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27 de julho: Dia do Motociclista

Moto, motocicleta ou motoca, não importa. A verdade é que o veículo motorizado de duas rodas, como é classificado pelo Departamento de Trânsito, independente da marca, do ano e modelo, possui vários nomes e apelidos concedidos carinhosamente por quem o adora. E é por essa paixão que não poderia deixar de existir o Dia do Motociclista.

Entretanto, outra nomenclatura tem causado discussão entre os apreciadores do veículo: as diferenças entre motoqueiro e motociclista. Apesar de haver preconceito sobre o significado, a explicação é que o primeiro se refere a uma pessoa que usa a moto como renda, os motoboys. Já o seguinte trata-se de um mero apreciador que conduz a motocicleta como meio de transporte ou lazer.

De onde vieram os termos motoqueiro e motociclista?

A palavra “motoqueiro” foi adotada a partir de campanhas publicitárias que exibiam pessoas com mau comportamento no trânsito. Com o tempo, o nome tornou-se pejorativo e traz até os dias de hoje discussões entre os amantes das duas rodas.

Em contrapartida, considera-se motociclista o piloto apaixonado por motos, que geralmente compartilha a paixão com grupos chamados de motoclubes. Tais conjuntos são formados por pessoas de diferentes classes sociais e profissões em torno de uma mesma paixão.

27 de julho Dia do Motociclista

Se você já se perguntou qual o Dia do Motociclista e o motivo da data, saiba que ela é em homenagem póstuma a Marcus Bernardi, motociclista e mecânico da Honda, que morreu em 27 de julho de 1974, o dia, proposto pelo deputado federal Alcides Franciscatto, em 1984, celebra todos os que, seja profissionalmente ou por hobby, pilotam motocicletas.

O Dia Nacional do Motociclista e as comemorações

A partir da oficialização da data do Dia dos Motociclistas, a Associação Brasileira de Motociclistas (ABRAM) instituiu, no ano 2000, a Semana Nacional do Motociclista e o Prêmio ABRAM de Motociclismo, além disso, propôs à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) a emissão de um selo homenageando o setor de duas rodas.

Por conta da importância para a classe, o selo postal em comemoração às motocicletas se transformou em uma edição especial com mais de um milhão de cartelas produzidas. Na época, a ação trouxe alguns modelos das seis maiores marcas de motos presentes no Brasil.

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José Orlando vai receber Título de Cidadão potiguar em grande show no TAM

Nesta quinta-feira, 25, grandes nomes da música brega potiguar estarão juntos no palco do Teatro Alberto Maranhão. Será uma uma noite memorável a partir das 19h.

Fernando Luiz, Carlos Alexandre Jr Messias Paraguai, Ary Maia e tantos outros também irão homenagear o cantor José Orlando, o Pistoleiro do Amor, que na ocasião receberá o Título de Cidadão Norte-Riograndense, outorgado pela Assembleia Legislativa por proposição do deputado Ubaldo Fernandes.

José Orlando nasceu em Pedreiras, cidade do interior do Maranhão, no dia 11 de julho de 1954. Com 15 anos foi morar em Fortaleza, onde tudo começou. Ganhou um violão da mãe e aprendeu a tocar sozinho. Fez suas primeiras composições e teve como padrinho musical o saudoso Alípio Martins.

Homenagem merecida a um grande representante da nossa cultura popular.

O show tem o apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação José Augusto, e a entrada é gratuita.

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10 anos sem Ariano

Ariano Suassuna (1927- 2014) foi um escritor brasileiro; poeta, romancista, ensaísta, dramaturgo, professor e advogado. “O Auto da Compadecida”, sua obra-prima, foi adaptada para a televisão e para o cinema. Sua obra reúne, além da capacidade imaginativa, seus conhecimentos sobre o folclore nordestino.

Em 1989 foi eleito para a cadeira n.º 32 da Academia Brasileira de Letras. Em 1993 foi eleito para a cadeira n.º 18 da Academia Pernambucana de Letras e em 2000 ocupou a cadeira n.º 35 da Academia Paraibana de Letras.

Infância e Formação

Ariano Vilar Suassuna nasceu no Palácio da Redenção, na cidade de Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa, capital da Paraíba, em 16 de junho de 1927.

Filho de João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suassuna, na época, governador da Paraíba, e de Rita de Cássia Dantas Villar, foi o oitavo dos nove filhos do casal. Passou os primeiros anos de sua infância na fazenda Acahuan, no município de Sousa, no sertão do Estado.

