Um gênio octagenário

Filho de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, Gonzaguinha construiu sua própria identidade artística ao transformar a dor, a crítica social e o afeto em poesia. Nascido no Rio de Janeiro em 1945, cresceu entre dificuldades e desde cedo encontrou na música um caminho de expressão. Nos anos 1970, despontou como um dos grandes nomes da MPB, marcado por composições de forte cunho político e social, que dialogavam com os dilemas de um Brasil mergulhado em tempos de repressão. Seu estilo direto e intenso o levou a conquistar respeito não apenas como cantor, mas como porta-voz de uma geração que buscava voz e espaço. Neste 22 de setembro, Gonzaguinha completaria 80 anos, uma data simbólica que reforça a grandeza de seu legado.
Ao longo da carreira, Gonzaguinha também revelou uma face lírica e intimista, criando canções que se tornaram hinos de amor e esperança, como “O que é, o que é?” e “Começaria tudo outra vez”. Sua obra atravessa décadas com frescor e atualidade, unindo crítica, ternura e reflexão. Mais que herdeiro do legado do pai, ele se consolidou como um dos maiores compositores da música popular brasileira, deixando marcas profundas na cultura do país. Sua morte precoce, em 1991, interrompeu um percurso brilhante, mas não apagou a força de suas canções, que continuam a emocionar e inspirar gerações.




















