19 anos sem Espanta: “Porque 500 é 500!”

Nascido em Natal em 1957, David Cunha Alves de Araújo transformou-se em Espanta, um dos nomes mais memoráveis do humor brasileiro. A espontaneidade que levava para o palco começou ainda na juventude, quando trabalhava como vendedor e chamava atenção pelo figurino excêntrico. De uma brincadeira surgiu o apelido que o acompanharia por toda a carreira, mais tarde suavizado para evitar interpretações religiosas. O talento nato logo o conduziu à televisão potiguar, onde estreou em 1991 com o programa Bastinha Proceis, abrindo caminho para projeção nacional.

O público brasileiro o reconheceu pela habilidade incomum de interpretar piadas, dom que colegas de todo o país destacavam com admiração. Marilac Futrica, Biba e Aurineide Camurupim, referências do humor cearense, o apontavam como o melhor contador de causos do Brasil. Não tardou para que Espanta conquistasse prêmios importantes, como o Segundo Festival de Piadas do Show do Tom, além do título de melhor humorista do Rio Grande do Norte concedido pela imprensa local. Em 1997, foi eleito pela Globosat um dos dois maiores humoristas do país, distinção que consolidou sua trajetória.

Na televisão nacional, Espanta brilhou em programas de grande audiência, entre eles a Escolinha do Professor Raimundo e o Show do Tom, onde se tornou o maior vencedor da Batalha dos Humoristas graças às pontuações expressivas que acumulava a cada participação. Seus personagens conquistaram plateias diversas, especialmente o popular Pudim de Cana, que sintetizava a irreverência e o carisma que marcaram sua obra. Cada apresentação carregava o humor afetuoso, direto e genuíno que se tornou sua assinatura.

A carreira promissora foi interrompida em 24 de novembro de 2006, quando um acidente na BR 304, entre Assú e Mossoró, vitimou o artista aos 49 anos, conforme registros da Polícia Rodoviária Federal. Ele seguia para um show em Mossoró quando o carro que dirigia capotou após derrapar em cascalhos, deixando o Rio Grande do Norte em profundo luto. Espanta partiu no auge, deixando um legado que ultrapassa fronteiras regionais e permanece vivo na memória de quem reconhece no humor uma forma sensível de celebrar a vida.

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