1 de julho de 2024

Economia

Há 30 anos, Plano Real derrubava hiperinflação e estabilizava economia

Fernando Henrique Cardoso foi um dos mentores do Plano Real quando era ministro do governo Itamar Franco; depois foi eleito presidente da República duas vezes consecutivas

Um dos planos mais inovadores da economia mundial completa 30 anos nesta segunda-feira (1º). Há exatamente três décadas, o cruzeiro real, uma moeda corroída pela hiperinflação, dava lugar ao real, que estabilizou a economia brasileira. Uma aposta arriscada que envolveu uma espécie de engenharia social para desindexar a inflação após sucessivos planos econômicos fracassados.

Em meio a tantos indexadores criados para corrigir preços e salários, a equipe econômica do então governo Itamar Franco criou um superindexador: a Unidade Real de Valor (URV). Por três meses, todos os preços e salários foram discriminados em cruzeiros reais e em URV, cuja cotação variava diariamente e era mais ou menos atrelada ao dólar. Até o dia da criação do real, em que R$ 1 valia 1 URV, que, por sua vez, valia 2.750 cruzeiros reais.

Ao indexar toda a economia, a URV conseguiu realinhar o que os economistas chamam de preços relativos, que medem a quantidade de itens de bens e de serviços distintos que uma mesma quantia consegue comprar. Aliado a um câmbio fixo, no primeiro momento, e a juros altos, para atrair capital externo, o plano deu certo. Em junho de 1994, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tinha atingido 47,43%. O indicador caiu para 6,84% no mês seguinte e apenas 1,71% em dezembro de 1994.

Consenso político

 

O sucesso do Plano Real, no entanto, não se deve apenas à URV. Num momento raro de consenso político e de cansaço com a hiperinflação, o Congresso Nacional foi importante para aprovar medidas que saneavam as contas públicas. Uma delas, a criação do Fundo Social de Emergência, que desvinculou parte das receitas do governo e flexibilizou a execução do Orçamento ainda no segundo semestre de 1993.

Professora de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Virene Matesco diz que o entrosamento político foi essencial para o sucesso do Plano Real. “Houve uma ação política de um governo transitório, do presidente Itamar Franco. Desprovido de vaidade, que cedeu protagonismo ao presidente Fernando Henrique Cardoso [então ministro da Fazenda]. Houve uma perfeita harmonia entre a política e a economia para impactar no social, com um Congresso desorganizado após o impeachment do ex-presidente Collor”, ressalta.

Um dos criadores do Plano Real e presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso, Gustavo Franco diz que o Plano Real envolveu a angariação de apoio político antes de ser posto em prática.

“O Plano Real é uma política pública que envolveu gente que entende do assunto, que conversa entre si e se organizou sob uma liderança política para explicar conceitos e arregimentar apoios políticos. Depois, entrou toda uma engenharia social de fazer acontecer um empreendimento coletivo tão importante, que precisa engajar todo um país. Isso não é simples”, destacou o economista no lançamento do livro dos 30 anos do plano.

Benefícios

 

Outro pai do Plano Real, o economista Edmar Bacha, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no início do governo Fernando Henrique, diz que o objetivo do plano era fundamentalmente acabar com a hiperinflação. Segundo ele, outras melhorias econômicas, como o aumento do poder de compra, vieram depois.

“Ao acabar com a hiperinflação, o plano deu poder de compra ao salário do trabalhador. O salário não derretia mais, e o trabalhador não tinha de correr para o supermercado no primeiro dia em que recebia o seu salário para chegar antes das maquininhas remarcadoras de preços. Todo esse pandemônio que era a vida do brasileiro com a inflação ficou para a história. Para imaginar o legado do plano, compara com a Argentina hoje, que está tentando fazer o que fizemos com sucesso há 30 anos”, diz Bacha.

Reconhecimento

 

Três décadas depois, economistas de diversas correntes reconhecem o sucesso do Plano Real em acabar com a hiperinflação.

“O maior ganho do plano real foi trazer a inflação para níveis civilizados, de qualquer país com um sistema econômico minimamente normal. Hoje, a inflação está de 4% a 5% por ano. O mérito do Plano Real foi principalmente civilizatório. Do jeito que era no Brasil, quem mais sofria as consequências eram os mais pobres”, diz o economista Leandro Horie do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que critica o impacto da política de juros altos sobre a indústria.

