
O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro, chama atenção para um problema de saúde pública que continua a crescer em escala global e nacional. Segundo dados recentes do Ministério da Saúde, o Brasil registrou mais de 16 mil mortes por suicídio em 2022, o que representa em média 45 casos por dia. Trata-se de uma realidade alarmante que atinge principalmente jovens entre 15 e 29 anos, mas que se estende a todas as faixas etárias. Especialistas ressaltam que falar sobre o tema é o primeiro passo para quebrar tabus e promover a conscientização coletiva.
O cuidado com a saúde mental é uma das estratégias mais eficazes na redução desses números. O acesso a acompanhamento psicológico e psiquiátrico, quando necessário, aliado ao apoio de familiares e amigos, contribui para a identificação precoce de sinais de sofrimento. Programas públicos, como o oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), vêm ampliando serviços de atenção psicossocial por meio dos CAPS, unidades de acolhimento que oferecem suporte contínuo e gratuito. O fortalecimento dessas políticas é apontado como essencial para atender a crescente demanda.
A dimensão espiritual também se mostra relevante na prevenção. Pesquisas apontam que a prática religiosa e o aconselhamento espiritual podem representar fatores de proteção, oferecendo sentido, esperança e pertencimento para aqueles que enfrentam crises emocionais. Instituições religiosas, independentemente da denominação, têm desempenhado papel de apoio significativo, seja por meio da escuta acolhedora, seja por atividades comunitárias que favorecem a integração social e fortalecem laços de solidariedade.
Além da rede de saúde e das instituições religiosas, grupos de apoio e organizações não governamentais, como o Centro de Valorização da Vida (CVV), têm importância fundamental. O CVV atua 24 horas por dia, de forma gratuita e sigilosa, pelo telefone 188 e por canais online, oferecendo escuta empática a quem precisa conversar. A soma de esforços entre Estado, sociedade civil e comunidades de fé é crucial para reduzir os índices de suicídio e para reafirmar a mensagem central desta campanha mundial: a vida merece ser protegida, valorizada e cuidada em todas as suas dimensões.

