Meio Ambiente

A obra histórica de desassoreamento do trecho urbano do Rio Jundiaí, que corta o centro de Macaíba, avança a passos largos e já se aproxima da ponte que passa sobre o seu curso, nas proximidades do tradicional conjunto Tavares de Lyra. No total, cerca de 2 quilômetros do leito serão desobstruídos e dragados com o término dos serviços que estão sendo supervisionados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), visando a minimizar as enchentes .

De acordo com o titular da Semurb, Billy Jean, a obra foi dividida em três trechos – da BR 304 à ponte situada no Conjunto Tavares de Lyra; do Conjunto Tavares de Lyra até a ponte no centro comercial; e do centro até o cais localizado no final da Rua José de Baltazar e três fases, com previsão de ser concluída em um prazo estimado entre 90 e 180 dias.

“Nessas três fases, primeiramente, ocorre a limpeza das margens do rio para acesso do maquinário, depois a limpeza do rio propriamente dito e, em seguida, é feita a dragagem para aumentar a profundidade do rio que, em média, não chega a 60 centímetros”, explicou o secretário.

Billy Jean afirmou ainda que paralelamente aos serviços de limpeza e desassoreamento do Rio Jundiaí, técnicos da Semurb estão fazendo os estudos necessários para os projetos de micro e macro drenagem da região central de Macaíba. “O problema de décadas dos alagamentos na região central da nossa cidade passam pela barragem, pela limpeza e desassoreamento que estamos fazendo agora e pela micro e macro drenagem”, informou.

Tanto parte do centro comercial como residências sofrem ao longo de décadas com alagamentos e enchentes provocadas no período chuvoso, prejudicando milhares de famílias e danificando residências e pontos comerciais. Essa é a primeira vez que o Rio Jundiaí passa por serviços desse porte, nos 147 anos de emancipação política de Macaíba, fruto da atual gestão municipal, resultado de um trabalho que começou, em 2022, a partir dos estudos, formatação dos projetos, licenciamento ambiental e captação dos recursos da ordem de R$ 2 milhões junto ao mandato do senador Styvenson Valentim e recursos próprios da Prefeitura no montante de R$ 800 mil.

Foto: Guilherme dos Anjos

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Defesa Civil, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo, está realizando ações de preparação para o período chuvoso. As medidas incluem a limpeza e desobstrução de canais e bocas de lobo, limpeza urbana com roço, recolhimento de volumes e poda de árvores em vias públicas. Além disso, estão sendo realizadas ações de infraestrutura, como melhorias na drenagem e pavimentação de novas ruas. O objetivo é minimizar os impactos das chuvas, garantindo a fluidez do trânsito e prevenindo alagamentos e outros danos à população.

As ações são frequentes e seguem um cronograma estabelecido pelas secretarias envolvidas e, em janeiro, tiveram início pela limpeza do Canal do Angelim, seguindo para o canal das Campinas, depois Araçá, Olímpio Maciel, Conjunto Tavares de Lira, Recanto Verde e demais pontos críticos da cidade.

A Defesa Civil também coordena os serviços de prevenção de enchentes. Em Macaíba, a responsável pelo órgão é Laura Morais, que faz um apelo aos macaibenses pela segurança de todos:

“Pedimos à população que coopere, destinando o lixo nos lugares corretos, pois a destinação fora dos locais apropriados traz sérios danos, principalmente à aqueles que moram em áreas de risco.”

Além da desobstrução dos sistemas de drenagem no mês de janeiro, a Prefeitura ainda deu início ao desassoreamento e limpeza do Rio Jundiaí, uma obra histórica que vai mitigar os impactos da chuva no centro da cidade. O cronograma de limpeza de bueiros e canais e permanente segue durante todo o ano de 2025.

O volume de água acumulado nos reservatórios públicos do Rio Grande do Norte chega ao final de 2024 com o melhor resultado desde 2011, quando a barragem Armando Ribeiro transbordou pela última vez. A informação consta de relatório divulgado nesta sexta-feira (27) pelo Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn).

Segundo o instituto, as reservas hídricas superficiais totais do estado, nos últimos dias de 2024, somam 2,85 bilhões de metros cúbicos, o que representa 62,82% da capacidade total, que é de 4,54 bilhões. No mesmo período de 2023, as reservas hídricas acumulavam 2,25 bilhões ou 52,03% da capacidade total.

Maior reservatório do RN, a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, na bacia hidrográfica Piranhas/Açu, acumula 1,61 bilhão de metros cúbicos, correspondentes a 67,97% da capacidade. O percentual é 13,5% superior ao apresentado no final de 2023, quando o manancial acumulava 1,29 bilhão.

A segunda maior barragem do estado, Santa Cruz do Apodi, acumula 429,2 mil metros cúbicos (71,58%). O volume atual é 12,46% superior ao de 2023. Já a Barragem Umari, localizada em Upanema, está com 228,6 mil m³, ou 78,09% da capacidade.

Popularmente conhecida como Gargalheiras, a Barragem Marechal Dutra, que em 03 de abril atingiu o nível de sangria depois de 13 anos, acumula 33,19 milhões de metros cúbicos, volume que garante o abastecimento de Acari e de Currais Novos por mais dois anos, mesmo que não haja recarga em 2025.

Atualmente, oito reservatórios apresentam volumes inferiores a 10% da capacidade, entre eles a Barragem Sabugi, em São João do Sabugi; Esguicho, em Ouro Branco; Carnaúba, em São João do Sabugi; Jesus Maria José, em Tenente Ananias; Tourão, em Patu; Brejo, em Olho d’Água do Borges; e Mundo Novo, em Caicó.
O Itans, que durante muito tempo foi o principal reservatório do Seridó e que assegurou o fornecimento de água para o sistema de abastecimento de Caicó de 1936 a 1999, está com menos de 1% da capacidade, que é de 81,7 milhões de metros cúbicos.

Para 2025, o Rio Grande do Norte ganhará dois importantes reforços no quesito segurança hídrica: as barragens Oiticica, em Jucurutu, e a Passagem das Traíras, em São José do Seridó. Com a entrega desses dois equipamentos, o estado superará a marca de 5 bilhões de metros cúbicos, o que representa um avanço significativo na capacidade de armazenamento e gestão dos recursos hídricos, assegurando água para alimentar o complexo de adutoras do Seridó pelos próximos 50 anos.