O Dia Nacional do Humorista é celebrado em 12 de abril no Brasil, uma data criada para homenagear aqueles que têm o dom de provocar sorrisos, gargalhadas e momentos de leveza por meio da arte do humor. Essa comemoração foi instituída oficialmente em 2010, como forma de valorizar os profissionais que se dedicam a fazer rir, seja na televisão, no rádio, nos palcos ou nas redes sociais. A escolha do dia se dá em homenagem ao nascimento de Chico Anysio, um dos maiores nomes da história do humor brasileiro.
Ao longo das décadas, o Brasil revelou grandes talentos no humor, que marcaram gerações com personagens inesquecíveis e críticas sociais inteligentes. Além de Chico Anysio, nomes como Jô Soares, Ronald Golias, Costinha, Dercy Gonçalves e Tom Cavalcante contribuíram para a construção de um humor popular e ao mesmo tempo sofisticado. Mais recentemente, figuras como Marcelo Adnet, Tatá Werneck, Paulo Gustavo, Whindersson Nunes e Dani Calabresa mostram a diversidade e renovação do humor brasileiro, explorando diferentes formatos e plataformas.
É importante entender que, embora os termos “humorista” e “comediante” sejam muitas vezes usados como sinônimos, existe uma sutil diferença entre eles. O humorista é o artista que cria, escreve e muitas vezes interpreta o conteúdo humorístico. Já o comediante é aquele que atua diretamente na performance cômica, interpretando piadas, esquetes ou personagens, com maior foco na execução do humor. Em muitos casos, no entanto, um mesmo artista pode exercer ambos os papéis, como fazia Chico Anysio, que além de criar dezenas de personagens, também os interpretava com maestria.
O humor tem um papel fundamental na sociedade, não apenas como forma de entretenimento, mas também como ferramenta de crítica e reflexão. Em tempos difíceis, ele serve como alívio, como forma de resistência e até de denúncia. Celebrar o Dia Nacional do Humorista é reconhecer a importância desses profissionais que, com criatividade e talento, ajudam a transformar o cotidiano das pessoas e a cultura brasileira. Afinal, como dizia o próprio Chico Anysio: “Rir é um ato de resistência.”
Saudades de Davi Cunha, o Espanta (Tribuna do Norte)
Falecido em 24 de novembro de 2006 aos 48 anos, vítima de uma acidente automobilístico, o humorista Davi Cunha levava tudo tão na brincadeira que fez piada até com sua aparência. Em 1979, quando ainda era vendedor de uma firma, um cliente disse a Davi que ele era tão feio, mas tão feio, que espantava até Jesus.
Espanta Jesus surgiu daí e ficou como nome artístico. Mais tarde, por motivos religiosos, o humorista passou a usar apenas Espanta. Davi Cunha ganhou a vida fazendo as pessoas rirem. Rápido no improviso, dono de uma mente fértil e de uma língua afiada, tinha o dom de fazer plateias inteiras caírem na gargalhada com seus tipos, histórias e caras e bocas.
A dedicação ao trabalho lhe rendeu uma carreira de sucesso fora de Natal. Com o bebum Pudim di Cana, o ator conseguiu “se matricular” na concorrida Escolinha do Professor Raimundo, programa de Chico Anysio. Tornou-se conhecido em todo o Brasil pela tela da Globo.
Criou outros tipos hilários, como a debochada Bastinha e o Véio Chico. Em 2005 o humorista potiguar deu mais um impulso na carreira ao ganhar o concurso do programa de Tom Cavalcante na TV.
Nos últimos anos de sua vida, Espanta estava vivendo sua rotina entre Natal e Fortaleza, celeiro de humoristas nessa linha que ele seguia — personagem contador de piadas. Em Fortaleza, Davi Cunha vinha fazendo em torno de quatro shows por noite, sempre com casa lotada. Em 2005, ele fez uma turnê pelo Norte do Brasil e recebeu convites para fazer show em Portugal. Foram 16 anos de piadas.
Em uma das últimas entrevistas concedidas ao jornal Tribuna do Norte, disse: “Acredito que nossa graça venha da fome, não só de comida. Para esquecer esse monte de coisas ruins, só fazendo piada da própria situação mesmo”.