
Um morador de South Lake Tahoe, na Califórnia, foi diagnosticado com peste negra, também conhecida como peste bubônica. O caso foi confirmado pelo Departamento de Saúde Pública da Califórnia (CDPH), que informou que a provável infecção aconteceu após a picada de uma pulga contaminada durante um acampamento na região. O paciente recebe acompanhamento médico e se recupera em casa.
Segundo Kyle Fliflet, diretor interino de Saúde Pública do Condado de El Dorado, a bactéria causadora da doença, a *Yersinia pestis*, ainda circula naturalmente em diversas áreas da Califórnia. Ele reforçou a necessidade de cuidados, especialmente para pessoas que frequentam áreas rurais ou de mata e para tutores de animais domésticos, já que cães e gatos podem carregar pulgas infectadas para dentro de casa.
Os principais sintomas incluem febre, mal-estar, náuseas e o inchaço doloroso dos gânglios linfáticos, geralmente surgindo até duas semanas após a exposição. O tratamento é eficaz quando iniciado cedo, com antibióticos específicos. A peste ganhou o nome de “negra” devido à gangrena que escurecia partes do corpo das vítimas.
Embora hoje seja considerada rara, a doença carrega o peso da história: durante a Idade Média, ceifou a vida de pelo menos 75 milhões de pessoas na Europa. Mais recentemente, registros foram confirmados em países como República Democrática do Congo, Madagascar e Mongólia. No Brasil, o último caso humano ocorreu em 2005, no município de Pedra Branca, no Ceará.
A Califórnia mantém vigilância constante sobre roedores e pulgas na região. Entre 2021 e 2024, 41 animais testaram positivo para a bactéria. Só em 2025, já foram identificados quatro casos em animais silvestres. Infecções humanas são incomuns, mas quando acontecem, exigem atenção redobrada. Em El Dorado, o último registro foi em 2020, também em South Lake Tahoe. Antes disso, dois visitantes do Parque Nacional de Yosemite foram diagnosticados em 2015 e conseguiram se recuperar.

