A decisão de saída da Organização Mundial da Saúde (OMS) representa um ataque frontal à cooperação internacional em saúde pública. A OMS é a principal articuladora das políticas globais de combate a doenças, sendo responsável por coordenar respostas a pandemias, apoiar pesquisas científicas e fornecer assistência técnica a países em crise sanitária. Trata-se de uma instituição fundamental para garantir o acesso universal à saúde e para a implementação de estratégias eficazes contra surtos e epidemias.
No entanto, a decisão de se retirar da OMS não é baseada em argumentos técnicos ou científicos, mas sim em um alinhamento ideológico com a postura radical, inconsequente e negacionista adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Trump promove um discurso hostil contra organizações internacionais e demonstra desprezo pela ciência, minimizando os impactos da COVID-19 e incentivando medidas irresponsáveis que contribuíram para o agravamento da pandemia. A influência dessa postura tem levado outros governos a adotarem posições semelhantes, colocando em risco não apenas suas populações, mas a saúde global.
O isolamento da OMS não fortalece a soberania nacional, como alguns alegam, mas sim enfraquece a capacidade de resposta do país a emergências sanitárias. Em um mundo globalizado, onde doenças não respeitam fronteiras, a colaboração internacional é imprescindível. Negar essa realidade significa comprometer os avanços da medicina preventiva, dificultar o acesso a vacinas e retardar a adoção de medidas coordenadas para a contenção de crises de saúde pública.
Ao romper com a OMS, adota-se uma postura irresponsável que ignora a importância da solidariedade global e da ciência. Essa decisão não apenas prejudica a população local, mas também mina esforços conjuntos para garantir um mundo mais saudável e resiliente frente a novas ameaças sanitárias. É preciso resistir a esse tipo de negacionismo e reafirmar o compromisso com a ciência, com a cooperação internacional e com o direito fundamental à saúde.