Jundiaí Respira: a obra que desassoreia um Rio e restaura uma cidade

A cidade de Macaíba vive, neste momento, um marco histórico em sua trajetória de desenvolvimento urbano e ambiental: a obra de desassoreamento do Rio Jundiaí. Trata-se de uma intervenção que transcende a engenharia civil e alcança dimensões humanas, econômicas e simbólicas profundas. Para muitos moradores e observadores atentos, como este repórter, não há dúvida: estamos diante da mais relevante obra já realizada no município em seus 147 anos de emancipação política. Não apenas pela sua grandiosidade técnica, mas pelos efeitos concretos e duradouros que proporcionará à vida de milhares de cidadãos.

Rios assoreados em áreas urbanas representam uma ameaça silenciosa, mas persistente. Eles acumulam sedimentos, lixo e entulho ao longo dos anos, perdendo sua capacidade de escoamento e transformando-se em gatilhos de enchentes devastadoras. Foi o que se viu em Macaíba por tempo demais: comerciantes amargando prejuízos, famílias perdendo tudo o que conquistaram, doenças proliferando e um centro urbano que, em vez de florescer, era sufocado por um rio abandonado. O Jundiaí, antes símbolo de prosperidade, havia se tornado uma lembrança turva de tempos melhores.

Nesse contexto, o desassoreamento do rio é mais que necessário — é vital. Além de devolver segurança hídrica à cidade, ele resgata a dignidade de quem vive e trabalha nas margens do Jundiaí. Estamos falando de sonhos preservados, de vidas protegidas e de uma identidade urbana que volta a se reerguer. O centro de Macaíba, com seu casario antigo e charme histórico, reencontra agora parte de sua beleza original. A autoestima coletiva também se eleva quando a cidade cuida do que é seu — e o rio é, sim, parte do que somos.

É justo, portanto, reconhecer o esforço conjunto entre a Prefeitura e o Poder Legislativo, que, ao lado do setor empresarial, superaram anos de promessas vazias e decidiram agir. Essa união merece ser destacada, pois foi ela que viabilizou a transformação. Mas é preciso também olhar adiante: a natureza não para, e o cuidado com o Jundiaí deve ser contínuo. A manutenção periódica, o respeito à fauna e à flora, e a atenção aos impactos ambientais são obrigações que não podem ser negligenciadas. O rio, uma vez recuperado, precisa continuar sendo tratado com carinho, ciência e responsabilidade.

Desassorear o rio não é destruição, é acolhimento. É permitir que ele respire, corra livremente e volte a ser fonte de vida. Que os gestores de amanhã entendam isso e não deixem a cidade retroceder. Macaíba ganha, o meio ambiente agradece, e todos nós, como parte desse ecossistema, somos beneficiados. Que o Jundiaí continue seu curso — agora limpo, vivo e inspirador.

Foto: Redes sociais da vereadora Clarissa Matias, de Macaiba

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