Durante a Revolução de 1930, seu pai, ex-governador da Paraíba e então deputado federal, foi assassinado por motivos políticos, no Rio de Janeiro. Em 1933 sua família mudou-se para Taperoá, no sertão da Paraíba, onde Ariano iniciou seus estudos primários. Teve os primeiros contatos com a cultura regional assistindo às apresentações de mamulengos e os desafios de viola.

Em 1938 sua família mudou-se para a cidade do Recife, Pernambuco, quando Ariano entrou para o Colégio Americano Batista, em regime de internato. Em 1943 ingressou no Ginásio Pernambucano, importante colégio do Recife. Sua estreia na literatura se deu nas páginas do Jornal do Commercio, em 1945, com o poema “Noturno”.

O Auto da Compadecida

Em 1955, Ariano escreveu a peça O Auto da Compadecida, que se enquadra na tradição medieval dos Milagres de Nossa Senhora e, em que, numa história mais ou menos profana, o herói em dificuldades apela para Nossa Senhora. Em estilo simples, o humor e a sátira unem-se num tom caricatural, porém com sentido moralizante.

ariano suassuna

Ariano traz uma visão cristã sem se aprofundar em discussões teológicas, denunciando o preconceito, a corrução e a hipocrisia. No dia 11 de setembro de 1956 a peça estreou no Teatro Santa Isabel. No ano seguinte foi levada para o Rio de Janeiro e apresentada no 1.º Festival de Amadores Nacionais.

Professor de Estética

A partir de 1956, Ariano Suassuna passou a dar aulas de Estética na Universidade Federal de Pernambuco e abandonou a advocacia. Em 1957 casou-se com Zélia de Andrade Lima, com quem teve cinco filhos. Permaneceu como professor até 1994, quando se aposentou. Em 2008 voltou a dar aulas na UFPE, no curso de Letras, ministrando a cadeira de Estética.

Movimento Armorial

Em 1970, Ariano Suassuna criou e dirigiu o “Movimento Armorial”, com o objetivo de realizar uma arte brasileira erudita a partir das raízes populares. Mais do que um movimento, o Armorial buscava ser um preceito estético que partia das ideias de que era preciso criar a partir de elementos realmente originais da cultura popular do país, como os folhetos de cordel, os cantadores, as festas populares, entre outros aspectos.

Em 1971, o artista Antônio Nóbrega foi convidado para fazer parte do movimento.

Romance d’A Pedra do Reino

Em 1971, Ariano Suassuna publicou “Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai e Volta”, com mais de 700 páginas, que demorou dez anos para ser concluído. No relato do personagem “Quaderna”, utiliza elementos de cordel, da epopeia, do romance de cavalaria, das tradições populares e do mito de  Dom Sebastião, para construir uma farsa que transita entre o popular e o erudito ao mesmo tempo. No ano seguinte recebe o Prêmio de Ficção Nacional, conferido pelo Ministério de Educação e Cultura.

Desde 1993, sempre no último final de semana do mês de maio, acontece a tradicional “Cavalgada à Pedra do Reino” quando centenas de pessoas saem da cidade e vão em direção às pedras.

ariano suassuna

Quando era secretário de cultura de Pernambuco, o escritor idealizou o espaço “Ilumiara Pedra do Reino” que conta com vários totens em torno das duas pedras gigantes. Existem também 16 esculturas de personagens do episódio “Sabastianista” do romance.

Academia Brasileira de Letras

Ariano Suassuna escreveu 15 livros entre romances e poesias e 18 peças de teatro. Suas obras A Mulher Vestida de Sol, Romance d’A Pedra do Reino e O Auto da Compadecida foram transformadas em séries e filmes. Em 1989, Ariano foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1990 ocupou a cadeira nº. 32.

Aula Espetáculo

Em 1995, Ariano assumiu a Secretaria Estadual de Cultura, no governo de Miguel Arraes. As aulas-espetáculos se tornam um projeto de governo para difundir no Estado e no Brasil a cultura Pernambucana. Ariano recebia inúmeros convites para realizar “aulas-espetáculos” em várias partes do país, quando, com seu estilo próprio e seus “causos” imaginativos, deixava o público encantado.

