Igreja Católica

Igreja Católica

Padre Nunes deixa a Paróquia de Nossa Senhora Aparecida

Seu carisma, habilidade na comunicação e acolhimento, domínio do evangelho e dom para a música o fazem um dos padres mais populares da Igreja Católica no Rio Grande do Norte. Padre Nunes é uma unanimidade!

Por decisão do episcopado, que promoveu um grande remanejamento de sacerdotes na região metropolitana, Padre Nunes deixou a Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, em Neópolis, conhecida pelas grandes celebrações com oração de cura e libertação, e também a comunidade católica de São Judas Tadeu, no conjunto Jiqui.

Foram 33 anos dedicados ao pastoreio dessas comunidades.

Padre Nunes segue para a Paróquia de São João Batista, também em Natal. Segundo o próprio, feliz em ter cumprido um papel importante para a formação religiosa de milhares de fiéis, em obedecer a hierarquia da igreja e trilhar os caminhos traçados por Deus.

Obrigado e parabéns, Padre Nunes!

Igreja Católica

Padre João Maria, 119 anos: O Anjo de Natal

Do repórter Gato Preto:

De autoria do Padre João Medeiros Filho, já postamos este mesmo conteúdo anteriormente. Mas a ocasião é especial! Além de celebrarmos seu aniversário natalício nesta data, festejamos o envio ao Vaticano de toda a documentação de pesquisa que poderá culminar em sua beatificação e, posteriormente, canonização Tratamos disso algumas postagens anteriores. Parabéns, Padre João Maria! Corrigindo o título: “O Santo Caicoense”.

No dia 16 de outubro, o Rio Grande do Norte comemora a vida em plenitude de um de seus ícones religiosos: Padre João Maria Cavalcanti de Brito. Nasceu aos 23/06/1848 na Fazenda Logradouro, outrora no município de Caicó, hoje pertencente a Jardim de Piranhas. Concluiu o curso teológico no Seminário da Prainha (Fortaleza), onde foi colega de turma dos padres Cícero do Juazeiro e Sebastião Constantino de Medeiros (o qual governou o bispado de Olinda, quando da prisão de Dom Frei Vital Gonçalves de Oliveira). Posteriormente, Padre Sebastião tornou-se jesuíta, sendo o primeiro professor brasileiro da Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. No Seminário de São Pedro em Natal, havia uma pintura de Moura Rabelo, retratando Padre João Maria. O quadro exibia o sacerdote em frente a um casebre, socorrendo os carentes da paróquia.

