
Setembro se consolidou no Brasil como um mês de múltiplas cores e significados, transformando-se em um período de intensa mobilização social em torno de temas de saúde e solidariedade. O Setembro Verde, por exemplo, reforça a importância da doação de órgãos, um gesto capaz de salvar inúmeras vidas. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil é referência mundial em transplantes realizados por um sistema público, mas ainda enfrenta desafios na conscientização da população e na redução das filas de espera. Além disso, a cor verde também simboliza a prevenção ao câncer de intestino, ressaltando a necessidade de exames periódicos e hábitos alimentares saudáveis.
Já o Setembro Vermelho dedica-se à saúde cardiovascular, um tema urgente em um país onde, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de 400 mil pessoas morrem anualmente em decorrência de doenças do coração. A campanha busca alertar sobre fatores de risco como hipertensão, sedentarismo, obesidade e tabagismo. A ênfase recai sobre a prevenção, estimulando mudanças de estilo de vida que, embora simples, têm grande impacto na redução da mortalidade. Caminhadas, alimentação balanceada e consultas médicas regulares são medidas que podem fazer a diferença.
O Setembro Amarelo, por sua vez, tornou-se a campanha mais reconhecida e discutida no Brasil, trazendo à luz a prevenção do suicídio. Com dados do Ministério da Saúde apontando que o país registra mais de 14 mil mortes anuais por esse motivo, o tema deixa de ser tabu e ganha espaço em escolas, empresas e comunidades. A mensagem principal é clara: falar sobre sofrimento psicológico pode salvar vidas. A ampliação de serviços como o CVV (Centro de Valorização da Vida) e a expansão de políticas públicas de saúde mental demonstram avanços, mas ainda há muito a ser feito para reduzir o estigma e ampliar o acolhimento.
Entre tantas cores, destaca-se também o Setembro Azul, voltado à visibilidade da comunidade surda e à valorização da Língua Brasileira de Sinais (Libras). A campanha promove o debate sobre inclusão, acessibilidade e respeito, lembrando que a surdez não limita a capacidade de participação social e cultural. Nesse contexto, escolas, universidades e instituições públicas e privadas são chamadas a reforçar políticas de acessibilidade, fortalecendo o direito à comunicação e a igualdade de oportunidades. Setembro, assim, se torna um mosaico de causas que simbolizam cuidado, empatia e responsabilidade coletiva, revelando que cada cor ilumina uma dimensão essencial da vida em sociedade.

