
Um medicamento experimental desenvolvido no Japão está sendo testado em humanos com a promessa de regenerar dentes perdidos. Estudos clínicos já começaram no Hospital da Universidade de Kyoto, com foco em voluntários adultos que possuem ao menos um dente ausente. O objetivo inicial é verificar a segurança da substância, que pode ativar brotos dentários dormentes sob as gengivas.
Atualmente, pacientes com ausência congênita de seis ou mais dentes permanentes são considerados prioridade para o uso da tecnologia. A condição hereditária, que afeta cerca de 0,1% da população, pode dificultar a mastigação e causar impactos sociais significativos. No Japão, adolescentes com esse quadro costumam utilizar máscaras faciais para esconder os grandes espaços entre os dentes.
O medicamento também é apontado como uma possível solução para pessoas com dentes perdidos em decorrência de cáries, traumas ou doenças periodontais. O tratamento, ao permitir o crescimento de dentes naturais, evitaria os custos e os processos invasivos associados às próteses e implantes dentários.
Pesquisas apontam potencial do tratamento
Os experimentos em animais indicam que a proteína USAG-1 é um alvo promissor para tratamentos com anticorpos, como o desenvolvido neste estudo. Publicações científicas destacam que dentes regenerados foram funcionais nesses testes e que essa técnica pode representar um avanço no tratamento de anomalias dentárias.
Embora o crescimento de dentes regenerados ainda não seja o objetivo principal da atual fase de testes, os cientistas não descartam a possibilidade de que os participantes apresentem resultados positivos. Caso isso ocorra, seria uma confirmação precoce do potencial do medicamento também para casos de perda dentária adquirida, o que marcaria um grande progresso.
Desafios e expectativas
A regeneração de dentes humanos é vista como um processo desafiador, e especialistas apontam que os resultados em animais podem não se traduzir diretamente em sucesso com humanos. Há dúvidas sobre a funcionalidade e a estética dos dentes regenerados, além de possíveis dificuldades no controle exato de onde os novos dentes cresceriam.