Era realmente uma figura carismática, que nos remete à Primeira Carta aos Coríntios no capítulo 13, parafraseado por Dom Helder num belo texto: “Se eu possuísse a melhor casa de minha rua, a melhor roupa, sapatos da moda, e não me lembrasse de que sou responsável pelos que passam fome na minha cidade, andam de pés descalços e se cobrem de trapos, seria apenas um manequim colorido. Se eu passar os fins de semana em festas sem lembrar das doenças e miséria, sem escutar o grito abafado do povo que se arrasta à margem da vida, não sirvo para nada.” O cristão não deve fugir dos desafios de seu tempo nem se desesperar diante das dificuldades. “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro sempre encontrado nos perigos” (Sl 46/45, 1).
Padre João Maria continua a encantar os fiéis. Seu exemplo de vida é um convite a uma postura despojada, voltada para valores éticos e evangélicos, distante de interesses mesquinhos e desprovidos de solidariedade. O “Anjo de Natal” ensinou-nos que a caridade afasta o medo e abraça os infelizes e sofridos. Há mais de um século, o “Amigo dos pobres” viveu profundamente o mandamento maior do Amor. Sua imagem mantém-se viva na memória de muitos. Apesar de não ter sido ainda canonizado, foi elevado pela fé e devoção popular à honra dos altares de nossos corações e reconhecimento do povo. Suas virtudes e santidade – marca da presença de Deus em sua vida – suplantam os meandros burocráticos. Ninguém conseguirá aprisionar a graça divina e a força da fé.
Durante a pandemia da Covid-19, seguindo as orientações pastorais (como profilaxia), os fiéis se abstinham de dar as mãos na oração do Pai Nosso e nos cumprimentos da paz. Distribuía-se a comunhão na mão dos comungantes. Contudo, a fé do “Apóstolo da Cidade” e a dedicação aos seus semelhantes foram mais fortes do que o temor da peste. Socorreu irmãos contaminados pela varíola, cólera e outras doenças infectocontagiosas, que grassavam pela Natal do final do século XIX e início do século XX. Seguiu Cristo, que se apiedou dos cegos, coxos, paralíticos e acometidos de tantas enfermidades. Viveu o exemplo de São Francisco de Assis e São Damião de Molokai, que cuidaram dos leprosos e marginalizados.
Padre João Maria enfrentou as epidemias, imbuído das palavras de Cristo: “Prova de amor maior não há que doar a vida pelos irmãos” (Jo 15, 13). O sacerdote, pai dos desvalidos e enfermos, chegava a cortar a batina que vestia, transformando os pedaços da veste clerical em ataduras para as feridas de seus irmãos. Certa feita, encontraram-no caído no chão, extenuado, após preparar mingau e sopa para os empesteados. Um dos cânticos da Campanha da Fraternidade de 1974 lembra-nos a sua caridade: “Onde sofre o teu irmão, eu estou sofrendo nele.” O “Apóstolo dos pobres” viveu o ensinamento do Mestre: “Estava doente, e cuidaste de mim” (Mt 25, 35). Monsenhor Paulo Herôncio de Melo, outro apóstolo da caridade, definiu Padre João Maria como o “Colo de Deus para os esquecidos e sofridos.” Que lá do Céu, ele ilumine também o nosso novo arcebispo, que nos albores de seu ministério episcopal depositou flores no busto do “Anjo de Bondade”, sempre glorificado no templo da gratidão de seus devotos. “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão a misericórdia de Deus” (Mt 5,7).
Igreja Católica

Processo pela beatificação de Padre João Maria segue para o Vaticano

A fase diocesana do processo de beatificação do Servo de Deus Padre João Maria Cavalcanti de Brito foi encerrada nesta quarta-feira, 9 de outubro. Na Catedral Metropolitana de Natal aconteceu  uma sessão solene do Tribunal para a Causa de Beatificação e de Canonização e uma missa em ação de graças pelo encerramento da fase diocesana, presidida pelo Arcebispo Metropolitano Dom João Santos Cardoso.

O Tribunal foi instalado dia 28 de abril deste ano. Durante estes cinco meses, foram analisados dados históricos e testemunhos acerca da vida e santidade do Padre João Maria, conhecido como o “anjo de Natal”.  Nesta nova fase do processo, o postulador da Causa de Beatificação e de Canonização, Frei Jociel Gomes,  entregará a documentação preparada pelo Tribunal ao Dicastério para a Causa dos Santos, no Vaticano, quando será iniciada a etapa romana do trâmite. 

De acordo com o Frei Jociel, a partir daí será escolhido um relator, responsável por redigir a “Positio”, que é um documento com todas as informações que serão analisadas pelas comissões histórica, teológica e pelo colégio dos bispos e cardeais. Caso o Dicastério considere que existem provas suficientes, o papa poderá conceder o título de “venerável”, reconhecendo assim que viveu as virtudes cristãs em grau heróico. 

Depois disso, a investigação de possíveis milagres continua. Se um milagre atribuído à intercessão do Padre João Maria for verificado, ele será beatificado e, com um segundo milagre, poderá ser proclamado santo. Os trâmites entre a Arquidiocese de Natal e o Vaticano, em relação ao Padre João Maria, iniciaram em 2002.

Sobre o Padre João Maria:

Padre João Maria nasceu no dia 23 de junho de 1848 na Fazenda Logradouro do Barro, em Caicó, mas que hoje denomina-se Fazenda 3 Riachos e, em nova configuração geográfica, pertence ao município de Jardim de Piranhas. O religioso faleceu em 16 de outubro de 1905.

