
O Brasil alcançou um marco histórico ao sair novamente do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). O anúncio foi feito nesta segunda-feira (28) durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, em Adis Abeba, Etiópia. Segundo dados do relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025, a média entre 2022 e 2024 colocou o país abaixo do índice de 2,5% da população em situação de subnutrição — limite que define a presença em tal mapa. A conquista foi possível em apenas dois anos, após um período crítico em 2022, graças à retomada de políticas públicas voltadas à segurança alimentar.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, destacou que sair do Mapa da Fome era o principal compromisso do presidente Lula ao assumir o novo mandato em 2023. “Mostramos que, com o Plano Brasil Sem Fome, muito trabalho duro e políticas públicas robustas, foi possível alcançar esse objetivo em apenas dois anos. Não há soberania sem justiça alimentar. E não há justiça social sem democracia”, declarou o ministro. A redução da pobreza, a valorização do salário mínimo, o estímulo à agricultura familiar e o fortalecimento de programas como o Bolsa Família foram decisivos para esse resultado.
As ações do governo federal também impactaram diretamente nos indicadores sociais e econômicos. A pobreza extrema caiu para 4,4% em 2023 — menor patamar histórico —, retirando quase 10 milhões de pessoas dessa condição. O desemprego, por sua vez, atingiu 6,6% em 2024, a menor taxa desde 2012. O rendimento mensal per capita subiu para R$ 2.020, e o índice de Gini, que mede a desigualdade, registrou 0,506, o melhor resultado da série histórica. O crescimento da renda foi especialmente expressivo entre os 10% mais pobres, refletindo o aumento da formalização e a recuperação do mercado de trabalho.
No cenário internacional, o Brasil também tem se destacado ao propor e liderar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada durante a presidência do G20 em 2024. Com mais de 100 países membros, a iniciativa busca reunir esforços e recursos para erradicar a fome e a pobreza até 2030, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. “O exemplo brasileiro pode ser adaptado em muitos países. Sair do Mapa da Fome é só o começo. Queremos justiça alimentar, soberania e bem-estar para todos”, reforçou Wellington Dias.

