O serviço de som do Pax Club

A Prefeitura de Macaíba prepara a aquisição de um novo equipamento de som para o Pax Club. Será moderno, potente. Tenho certeza que o amigo Jó, guardião incansável daquele espaço multiuso, cuidará para que tudo seja de ótima qualidade.

O assunto remete o Gato Preto a uma memória de muitos macaibenses: as bocas de ferro que o Pax mantinha, irradiando para todo o Centro da cidade, décadas atrás.

No livro “Pisa na Fulô – Anedotário Político e Social de Macaiba e Adjacências” – o escritor Valério Mesquita nos conta que “Macaíba, nas décadas de 20, 30 e 40, foi uma das cidades de maior e intensa vida social do Rio Grande do Norte. Viveu sua fase áurea da sociedade elitizada, organizada tradicionalmente em um clube, onde a chamada nata se divertia.

Em julho de 1950, surgiu o Pax Club, construído pelo então prefeito Luiz Cúrcio Marinho. Ao longo de mais de 20 anos, esse tipo de aglutinação social subsistiu. Em Natal, por exemplo, se acabaram antes o ABC e o Aeroclube e, só algum tempo depois, o Pax Club também sucumbiu à desagregação social que começou nos anos 60, pela modificação dos costumes, da música, do comportamento social etc.

O Pax Club, para veicular as suas promoções, possuía um serviço de amplificadora cujo locutor, com voz empostada, assim proclamava o seu inefável prefixo: “Serviço de divulgação da Associação Pax Club, falando do sodalício tradicional e elegante da cidade, diretamente do aprazível recanto do Parque Governador José Varela”. Eram duas bocas de ferro presas a um imenso pé de eucalipto, perto da ponte.

O pré-falado serviço de som mantinha em sua programação o quadro musical intitulado “Data Querida”, que parabenizava os aniversariantes e oferecia páginas músicas aos enamorados.”

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