 

Igreja Católica

Hoje é Dia de São Francisco, Padroeiro dos animais e do Meio Ambiente

Inspiração para muitos como símbolo de humildade e devoção ao próximo, São Francisco de Assis é celebrado nesta sexta-feira (4). Adorado por muitos, Francisco também foi inspiração para o nome o atual Papa da Igreja Católica, o argentino Jorge Mario Bergoglio.

Um dos santos mais reverenciados da Igreja Católica, ficou conhecido por sua vida dedicada à pobreza e à simplicidade. Nascido na Itália, ele renunciou a uma vivência de riquezas para abraçar a humildade.

Desde o século 13, é venerado não só por seu exemplo de devoção e respeito pela vida, mas também como o “protetor dos animais e do meio ambiente”.

A vida de São Francisco de Assis

Nascido em 1181 ou 1182 (há divergências na datação por conta da época), em Assis, na Itália, Giovanni di Pietro di Bernardone veio de uma família rica e teve uma juventude marcada pela vida despreocupada e luxuosa.

Filho de Pedro Bernardone, rico e próspero comerciante de tecidos, e de Dona Pia, chegou a ser soldado, lutando na guerra que a cidade de Assis travou contra Peruggia, também na Itália.

Com o passar dos anos, o jovem começou a sentir o chamado de se distanciar da vida de conforto e renunciar à riqueza de sua família. Há um momento, inclusive, em sua descoberta espiritual, que seu pai o coloca em uma situação de vexame público ao realizar cobranças ao filho.

“O pai jogou na cara o que tinha feito pelo filho. Ele, então, reúne todas as suas peças de roupas e se despe, numa forma de dizer: ‘bom, tudo aquilo que você me deu, eu te devolvo’. Não foi um ato de rebeldia juvenil, mas de um reconhecimento de que aquele caminho que o pai gostaria pra ele, talvez, de satisfação financeira e de bens, não era o que, de fato, satisfaria a sua vida de maneira plena”, relata à CNN, o padre Cleiton Viana da Silva, também doutor em teologia moral, do clero da Diocese de Mogi das Cruzes (SP) e autor de vários livros, como “Preceitos da serenidade: viver um dia de cada vez”.

Um dos momentos mais significativos de sua conversão foi quando ele restaurou uma pequena igreja em ruínas em Assis, a Igreja de São Damião. A situação ocorreu quando um dia resolveu ir rezar em igreja afastada de sua cidade e recebeu uma mensagem divina.

“Ele teria ouvido o Senhor falando com ele: ‘Francisco, reconstrói a minha igreja’. Então, prontamente ele reúne alguns amigos e iniciam o processo de reparo e manutenção. Tempos depois, ele se dá conta que, na verdade, tratava-se de uma reforma espiritual”, diz o sacerdote.

Voto de pobreza

Integrante dos movimentos mendicantes, que são ordens religiosas religiosas que surgiram no final da Idade Média e se caracterizam pelo voto de pobreza e pela prática da mendicância (pedir esmolas) como meio de subsistência, traz um grande ensinamento para a igreja e aos que procuravam uma vida do evangelho mais simples, mais radical e sem o peso que a institucionalidade.

“O grande legado dele foi justamente uma igreja mais confiante da força do evangelho e da bondade no coração das pessoas. Por isso que ele também é retratado como o homem do diálogo”, enfatiza o padre.

Após renunciar aos luxos que a vida de sua família ostentava, São Francisco começou a reunir seguidores que desejavam viver de acordo com os mesmos princípios.

Em busca de respostas, decidiu viajar para Roma no ano de 1205. Ao visitar a tumba do Apóstolo São Pedro, ficou indignado com o que presenciou e exclamou: “É uma vergonha que os homens sejam tão miseráveis com o Príncipe dos Apóstolos!” Em seguida, lançou um punhado de moedas de ouro, destacando-se das escassas esmolas dos fiéis menos generosos.

Logo após, trocou suas roupas luxuosas pelas de um mendigo, experimentando pela primeira vez a vida na pobreza. Retornou a Assis, à casa de seus pais, e se entregou ainda mais à oração e ao silêncio.

