio, na região conhecida como Matopiba (região formada basicamente por áreas de cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, e onde se planta grãos e fibras); de sua rede de rodovias e ferrovias; de sua fruticultura; e mesmo de sua indústria, como os setores de confecções, calçados e artesanato.

A presença do governo federal é marcante: 40% dos investimentos do PAC, ou seja, R$ 688 bi, serão destinados ao Nordeste. A região também receberá 80% dos investimentos da transição energética e vai se beneficiar do programa Nova Indústria Brasil, que adota uma visão de integração regional, e do programa Acredita, que visa apoiar as pequenas e médias empresas e empreendedores para estimular a inclusão produtiva.

Os estados do Nordeste estão avançados em pesquisa e produção de hidrogênio verde, que promete revolucionar a indústria e o transporte mundiais. A união dos nove estados da região, com a criação do Consórcio Nordeste, hoje presidido pela governadora Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, fortaleceu a cooperação entre eles e deu visibilidade internacional à iniciativa. Duas missões do Consórcio, com a participação de representantes de todos os estados, foram à Europa buscar investimentos e oportunidades de negócios, para a região, aumentando a capacidade de inclusão social e produtiva.

Por falar em inclusão produtiva, como resultado da primeira missão do Consórcio Nordeste à Itália, onde foi assinado acordo de cooperação com o presidente do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola – FIDA, o BNDES está desenvolvendo o projeto Sertão Vivo, em parceria com o Consórcio Nordeste e o FIDA para projetos no semiárido nordestino. O projeto já foi lançado em Pernambuco, onde serão aplicados R$ 299 milhões que vão beneficiar 75 mil famílias de agricultores. No total, serão investidos R$ 1,8 bi, para o atendimento, em toda a região, de cerca de 500 mil famílias (aproximadamente 2 milhões de pessoas).

Na vanguarda do desenvolvimento nordestino estão o Banco do Nordeste e o Consórcio Nordeste dos nove estados. O BNB é responsável por 49% do crédito rural e 90% da agricultura familiar, que envolve 1,8 milhão de famílias. Esses agricultores precisam de crédito, de apoio para a extensão rural, de acesso à tecnologia para desenvolver uma agricultura orgânica e produzir alimentos essenciais para a mesa das famílias nordestinas e brasileiras. E, assim, tirar, definitivamente, o Nordeste do mapa da fome e da pobreza.

OS NÚMEROS

Ainda há muito a ser feito para se chegar lá. O Nordeste responde por 60% do contingente de pessoas em situação de pobreza extrema: em 2023, segundo estudo desenvolvido pelos pesquisadores Flavio Ataliba Barreto, João Marcos França e Vitor Hugo Miro – publicado no Blog do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da FGV), no dia 11 deste mês –, esse contingente era de 9,5 milhões de pessoas.

Mas foi o Nordeste a região que apresentou a maior redução absoluta no número de pessoas pobres entre 2012 e 2023, período coberto pela pesquisa que usou os dados da PNAD Contínua do IBGE. Nesses 11 anos, o número de pobres no Nordeste foi reduzido em 3,3 milhões de pessoas, um recuo de 8,9%. Percentualmente, a maior queda foi registrada na região Norte: 11,6%.

No mesmo período, também recuou o número de pessoas em extrema pobreza no Nordeste. Em 2012, primeiro ano da série, a região registrava índice de 14,2%, com 7,7 milhões em extrema pobreza. Em 2023, o percentual foi de 9%, equivalente a 5,6 milhões de pessoas.

O estudo confirma a rápida resposta, com a queda dos índices de pobreza extrema e de pobreza, às políticas de transferência de renda. No período observado a queda ocorreu em 2020, com o auxílio emergencial instituído em função da pandemia do Covid 19, e a partir de 2022 com a retomada dos programas de transferência de renda pelo governo federal – Plano Brasil, no último ano do governo Bolsonaro, e Bolsa Família, com a volta de Lula ao governo.

O pior ano da série em termos de pobreza foi exatamente o de 2021, quando o governo Bolsonaro acabou com o auxílio emergencial sem instituir nenhuma outra política de transferência de renda. Naquele ano, o índice de extrema pobreza chegou a 17,6%, atingindo mais de 10 milhões de pessoas.

AS PRIORIDADES

Entre as prioridades de investimento do BNB estão a universalização do saneamento básico e abastecimento de água; a transição ecológica, com o hidrogênio verde e o cimento verde; a transição energética, com a energia eólica e solar; e a logística e o turismo.

