30 anos sem Costinha: o eterno gozador que marcou a história do humor brasileiro

Lírio Mário da Costa, mais conhecido como Costinha, nasceu em 25 de março de 1923, em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, e desde cedo conviveu com a arte circense por influência do pai, o palhaço Bocó. A infância difícil e a necessidade de trabalhar o levaram por diversos ofícios até encontrar no teatro e no rádio o espaço para desenvolver seu talento cômico. Sua estreia no palco ocorreu em 1941 e, no ano seguinte, já atuava como radialista, primeiro sob o nome Mário Costa e depois como Costinha. No rádio, ganhou projeção imitando figuras políticas, como Jânio Quadros, mas a irreverência também lhe trouxe problemas com a censura, algo que acompanharia sua carreira em diferentes momentos.

O humorista consolidou-se como um nome de destaque em shows, teatros e discos, explorando o humor de duplo sentido e as sátiras sociais. Entre suas peças, ficaram célebres títulos como O Presidenciável e O Exorsexy, que dialogavam com o contexto político e cultural da época, frequentemente enfrentando vetos da censura. Nos anos 1970 e 1980, lançou LPs de enorme sucesso popular, como As Proibidas do Costinha e O Peru da Festa, reforçando sua marca registrada de piadas ousadas. Apesar das críticas, sempre defendeu que fazia apenas sátiras e que jamais teve intenção de ofender.

Na televisão, tornou-se presença constante a partir do fim dos anos 1960, participando de atrações em emissoras como Excelsior, Tupi, Manchete, Bandeirantes e Globo. Programas como Os Trapalhões, Planeta dos Homens e Balança Mas Não Cai consolidaram sua popularidade, além de entrevistas marcantes em atrações comandadas por Marília Gabriela, Jô Soares e Fausto Silva. Seu personagem Mazarito virou ícone e ajudou a eternizar sua imagem como um dos grandes nomes do humor brasileiro. Com gestos, caretas e improvisos, Costinha arrancava gargalhadas sem depender de longos textos, algo que seus colegas definiam como um talento raro e espontâneo.

Costinha morreu em 15 de setembro de 1995, vítima de complicações respiratórias provocadas pelo excesso de cigarro. Mesmo debilitado, não abandonou os palcos nem o vício que agravou sua saúde. Pai de sete filhos e com uma vida marcada por altos e baixos, deixou uma obra que permanece viva na memória popular. Sua morte gerou grande comoção no meio artístico, com homenagens de nomes como Chico Anysio, Lúcio Mauro, Jô Soares e Virgínia Lane, que o definiram como insubstituível. Três décadas depois, o humorista segue lembrado como um dos artistas mais irreverentes e populares do Brasil, capaz de transformar a própria vida em espetáculo.

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