A partir de então, começou a pregar uma vida de desapego material e amor incondicional por todas as criaturas. Em 1209, Francisco fundou a Ordem dos Frades Menores, ou Franciscanos, com base em seus princípios de humildade, pobreza e serviço aos necessitados.

A vida em comunidade dos frades era marcada pela partilha, pela simplicidade e pela dependência da providência divina. Os membros da Ordem dos Frades Menores eram encorajados a viver em pobreza radical, confiando em Deus para suas necessidades diárias. Isso incluía não possuir bens materiais, depender de doações e viver em lugares humildes.

A origem do dia de São Francisco de Assis

O 4 de outubro marca o dia de sua morte, em 1226, quando Francisco, já com a saúde fragilizada, faleceu em Assis. Dois anos depois, foi canonizado pelo Papa Gregório IX.

Desde então, a data se tornou um dia de celebração não apenas para os católicos, mas também para todos que defendem a vida dos animais e a proteção ambiental.

“Geralmente, o dia de comemorar o santo ou é o dia da sua própria morte ou um dia antes. Então, a data sempre relação com esses fatos”, explica.

Por isso, o  Dia de São Francisco de Assis é comemorado em 4 de outubro.

Milagres

Os milagres atribuídos à São Francisco de Assis fazem parte de sua trajetória de santidade e são um dos motivos pelos quais ele é venerado ao redor do mundo.

Apesar de viver uma vida de extrema humildade e simplicidade, muitas histórias extraordinárias cercam sua figura, refletindo sua fé, seu amor incondicional pelos seres vivos e sua profunda conexão com o divino.

De acordo com o padre Cleiton, um dos mais populares seria o episódio do Lobo de Gúbio, que ocorreu na cidade de Gúbio, na Itália. Conforme as histórias, a cidade estava sendo aterrorizada por um lobo feroz que atacava animais e pessoas. Os moradores viviam com medo e não sabiam como enfrentar a criatura.

São Francisco, ao tomar conhecimento do problema, decidiu intervir. Ele foi até o local onde o lobo costumava aparecer e, sem armas, aproximou-se do animal. A história conta que, em vez de atacá-lo, o lobo ficou dócil ao ouvir as palavras de São Francisco.

“Mas eu penso que tem um outro milagre muito eloquente. A história gira em torno de um leproso, ou de uma pessoa com câncer no rosto, completamente desfigurada, e que as pessoas em volta não só não tinham solidariedade, como até mesmo maltratavam. São Francisco, então, se aproxima desse doente e consegue abraçá-lo e beijá-lo. Depois daquele momento, aquele homem teve o seu rosto restaurado”, detalha o sacerdote.

Padroeiro dos animais e do meio ambiente

A caridade e bondade de São Francisco se estendeu para os animais e para o meio ambiente. Ele acreditava que todas as criaturas, independentemente de sua espécie, mereciam respeito e cuidado.

Uma das histórias mais emblemáticas é o episódio em que ele pregou para os pássaros. Segundo a tradição, enquanto caminhava, ele parou para falar com uma grande multidão de aves que se reuniram ao seu redor para ouvi-lo.

Sua espiritualidade também enfatizava a importância de cuidar da Terra e de todas as suas criaturas. Ele via a natureza como uma manifestação do amor de Deus e acreditava que a humanidade tinha a responsabilidade de protegê-la.

Igreja Católica

25 anos: Dom Hélder Câmara, o “Arcebispo Vermelho”

Religioso é o brasileiro que mais vezes foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, uma delas em plena ditadura

Hélder Pessoa Câmara nasceu em Fortaleza (CE) no dia 7 de fevereiro de 1909, filho de uma professora e um jornalista e crítico teatral. Aos 14 anos ingressou no Seminário da Prainha, onde fez ensino médio, filosofia e teologia. O ensino era bastante conservador. Até os ideais do iluminismo e da Revolução Francesa eram vistos com rejeição. O comunismo era abominado. 

