Exposição gratuita celebra o centenário de Dona Militana, maior romanceira do Brasil

A Editora da UFRN (EDUFRN) realizou no dia 8 de março a abertura da exposição Dona Militana: tradução estética de narrativas da romanceira potiguar, na Pinacoteca do Estado do Rio Grande do Norte, em Natal. O evento celebra os 100 anos de nascimento de Dona Militana, considerada a maior romanceira do Brasil, e homenageia sua trajetória e legado por meio de uma experiência sensorial e interativa. A exposição ficará aberta ao público até o dia 28 de março.

Com curadoria de Angela Almeida, Rafael Sordi Campos e Marcos Paulo Pereira, a mostra propõe um mergulho na trajetória da artista potiguar, reconhecida por preservar e interpretar os romances medievais ibéricos, transmitidos oralmente por gerações. O projeto ocupa três salas interligadas da Pinacoteca e apresenta instalações artísticas, painéis interativos e objetos do cotidiano da romanceira.

A solenidade de abertura contou com a participação especial do Grupo Congos de Combate, expressão folclórica de São Gonçalo do Amarante, cidade natal de Dona Militana. Com suas danças e ritmos ancestrais, o grupo expressa a conexão entre a memória da romanceira e a cultura popular afro-brasileira, destacando o papel da oralidade na preservação das tradições.

Experiência sensorial e interativa

Os visitantes podem explorar a obra de Dona Militana por meio de um circuito expositivo que dialoga com sua trajetória de vida e a tradição oral nordestina. A mostra inclui instalações como o Raízes da Memória – homenagem à forma como Dona Militana guardava e transmitia os romances aprendidos desde a infância. A instalação utiliza balaios criados por artesãos de São Gonçalo do Amarante e elementos naturais que remetem ao seu cotidiano no roçado.

Outra instalação é Reino de Oiteiros, uma interpretação simbólica do Sítio Oiteiro, onde Dona Militana viveu. A instalação combina referências da cultura popular nordestina e dos reinos africanos, evidenciando a fusão entre tradição oral, identidade negra e influências ibéricas.

Também faz parte da exposição a instalação Baluarte – uma torre de resistência cultural, que representa a força e a determinação de Dona Militana em preservar a tradição oral. Inspirada na arquitetura dos castelos medievais, a instalação reafirma seu papel como guardiã dos romances populares.

Água é outra instalação que relaciona a fluidez da água com a oralidade e a transmissão cultural entre Brasil, Portugal e África. Com o uso de cabaças e fios, a obra ilustra o movimento contínuo das narrativas ao longo do tempo.

A exposição se inspira no livro Dona Militana: tradução estética de narrativas da romanceira potiguar, de Angela Almeida, publicado pela Editora da UFRN em 2024. A obra combina texto e imagens para refletir sobre memória, identidade e resistência cultural, expandindo a experiência dos romances cantados por Dona Militana. O livro está disponível gratuitamente no Repositório Institucional da UFRN.

Serviço

Exposição Dona Militana: tradução estética de narrativas da romanceira potiguar
Período de visitação: 8 a 28 de março de 2025

Entrada gratuita
Local: Pinacoteca do Estado do RN (Praça Sete de Setembro, Cidade Alta, Natal/RN)

Agecom-UFRN

 

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