Últimos Anos

Em 2007, Ariano Suassuna assumiu a Secretaria Especial de Cultura do Estado de Pernambuco, convidado por Eduardo Campos. No segundo mandato do governador, Ariano passou a integrar a Assessoria Especial do governo do Estado.

Além de dar aulas-espetáculo, Ariano vinha trabalhando na obra “O Jumento Sedutor”, que começou a escrever em 1981. Também fazia as ilustrações do livro e dizia que estava tentando, pela primeira vez, fundir seu romance com teatro e poesia. 

Ariano Suassuna faleceu no Recife, no dia 23 de julho de 2014, decorrente das complicações de um AVC hemorrágico.

Frases de Ariano Suassuna

  • “Arte para mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte para mim é missão, vocação e festa.”
  • “Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver.”
  • “Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas.”
  • “O sonho é o que leva a gente para frente. Se a gente for seguir a razão, fica aquietado, acomodado.”
  • “A humanidade se divide em dois grupos, os que concordam comigo e os equivocados.”

Obras de Ariano Suassuna

  • Uma Mulher Vestida de Sol, 1947
  • Cantam as Harpas de Sião (ou o Despertar da Princesa), 1948
  • Os Homens de Barro, 1949
  • Auto de João da Cruz, 1950 (Prêmio Martins Pena)
  • Torturas de um Coração, 1951
  • O Arco Desolado, 1952
  • O Castigo da Soberana, 1953
  • O Rico Avarento, 1954
  • Ode, 1955 (poesia)
  • O Auto da Compadecida, 1955
  • O Casamento Suspeito, 1956
  • A História de Amor de Fernando e Isaura, 1956
  • O Santo e a Porca, 1958
  • O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna, 1958
  • A Pena e a Lei, 1959
  • A Farsa da Boa Preguiça, 1960
  • A Caseira e a Catarina, 1962
  • O Pasto Incendiado, 1970 (poesia)
  • Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai e Volta, 1971 (parte da trilogia)
  • Iniciação à Estética, 1975
  • A Onça Castanha e a Ilha Brasil, 1976 (Tese de Livre Docência)
  • História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: ao Sol da Onça Caetana, 1976 (parte da trilogia)
  • Sonetos Com Mote Alheio, 1980 (poesia)
  • Poemas, 1990 (Antologia)
  • Almanaque Armorial, 2008

ebiografia

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Doutor Dorgival!

O poeta cantador Dorgival Dantas receberá a maior honraria da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. Ele será homenageado com o Título Doutor Honoris Causa durante a Assembleia Universitária 2024, que acontecerá em 28 de setembro celebrando os 56 anos da Instituição.

A indicação do Título foi aprovada pelo Conselho Universitário, que é presidido pela reitora Cicília Maia.

Dorgival nasceu em 1971, em Olho D’Água do Borges. Intérprete, compositor, arranjador, produtor musical, sanfoneiro, o legado seu legado vai além do musical. Recentemente foi nomeado Embaixador do Turismo Potiguar, em reconhecimento pelo seu papel na promoção da cultura e das belezas naturais potiguares. Atualmente é um dos principais expoentes do tradicional forró brasileiro – ao lado de artistas como Flávio José, Chambinho do Acordeon, Mestrinho e outros – colocando o Rio Grande do Norte em relevância pela qualidade do seu trabalho e pela referência  que, ao longo do tempo, tem se tornado para uma nova geração de músicos.  

Além de Dorgival Dantas, a UERN também concederá honrarias a outras personalidades, como o título de Professor Honoris Causa a Luiz Katu, o primeiro indígena a ser homenageado pela Universidade.

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90 anos sem “Padim Ciço”

Padre Cícero foi uma importante figura religiosa que atuou no vale do Cariri, no sul do estado do Ceará. Ele viu sua vida religiosa se transformar quando, supostamente, presenciou um milagre na realização da Eucaristia em Juazeiro. Também se transformou em uma importante liderança política naquela região.

A notícia do milagre, que teria acontecido durante uma missa, fez Juazeiro atrair peregrinos de todas as partes do Nordeste, e padre Cícero se tornou em uma figura de devoção popular. A Igreja Católica não reconheceu o milagre e excomungou o padre, sendo que sua reabilitação só foi anunciada em 2015.

Nascimento e juventude

Padre Cícero nasceu em Crato, mas foi em Juazeiro que ele se tornou uma das figuras religiosas e políticas mais importantes do Ceará.