Quanto valia R$ 100 três décadas atrás

Também crítica dos juros altos e da dependência da economia brasileira do agronegócio, a economista Leda Paulani diz que o fim da indexação dos preços foi o principal benefício do Plano Real. “Foi um grande sucesso do ponto de vista da estabilidade monetária e conseguiu dar estabilidade humanitária à economia brasileira. O Plano Real conseguiu criar um remédio especial para uma inflação muito especial que a gente tinha, que era uma inflação marcada pelo processo de indexação”, declara.

Economista-chefe da Way Investimentos e professor do Ibmec, Alexandre Espírito Santo classifica o Plano Real como o mais bem-sucedido plano de estabilização econômica na história global recente. “Foi muito bem elaborada a questão da URV, como você falou. O Plano Real usou tanto medidas ortodoxas, de ajuste fiscal e juros altos, para combater a inflação, como heterodoxo, que envolveu a criação de uma moeda paralela temporária”, relembra.

Virene Matesco, da FGV, diz que se emociona ao dar aulas sobre o Plano Real. “Se hoje a nossa vida é muito melhor, é graças aos nossos economistas que construíram um plano que fez muito pouco estrago na economia. Em qualquer sociedade do mundo, o combate à inflação é extremamente doloroso e causa grandes transtornos. O Plano Real acaba com a hiperinflação com quase nenhuma dor. Foi um plano extremamente transparente, feito por etapas e muito bem comunicado à população”, diz.

Agência Brasil

Igreja Católica

Papa Francisco torna Carlo Acutis o primeiro santo da geração Y

Nesta segunda-feira (1º), o Papa Francisco reconheceu a canonização do beato Carlo Acutis, conhecido como o “padroeiro da internet”. Com o reconhecimento, o italiano se tornou o primeiro millenial a ser feito santo. O termo faz referência a todos que são da geração Y. Também conhecidos como nativos digitais, os millennials são os nascidos entre 1982 e 1994, e a tecnologia faz parte de seu dia a dia: todas as suas atividades passam por meio de uma tela.

Acutis tem dois milagres atribuídos a ele, um deles no Brasil.

A canonização foi aprovada pelo papa em reunião do Colégio de Cardeais no Vaticano.

De acordo com o Vatican News, Carlo Acutis provavelmente será proclamado santo durante o jubileu em concomitância com outras canonizações. O jubileu é uma celebração religiosa da Igreja Católica em Ano Santo a cada 25 anos. A comemoração vai acontecer em 2025.

Padroeiro da internet

 

Carlo Acutis, considerado o “padroeiro da internet” nasceu em 3 de maio de 1991, em Londres, na Inglaterra, e morreu de leucemia aos 15 anos, em 12 de outubro de 2006 em Monza, na Itália.

Criado em Milão, se tornou católico e devoto da Virgem Maria. Acutis, desde cedo, demonstrou uma grande habilidade para a informática, dom que utilizou na divulgação de conteúdos de formação cristã. “Um gênio da ciência da computação no céu”, disse Gori, autor da biografia de Acutis.

Devoto à Virgem Maria, pedia para a família colocar as sobras de comida em um recipiente para que pudesse levar aos desabrigados locais. Acutis também foi conhecido por uma boa relação com imigrantes.

Em setembro de 2006, os primeiros sinais e o diagnóstico da doença apareceram. Em 12 de outubro daquele ano, ele faleceu, mesmo dia de Nossa Senhora Aparecida, considerada a padroeira do Brasil.

A data de falecimento do jovem não é a única ligação com o Brasil. Após a morte dele, o padre Marcelo Tenório, da Paróquia São Sebastião, em Campo Grande (MS), foi à Itália e trouxe um pedaço de roupa com sangue de Acutis.

O tecido foi exposto durante uma missa em 2010, na capital sul-mato-grossense. Na ocasião, uma criança brasileira foi curada de uma mal formação no pâncreas após tocar no pedaço da roupa do “padroeiro da internet”. Em 2020, o ocorrido foi considerado o primeiro milagre de Acutis.

Segundo milagre

 

O segundo milagre, que foi reconhecido no último dia 23, diz respeito a uma jovem da Costa Rica, que foi curada após um acidente de bicicleta, em 2022. De acordo com o Vatican News, Valeria estava internada com poucas chances de sobrevivência. Dias após a mãe dela rezar na tumba de Acutis, na Itália, a jovem costariquenha foi curada.

