Entre a demolição e o esquecimento: Quando o progresso apaga a nossa História

A paisagem urbana de Natal está mudando rápido demais… e isso pode ser bom — desde que signifique progresso de verdade, não o avanço do vazio. Triste é ver nossa cidade abrir mão de espaços cheios de memória para dar lugar ao nada.

A demolição do Clube Assen e do Hotel Reis Magos não é só a queda de paredes antigas, é o desmonte de capítulos inteiros da nossa história. Sobre a Assen, bom saber que uma empresa pretende começar a erguer imediatamente um empreendimento no local, gerando empregos e revitalizando a região. Quanto ao hotel, ainda aguardamos o milagre tão propagado na época da demolição. E o que fizeram com a fachada da antiga fábrica da SAMS, na Salgado Filho? Era um mural de vida, pintado com afeto pelo saudoso artista Aécio, que deu cor à região com seus pincéis. Mas algum “entendido”, mesmo após uma bela e voluntária restauração recente, decidiu cobrir tudo com um branco sem alma — a cor de quem apaga o passado sem oferecer um futuro.

Sei que tratamos de prédios privados, mas os senhores das coisas devem o mínimo respeito ao nosso patrimônio arquitetônico e à cidade, que pode crescer, sim, mas precisa lembrar de onde veio, para saber para onde vai.

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