 Foi ordenado padre em 1931, aos 22 anos. E recebeu a tarefa de acompanhar os Círculos Operários Cristãos e a Juventude Operária Católica (JOC), onde contribuiu com a alfabetização de adolescentes pobres e ajudou na organização sindical de mulheres das camadas populares, como lavadeiras, passadeiras, empregadas domésticas e outras categorias.

 Com viés nacionalista, somada à formação ideológica recebida no seminário, o padre Hélder simpatizou com movimentos como a Legião Cearense do Trabalho (1931), grupo político-sindical e religioso que rejeitava o capitalismo e o comunismo, buscando ideais da Idade Média. Dom Hélder também militou na Ação Integralista Brasileira, movimento de inclinações fascistas que reuniu brasileiros sob o lema “Deus, Pátria, Família”.

 Além da luta por transformações internas da igreja e de sua atuação como educador popular e alfabetizador, o padre Hélder se destacava principalmente por ser um dirigente político.

 Conseguiu resultados expressivos para a Liga Eleitoral Católica no Ceará, foi secretário estadual de Educação e aos 27 anos (1936) já trabalhava no Ministério da Educação, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, quando Getúlio Vargas instaurou a ditadura do “Estado Novo”, Hélder Câmara desvinculou-se da AIB.

 Ficou por mais de 10 anos no Rio, onde foi ordenado bispo aos 43 anos (1952). Passou a dedicar-se principalmente a reformas na Igreja para aproximá-la de compromissos sociais com o povo pobre. Fundou o projeto “Cruzada São Sebastião” e o “Banco da Providência”, para viabilizar moradias populares.

 Foi Dom Hélder que conseguiu autorização do Vaticano para fundar a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM, 1955). No Concílio Vaticano II (1965), Dom Hélder foi propositor do “Pacto das Catacumbas”, documento com 13 compromissos, como colocar os pobres no centro da atividade pastoral e levar uma vida simples, rejeitando símbolos de privilégio e poder. Este documento influenciou a criação do movimento da Teologia da Libertação.

 Semanas antes do golpe militar de 1964, Dom Hélder foi designado arcebispo na Arquidiocese de Olinda e Recife, cargo que ocuparia por 21 anos, mesmo período que perdurou a ditadura. Em terras pernambucanas, fortaleceu as comunidades eclesiais de base (CEBs).

 Sempre se colocou publicamente em oposição à ditadura. Os meios de comunicação foram proibidos, a partir do AI-5 (1968), de entrevistá-lo. Dom Hélder seguia falando em conferências e meios de comunicação internacionais, denunciando os crimes do regime ditatorial brasileiro.

 Em 1969 o auxiliar de Dom Hélder, o padre Antônio Henrique Pereira Neto, foi assassinado por uma milícia armada apoiada pela ditadura. O Padre Henrique, que era professor, teve uma reunião com pais de estudantes na noite de 26 de maio. Quando retornava para casa, já na madrugada do dia 27, o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) – grupo paramilitar apoiado pelo regime militar e por empresários locais – sequestrou o Padre Henrique, torturou e assassinou.

 Seu corpo foi encontrado nas ruas do bairro da Várzea, próximo das terras de uma família notável do estado e que apoiava o CCC. Dias antes a milícia havia metralhado o centro educacional onde o Padre Henrique trabalhava, o Juvenato Dom Vidal (atualmente é as costas do prédio antigo do Shopping Boa Vista). Nesta ação do CCC o estudante Cândido Pinto ficou paraplégico.

 Dom Hélder passou a ser reconhecido mundialmente como liderança contra o autoritarismo e em defesa dos Direitos Humanos. Foi premiado com 32 títulos de doutor honoris causa em universidades brasileiras e estrangeiras, além de prêmios internacionais. O regime militar muitas vezes o acusou de ser comunista e até de contrabandear armas para grupos de guerrilha contra a ditadura.

 Dom Hélder é o brasileiro que mais vezes foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, com quatro indicações. Desde a primeira, em 1970, a ditadura militar brasileira empreendeu uma dura campanha difamatória sobre o religioso no exterior, associando-o num momento ao integralismo, noutro ao comunismo. Dom Hélder perderia o prêmio para o criador do “milho híbrido”. Dom Hélder ainda seria indicado nos três anos seguintes, sem sucesso.