Cícero Romão Batista, marcado na história brasileira como padre Cícero, nasceu no dia 24 de março de 1844, na cidade de Crato, no Ceará. Muitos afirmam que ele nasceu no dia 23 de março, mas não existem evidências disso. Ele era filho de Joaquim Romão Batista e Joaquina Vicência Romana, também conhecida como dona Quinô.

Seu pai era um pequeno comerciante em Crato. Da sua lojinha, Joaquim sustentava sua família, que se completava, ainda, com as filhas Maria Angélica, mais velha, e Angélica Vicência, mais nova. Cícero teve uma infância simples, mas, ainda assim, ele teve acesso aos estudos.

Ele recebeu educação formal por meio de um tutor, depois se matriculou em uma escola régia, e, por fim, foi enviado para uma escola no sertão da Paraíba. Seus estudos foram interrompidos com a notícia do falecimento de seu pai, quando ele tinha 18 anos de idade. Retornando para Crato, ele, além de lidar com a morte do pai, teve de lidar com a notícia da falência do comércio que sustentava a família.

A historiadora Jacqueline Hermann aponta o fato de que os relatos da vida de Cícero já mostram que, desde pequeno, ele possuía forte ligação com certo misticismo, anunciando que tinha visões e revelações|1|. Foi supostamente em um desses acessos místicos que Cícero teve uma visão de seu pai anunciando que a família não passaria por dificuldades.

Isso de fato aconteceu porque seu padrinho, o coronel Antônio Luiz Alves Pequeno, socorreu a família de seu afilhado no momento de maior necessidade. O coronel, que era um homem riquíssimo, decidiu financiar os estudos de Cícero em Cajazeiras (Paraíba), e depois pagou por seus estudos no Seminário de Prainha, em Fortaleza.

Vida religiosa

No cursinho, Cícero encontrou grandes diferenças entre a religiosidade de Fortaleza e a do vale do Cariri (onde fica a cidade de Crato). Isso se deveu ao fato de que o interior do Ceará sofria com a pouca presença de autoridades eclesiásticas, sobretudo pelo fato de que essas autoridades não estavam dispostas a visitar tais regiões.

O jornalista Lira Neto aponta que essa situação criou um problema do ponto de vista do controle realizado pela Santa Sé. Ele afirma que esse “vácuo [de presença das autoridades católicas] deu origem a uma religiosidade espontânea no meio do povo, um misticismo rico em manifestações, mas pouco afeito ao controle e aos rituais da Igreja oficial”.|2|

Em sua formação como padre, Cícero encontrou um ensino rígido no seminário de Fortaleza. Lá, ele não era considerado um dos melhores alunos, sobretudo nas disciplinas de oratória e canto gregoriano. Além disso, teve problemas com o reitor do seminário, que não concordava com suas opiniões místicas.

O reitor do seminário, o francês Pierre-Auguste Chevalier, chegou a sugerir que Cícero não fosse ordenado padre, mas o bispo do Ceará, dom Luis Antônio dos Santos, decidiu ir contra essa recomendação e ordenou Cícero Romão padre no dia 30 de novembro de 1870. Conhecido como padre Cícero agora, ele decidiu retornar para Crato depois de sua ordenação.

Em 1871, padre Cícero foi convidado para celebrar uma missa em Juazeiro, povoado vizinho a Crato. Lá, ele supostamente teve um sonho, interpretado como uma mensagem divina para que ele ficasse no povoado e cuidasse de suas questões religiosas. Padre Cícero recebeu um convite para permanecer no povoado em abril de 1872. No mesmo ano, ele se tornou o capelão da Capela de Nossa Senhora das Dores.

Milagre

A vida de padre Cícero mudou radicalmente quando ele tinha 45 anos. Em março de 1889, durante uma missa, supostamente um milagre aconteceu, quando Maria de Araújo, uma lavadeira de 28 anos, viu sua hóstia tornar-se vermelha como o sangue. O milagre seguiu ocorrendo em outras missas, até que o reitor do seminário de Crato anunciou para os fiéis que a hóstia de Maria de Araújo tinha sido tingida pelo sangue do próprio Jesus Cristo.

O caso virou notícia na imprensa, sobretudo porque anunciava que o suposto milagre eucarístico (relativo à Eucaristia) repetia-se. O acontecido acabou forçando as autoridades da Igreja Católica a investigarem o que acontecia no vale do Cariri. O bispo do Ceará, dom Joaquim José Vieira, por sua vez, recusava-se a aceitar os acontecidos em Juazeiro e anunciou que a transformação da hóstia pelo sangue de Jesus Cristo era falsa.