Carlo Acutis “não se acomodou numa imobilidade confortável, mas colheu as necessidades do seu tempo, porque viu o rosto de Cristo nos mais frágeis. O seu testemunho mostra aos jovens de hoje que a verdadeira felicidade se encontra pondo Deus em primeiro lugar e servindo-o nos irmãos, especialmente nos últimos. Um aplauso ao novo jovem beato da geração atual!”, afirmou o papa Francisco.

O Vaticano afirmou que os restos mortais de Carlo Acutis foram “recompostos”, mas não detalhou o processo. O corpo dele está exposto na igreja de Santa Maria Maggiore.

Com informações do Metrópoles

São João do Povo 2024

São João do Povo 2024 chega ao centro de Macaíba neste domingo (30)

O São João do Povo da Prefeitura de Macaíba chegou ao centro da cidade com muito estilo neste domingo (30). Até quarta-feira, dia 03, o Arraiá Quatrocentão vai levar muita cultura e diversão ao Ginásio Edilson de Albuquerque, a partir das 19h. A entrada é gratuita.

Com duração de quatro dias, o Arraiá Quatrocentão é um dos maiores festivais de quadrilhas juninas do estado e nesta edição contará também com apresentações musicais. Eli Show animou o primeiro dia; Rubão do Forró vai animar a festa hoje, segunda-feira (01); Cabras da Peste vai se apresentar amanhã, dia 02 de julho: e Bichões do Forró encerra o Arraiá no dia 03.

Na quinta-feira, 04 de julho, começam os grandes shows no polo Centro, na Praça Paulo Holanda Paz (Pista Nova). Abrem a programação musical, Júnior Vianna, Circuito Musical e Josymar Silva. Na sexta-feira (05), Rey Vaqueiro, Samyra Show, Robertinho do Acordeon e Lucas Sanfoneiro sobem ao palco.

No sábado (06), a banda Grafith anima a multidão de Macaíba juntamente com Gianini Alencar e Zé Raí. O encerramento da grande programação do São João do Povo acontece no domingo, dia 07 de julho, com os shows de Pablo e Guilherme Ferri. Participe!

Programação da Zona Urbana

30/06 a 03/07 – Ginásio Edilson de Albuquerque Bezerra: Arraiá Quatrocentão:

30/06: quadrilhas juninas e Eli Show;

01/07: quadrilhas juninas e Rubão do Forró;

02/07: quadrilhas juninas e Kabas da Peste;

03/07: quadrilhas juninas e Bichões do Forró;

04/07 a 07/07 – Avenida Mônica Dantas:

04/07: Josymar Silva, Circuito Musical e Júnior Vianna;

05/07: Robertinho do Acordeon, Lucas Sanfoneiro, Rey Vaqueiro e Samyra Show;

06/07: Zé Raí, Giannini Alencar e Banda Grafith;

07/07: Deny Dantas, Guilherme Ferri e Pablo.

Política

RN tem pelo menos 60 cidades com mais eleitores que habitantes

Além de Tibau (foto), Passagem e Bodó são as cidades com maior diferença entre número de eleitores e de habitantes

Dos 167 municípios do Rio Grande do Norte, pelo menos 60 deles têm uma peculiaridade: mais eleitores do que habitantes. A maior diferença está a cidade de Tibau, no Polo Costa Branca potiguar, com 9.928 eleitores para uma população de 5.382.

A análise feita leva em conta os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e da estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em segundo lugar em termos de disparidade, está a cidade de Passagem, com 4.666 eleitores e 3.115 habitantes. Por fim, Bodó conta com 3.824 eleitores para uma população de 2.306 pessoas.

Um caso recente que chamou atenção foi a transferência excessiva de títulos eleitorais para o município de Tibau. Na sessão plenária da última terça-feira (23), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) decidiu cancelar a mudança de domicílio de eleitores.

O caso analisou uma falsificação de documentos de residência. Os documentos falsificados incluíam cópias de Documentos de Arrecadação Municipal (DAMs) com endereços inexistentes e não reconhecidos pela Prefeitura de Tibau.

O processo, relatado pelo juiz federal Fábio Bezerra, resultou na procedência dos recursos contra a transferência do domicílio eleitoral. A decisão foi unânime entre os magistrados presentes.

O TSE esclarece que o domicílio eleitoral nem sempre corresponde ao domicílio civil. Em alguns casos, vínculos profissionais justificam a manutenção do registro eleitoral em um município diferente do local de residência. A discrepância entre eleitores e habitantes levanta questões sobre a precisão dos registros eleitorais e populacionais.

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