Aos 76 anos de idade, em 1975, deixou o comando da Arquidiocese de Olinda e Recife. Ele seguiu vivendo na capital pernambucana, numa pequena casa aos fundos da Igreja de Nossa Senhora das Fronteiras, na rua Henrique Dias, bairro da Boa Vista. Morreu aos 90 anos, em 27 de agosto de 1999.

Desde 2015 o Vaticano o reconhece como “Servo de Deus”, primeira etapa do processo de beatificação. A Arquidiocese de Olinda e Recife espera que Dom Hélder seja canonizado, reconhecido como Santo, processo que leva décadas.

 Entre as homenagens, “Dom Hélder” hoje dá nome a diversas organizações educacionais, sociais, políticas e religiosas, sempre vinculados à defesa dos Direitos Humanos. No Recife ele também dá nome a dois conjuntos habitacionais (Iputinga e Vasco da Gama), um centro de saúde (Nova Descoberta), a duas escolas (Barro e Espinheiro), uma praça (Torrões), um centro cultural e esportivo (Ilha de Joana Bezerra), além de diversos logradouros.

Fonte: BdF Pernambuco

Igreja Católica

É Dia de São Roque!

Roque de Montpellier (c. 1295 – 1327) é um santo da Igreja Católica Romana. A sua popularidade, devido à intercessão contra a peste, é grande sendo padroeiro de múltiplas comunidades em todo o mundo católico e padroeiro de diversas profissões ligadas à medicina, ao tratamento de animais e dos seus produtos e aos cães.

A sua festa celebra-se a 16 de Agosto.

Existe mais do que uma versão de sua biografia. Segue aqui uma delas:

Era filho de um mercador rico, sendo herdeiro de considerável fortuna. Nascido com um sinal em forma de cruz avermelhada na pele do peito, o que o predestinaria à santidade. Órfão de pai e mãe muito jovem, sendo a sua educação confiada a um tio.

Levando desde muito cedo uma vida ascética e praticando a caridade para com os menos afortunados, ao atingir a maioridade, por volta dos 20 anos, resolveu distribuir todos os seus bens aos pobres, deixando uma pequena parte confiada ao tio, partindo de seguida em peregrinação a Roma.

No decorrer da viagem, ao chegar à cidade de Acquapendente encontrou-a assediada pela peste e de imediato ofereceu-se como voluntário na assistência aos doentes, operando as primeiras curas milagrosas, usando apenas um bisturi e o sinal da cruz.

Depois de visitar Roma onde rezava diariamente sobre o túmulo de São Pedro e onde também curou vítimas da peste, na viagem de volta para Montpellier, ao chegar a Piacenza, foi ele próprio contagiado pela doença, o que o impediu de prosseguir a sua obra de assistência. Para não contagiar alguém, isolou-se na floresta próxima daquela cidade, onde teria morrido de fome se um cão não lhe trouxesse diariamente um pão e se da terra não tivesse nascido uma fonte de água com a qual matava a sede. O cão pertenceria a um rico-homem, de nome Gottardo Palastrelli, que apercebendo-se miraculosamente da presença de Roque, o terá ajudado, sendo por ele convertido a emendar a sua má vida.

Miraculosamente curado, regressou a Montpellier, mas logo foi preso e levado diante do governador. Roque foi considerado um espião e passou alguns anos numa prisão até morrer.

O primeiro milagre póstumo que lhe é atribuído foi a cura do seu carcereiro, que se chamaria Justino e coxeava. Ao tocar com a perna no corpo de Roque, para verificar se estaria realmente morto, a perna ficou milagrosamente curada.

Protetor contra a peste, do gado e contra doenças contagiosas. Padroeiro dos inválidos e cirurgiões.

Igreja Católica

Hoje é Dia de Santa Dulce dos Pobres, o anjo bom do Brasil!