Padre Cícero insistiu para que a diocese de Fortaleza enviasse uma comissão, a fim de investigar os supostos milagres que aconteciam no Cariri. A comissão foi enviada para a região em 1891 e foi formada por Clycério da Costa, Francisco Ferreira Antero, ambos padres, e também por dois médicos, Marcos Rodrigues Madeira e Ildefonso Correia Lima.

Tanto os médicos quanto os padres concluíram que não havia explicação natural para a transformação da hóstia em sangue, o que fazia do acontecido um milagre. O bispo ordenou que uma segunda comissão investigasse o caso, e foi concluído que o evento era uma farsa. Bispo dom Joaquim optou por favorecer a segunda comissão.

Essa situação deixou padre Cícero sem apoio da Igreja Católica. Ele lutou durante toda a sua vida pelo reconhecimento do milagre, mas a Igreja da época não o reconheceu, pois os supostos milagres eucarísticos não se adequavam à teologia católica do período. Apesar do não reconhecimento da Igreja Católica, os milagres de Juazeiro atraíram uma multidão de fiéis para a cidade, transformando-a num local de peregrinação.

A insistência de padre Cícero em defender os milagres fez com que a Igreja Católica o punisse. Em 1892, ele foi proibido de pregar, celebrar missas e de se confessar, e, em 1894, uma ordem vinda de Roma anunciou que os acontecidos em Juazeiro não seriam considerados milagres. A Igreja também anunciou que peregrinações para a cidade estavam proibidas.

O Geossítio Colina do Horto, onde fica localizada a estátua do Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, é o ponto turístico mais buscado no triângulo do Crajubar.

Padre Cícero como figura de devoção

A decisão da Igreja Católica só reforçou as diferenças que existiam entre a religiosidade popular no interior do Brasil e o que era celebrado pelas autoridades eclesiásticas. Apesar das decisões da Igreja contra o milagre, as peregrinações e padre Cícero, nada mudou na crença popular. As pessoas continuaram peregrinando para o vale do Cariri, tornando a região muito relevante.

Padre Cícero, por sua vez, mesmo punido pela Igreja, tornou-se uma personalidade local bastante relevante, transformando-se em figura de veneração popular e conquistando enorme capital político no Cariri. O resultado disso foi que ele se consolidou com uma liderança no povoado de Juazeiro.

A devoção em Juazeiro fortaleceu a peregrinação de pessoas para o Cariri e permitiu o surgimento de quatro irmandades no local. O crescimento das irmandades, sobretudo da Legião da Cruz, fez com que a mensagem do padre Cícero se fortalecesse, garantindo mais fiéis e financiamento para a igreja liderada por ele em Juazeiro.

Assim, como definiu Jacqueline Hermann, “quanto mais se via repudiado pela Igreja, mais aumentava o prestígio do Patriarca de Juazeiro”.|3| O termo “patriarca” se refere ao fato de que  padre Cícero ocupava uma posição de autoridade tanto religiosa quanto política em Juazeiro. Sua popularidade se expressou pela própria irmandade Legião de Cristo, que teve 10 mil adeptos.

Enquanto liderança política, padre Cícero se aliou a outros nomes da política local e defendeu a emancipação do povoado de Juazeiro. Em 1911, a emancipação de Juazeiro foi reconhecida politicamente, e a cidade se desligou de Crato. Depois disso, padre Cícero foi eleito primeiro prefeito de Juazeiro. O nome atual da cidade (Juazeiro do Norte) só foi adotado na década de 1940.

Padre Cícero, ainda, articulou um pacto entre os coronéis da região. Esse acordo, assinado em 4 de outubro de 1911 e conhecido como “pacto dos coronéis”, foi um acordo político no qual os coronéis da região do vale do Cariri se comprometiam a pôr fim nas suas desavenças para apoiar o governo do Ceará e o chefe da oligarquia desse estado, Antônio Pinto Nogueira Accioly. Muitos falam também que padre Cícero teria tido laços com membros do cangaço.

Padre Cícero está sepultado na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Juazeiro do Norte

Morte

Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Juazeiro do Norte, onde foram enterrados os restos mortais de padre Cícero.
O poder político de padre Cícero declinou a partir da década de 1920, bem como a sua saúde. A Revolução de 1930 marcou o fim de qualquer influência política do padre em Juazeiro e no Ceará. Com a idade bastante avançada, restou a ele aceitar os novos tempos, principalmente porque sua saúde já não era a mesma.