Para dar conta da expansão da economia da região, a infraestrutura rodoviária e ferroviária precisa crescer. A Transnordestina já conta com 61% dos 1.206 km concluídos e a FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) está om 65,8% das obras concluídas. O projeto prevê que tenha 1.527 quilômetros de extensão em bitola larga, ligando o município baiano de Ilhéus à Ferrovia Norte-Sul (FNS) em Figueirópolis, município de Tocantins.

Há novos investimentos na indústria, especialmente na automobilística – Stellantis e BYD –; nas refinarias da Petrobras e Noxis Energy, e na mineração, caso do consórcio Galvani/INB. Na outra ponta, o turismo sustenta a indústria de construção civil, a hotelaria e o emprego. No ano passado, o Nordeste abriu 340.776 novas vagas.

Está claro que há direção política e integração entre o Consórcio de Governadores e o governo federal, que o papel do BNB é fundamental e que o Nordeste caminha para apagar de vez o preconceito contra seu povo e a imagem de dependência da assistência social, fermentados no caldeirão das fake news produzidas pelo bolsonarismo. Logo mais, o Nordeste passará a ser visto como exemplo para o Brasil, da mesma forma que escolas públicas do Ceará são referência em qualidade de ensino: as dez melhores escolas do Brasil de ensino fundamental em 2021 eram cearenses, de acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). E no ano passado, segundo outro indicador desenvolvido por entidade da área educacional, a Roda Educativa, entre os 50 municípios melhor pontuados em oportunidades na educação, 40 eram do Nordeste e 32 deles cearenses.

 Congresso em Foco

Homenagem

42 anos sem o Rei do Ritmo, Jackson do Pandeiro

Como tem Zé na Paraíba! A constatação foi feita por José Gomes Filho (31 de agosto de 1919 – 10 de julho de 1982) no lúdico tom forrozeiro da gravação original da música dos compositores Manezinho Araújo e Catulo de Paula.

Quando lançou a composição Como tem Zé na Paraíba em disco de 1962, esse José de Alagoa Grande (PB) já nem era mais Zé. Era Jackson do Pandeiro, o fabuloso cantor, compositor e ritmista paraibano que galgara os degraus da fama com a velocidade de um rojão em 1953 ao convidar a comadre Sebastiana para cantar e xaxar na Paraíba.

Naquela altura, Jackson já estava na cidade do Rio de Janeiro (RJ), plataforma para o salto nacional deste artista único nascido há 104 anos. Em 31 de agosto de 2024, o Brasil faz festa para um rei negro do ritmo pelos seus 105.

Talvez o maior tributo que se possa prestar a Jackson do Pandeiro seja reverenciá-lo sempre, em qualquer ano e época, pela maestria com que cantou cocos, xaxados, sambas, rojões, emboladas, baiões e frevos com divisão esperta, inimitável. E também pela destreza no toque do pandeiro, instrumento incorporado ao nome artístico após incursões juvenis pela zabumba e pela bateria.

Jackson do Pandeiro foi grande! Concentrada nos anos 1950 e 1960, a obra do Rei do ritmo talvez não tenha a dimensão sociológica do cancioneiro de outro monarca da nação nordestina, Luiz Gonzaga (1912 – 1989), mas também é fundamental para o Brasil.

De todo modo, o canto e a musicalidade serelepe de Jackson do Pandeiro quase sempre sobressaíram em relação ao (bom) repertório do artista. Esse Zé da Paraíba tinha no canto, e no toque do pandeiro, a dança diferente que ele próprio notara, surpreso, na comadre Sebastiana ao convidá-la para xaxar.

Com essa dança diferente, Jackson do Pandeiro domava o ritmo e caía em um suingue que era somente dele. Jackson quebrava tudo, adiantando e atrasando o tempo, mas sempre chegando junto. Foi como se ele fosse um João Gilberto (1931 – 2019) do universo nordestino, embora a bossa apresentada pelo baiano em 1958 tenha sido realmente nova e, a rigor, nada influenciada pela bossa de Jackson.

Rei do ritmo cantou e gravou muito samba, embora seja primordialmente associado ao universo rítmico do forró. Sem fronteiras, Jackson do Pandeiro deixou influências que ressoam em todo o Brasil, podendo ser detectadas nas discografias de Gilberto Gil e do discípulo Lenine, para citar somente dois exemplos de artistas de gerações distintas que celebram esse colega nobre que somente foi aprender a ler após os 35 anos, muito tempo depois de ter aprendido a cantar coco com a mãe cantadora.

Pode ter muito Zé na Paraiba, mas teve somente um Jackson do Pandeiro, centenário e imortal Rei do ritmo.

Mauro Ferreira

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