Os últimos anos de padre Cícero foram marcados pela ocorrência de uma catarata que o deixou cego do olho esquerdo e com visão mínima do olho direito. O padre, ainda, passou por uma cirurgia para tentar recuperar sua visão, mas não obteve sucesso nisso. Também teve nefrite e graves problemas intestinais.

Seus últimos meses foram de grande agonia por conta do seu estado de saúde, e seu falecimento aconteceu no dia 20 de julho de 1934. Padre Cícero lutou por toda a vida pelo reconhecimento do milagre de Juazeiro e por sua reabilitação, mas não viveu para ver isso acontecer.

A reabilitação do “padim Ciço”, como é popularmente conhecido, só aconteceu no dia 13 de dezembro de 2015, depois de nove anos de trabalho de uma comitiva da Igreja Católica criada para estudar a vida do padre brasileiro.”

Brasil Escola

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Estamos há 24 anos sem Dona Mônica Dantas!

Mônica Nóbrega Dantas foi prefeita de Macaíba em dois mandatos: de 1963 a 1966 e de 1988 a 1992. Foi a primeira mulher a administrar o município, que com seu espírito empreendedor dedicou suas ações à coletividade. Trouxe água encanada, energia elétrica, criou acessos à cidade, ginásio de 1° grau, erradicou o analfabetismo através do MOBRAL e implantou uma gestão transparente. Ainda foi responsável pela instalação da  indústria Nóbrega & Dantas e Cia Ltda, que garantiu emprego e renda à população. No segundo mandato, construiu o Ginásio Poliesportivo Edílson de Albuquerque Bezerra, a sede do Executivo Municipal (Palácio Auta de Souza) e o Centro de Convivência de Idosos, além de dezenas de outras obras que beneficiam o município até hoje.

Foi a terceira mulher a conseguir um mandato de deputada estadual e era esposa do também ex-deputado Francisco Seráfico Dantas, próspero cotonicultor, falecido aos 97 anos em abril de 2009.

A saudosa Dona Mônica Dantas era seridoense de Acari, onde nasceu em 5 de maio de 1915. Ela partiu em 2000.

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Parabéns, Marcelo!

Hoje é dia de abraçar o amigo Marcelo Augusto pelo seu aniversário!

Ser humano dos melhores, sempre dedicou seus mais generosos predicados ao bem comum. Como pai e marido, é exemplar; como servidor público, eficiente; como macaibense, apaixonado e defensor de sua terra; como amigo, leal e solidário; como católico, um servo de fé.

Que seus caminhos continuem iluminados, cheios de paz e realizações.

Parabéns, mestre! 

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Jó, a voz das multidões!

O amigo Josian Florêncio da Silva é cheio de histórias e se orgulha de cada página que vem escrevendo. “Jó” tem sua voz reverberada há muitos anos pelos quatro cantos de Macaíba. Comunicador nato, produtor musical, participa ativamente da rotina do município, contribuindo profissionalmente e de várias outras formas pela valorização da nossa terra.

Sua trajetória é bonita, cheia de desafios, descobertas, redescobertas, perdas e vitórias.

Ele nasceu no fatídico 1973, numa Macaíba administrada por Valério Mesquita e o país era governado por Emílio Garrastazu Médici, talvez o maior tirano da História brasileira, que patrocinou o auge da ditadura militar em nosso país; ano em que começou a crise do petróleo, o milagre econômico acabou mas o sucesso começou para bandas icônicas como Ramones, Kiss, Pink Floyd, Led Zeppelin… Por aqui, Roberto Carlos arrebentava com “Eu te proponho, nós nos amarmos, nos entregarmos, neste momento, tudo lá fora, deixar ficar…”

Filho do próspero marchante Zé Alemão, já saudoso, e de Dona Rosilda, seu berço foi a Rua da Usina, mas de lá, ainda na primeira infância, foi morar da Rua São João, onde está há 50 anos.

Jó lembra com saudade dos tempos áureos da atividade do seu pai, que fazia questão de acompanhar de perto com a curiosidade peculiar de qualquer criança. Eram duas ou três carretas que vinham abarrotadas de animais de Governador Valadares (MG), abastecer o negócio da família, formada por sete filhos.

Mas, com todo o perdão para o trocadilho raso, as vacas magras chegaram e os tempos prósperos abriram espaço para muitas dificuldades. Jó fala da adolescência de fome sem tristeza, mas como uma fase que lhe encorajou muito a enfrentar os desafios da vida. Começou a trabalhar muito cedo. Aos 11 anos já estava na feira livre ajudando sua avó Titila, que vendia almoço aos marchantes e magarefes habituais da Rua da Matança.

Sua descoberta para a comunicação veio junto com o fascínio que sentiu pela política. Seu irmão trabalhava com os Mesquitas e rotineiramente o fazia frequentar aquelas rodas onde não se tratava de outro assunto. Tudo aquilo passou a fazer parte das ideias e do vocabulário do jovem Josian.

Aos 13 anos, lembra ter ido com o seu pai e o cãozinho Neném à inauguração do asfalto da estrada de Mangabeira. Seu Zé Alemão era agripinista fervoroso. Todo aquele falatório, aquelas bocas de ferro, foguetões, pompas, todo o entusiasmos do povo encantou de vez o futuro comunicador Jó. Ali ele se apaixonou pela política, pela produção dos eventos políticos e, mesmo sem nenhuma formação formal técnica, passou a praticar a voz, dicção, leitura, a analisar os contextos políticos-eleitorais, a se posicionar politicamente e a construir uma rede profissional.

Em 1996, enquanto trabalhava na casa lotérica da cidade, decidiu ingressar na política partidária e, incentivado por Auri Simplício, lançou sua candidatura a vereador pelo antigo PFL. Era o mais jovem candidato daquele pleito municipal. Dividia o palanque com o petista Gilson Nogueira, candidato a prefeito de seu grupo. Não foi eleito, mas obteve 128 votos, resultado razoável para a estrutura que tinha e para o número de eleitores aptos no município naquela época.

Pouco tempo depois, o amigo Janduí Diniz, veterano militante pela radiodifusão comunitária em Macaíba, o convidou para comandar um dos programas da emissora que mantinha, a FM Renascer. Ansioso e muito nervoso, Jó aceitou o desafio e fez bonito. Usou aquela oportunidade como laboratório para testar o alcance da sua comunicação, ajustar detalhes, definir linguagem e estilo, se aproximar do povão. Foi um sucesso!

Já fluente, seguro e desenvolto nas ondas do rádio, com público de ouvintes cativo, migrou para Rádio Macaíba (87,9 FM), rádio comunitária que ainda opera com muito alcance na região. Desde as pickups até os sistemas digitais, sempre fez questão de oferecer ao seu público, músicas populares, do bregão ao forró romântico.

Simultaneamente a todas essas atividades, Jó subiu aos palanques políticos como profissional de comunicação e criou sua marca como locutor de campanhas políticas vitoriosas até hoje. A primeira delas, mais de 20 anos atrás, envolveu Fernando Bezerra, Ney Lopes, Henrique Alves, Garibaldi, José Agripino e outras figuras da política estadual.

Sua desenvoltura também chamou a atenção do comércio. Nesta mesma época tornou-se locutor comercial, exclusivo do Supermercado Gama/Rede Mais, contratado pelos empresários Venício e Sandra Gama.  

Como produtor musical, é amigo, incentivador e fã incondicional de artistas como Solange Almeida e Dorgival Dantas. Seu maior orgulho é ter criado a Banda Vakeirus do Forró, em 2006, que já teve várias formações e revelou grandes músicos profissionais para a cena musical regional. O projeto continua ativo e brevemente cairá na estrada mais uma vez. Sobre a banda, Jó faz questão de destacar uma saudade: a perda prematura da cantora Elaine, sua prima, foi marcante para toda a equipe, assim como a do inseparável amigo César Fofão, locutor dos bons, companheiro de todas as horas.

É isso aí… mas a História de Jó é muito maior, cheia de passagens e continua sendo escrita com muito trabalho e talento.

Parabéns, Jó. Continue usando a sua voz em favor do bem e da verdade!

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13 de julho, Dia do Cantor!

Há quem prefira comemorar no dia 27 de setembro, mas a profissão é tão merecedora que conta com duas datas para celebrar. 13 de julho, além de ser o Dia Mundial do Rock, também é dia de parabenizar os cantores do mundo!

O Gato Preto abraça o amigo Robertinho em sinal de homenagem a todos os cantores de Macaíba.

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