Dulce Lopes Pontes nasceu, em 26 de maio de 1914, em São Salvador da Bahia (Brasil). Batizada com o nome de Maria Rita, foi a segunda dos cinco filhos de Augusto e Dulce Maria de Souza Brito Lópes Pontes. Órfã de mãe aos seis anos, ela tinha cerca de 16 anos quando começou a manifestar a qualidade que a teria distinguido ao longo de sua vida: a caridade. No porão da casa, acolhia crianças, adultos e idosos pobres e cuidava deles. De sua família e vizinhos, obtinha alimentos, roupas, remédios e alguns trocados que lhes destinava para aliviar seu sofrimento.

Freira

Enquanto cursava o mestrado em São Salvador da Bahia, ingressou na Ordem Terceira Franciscana. Mais tarde, conheceu o Superior Provincial dos Missionários da Imaculada Conceição. Logo que se formou, em 8 de fevereiro de 1933, ingressou nesta Congregação, que faz parte da grande família franciscana. Em 15 de agosto de 1934, fez os votos religiosos e adotou o nome de Dulce, em memória de sua mãe.

 Os trabalhos

Em 1935, fundou o primeiro movimento operário cristão em São Salvador: o Sindicato Operário de São Francisco; em 1937, fundou o Clube dos Trabalhadores da Bahia; em 1939, inaugurou o Colégio Santo Antônio, escola pública para trabalhadores e filhos de trabalhadores, no bairro de Massaranduba, em São Salvador. No mesmo ano, iniciou-se a acolhida aos doentes em prédios abandonados da cidade; em 1949, com a permissão da Superiora, pôde acolher setenta enfermos em um abrigo obtido no galinheiro adjacente à casa de sua congregação.

Em 1960, foi inaugurado o Asilo Social Suor Dulce, com um Estatuto que abarcava todas as suas fundações e enfatizava seu caráter exclusivamente cristão e humanitário. Em julho de 1979, o Cardeal Arcebispo Avelar Brandão Vilela convidou Santa Teresa de Calcutá a São Salvador para abrir uma casa em Alagados. Irmã Dulce aproveitou para conhecê-la. Exatamente um ano depois, houve outro encontro importante, aquele com São João Paulo II. Em 8 de fevereiro de 1983, foi inaugurado o novo hospital Santo Antônio, considerado, pelos baianos, mais um “milagre de Irmã Dulce”.

Os últimos anos

Os últimos meses da vida da beata foram caracterizados pela doença. Piorou em novembro de 1990. Em outubro de 1991, São João Paulo II foi a São Salvador e quis ir às Obras visitar Irmã Dulce. O Cardeal Lucas Moriera Neves contou que o Santo Padre disse várias vezes: “Este é o sofrimento dos inocentes. Igual ao de Jesus”. Ele enfrentou todo o seu sofrimento abandonado nos braços do Senhor. Todo o Apostolado dos Beatos resplandece entre aqueles cristãos que fizeram caridade a Deus e ao próximo durante toda a sua vida. Sua caridade era maternal, terna.

A sua dedicação aos pobres tinha uma raiz sobrenatural e do Alto extraia energia e recursos para pôr em marcha uma espantosa atividade de serviço aos últimos. Longe de qualquer horizontalismo, como verdadeira alma franciscana, fez-se pobre com os pobres por amor ao supremamente pobre. Sem fomentar conflitos de classe, lembrou aos ricos da necessidade evangélica de partir o pão com os famintos. 

Páscoa 

Sua vida foi uma confissão da primazia de Deus e da grandeza do homem filho de Deus, mesmo onde a imagem divina parece obscurecida, degradada e humilhada. Em 13 de março de 1992, a Beata Dulce faleceu em São Salvador da Bahia. De todo o Brasil ela foi, e ainda se define, a “Mãe dos Pobres” e o “Anjo Bom da Bahia”. Em 13 de Outubro de 2019, o Papa Francisco realizou o ato de canonização.

Canção Nova

Igreja Católica

04 de agosto, Dia do Padre

Dentro do mês vocacional, a cada agosto, a comunidade católica se reúne, neste dia 4 de agosto, para celebrar o Dia do Padre, uma data de grande significado para a Igreja e para toda a comunidade cristã. É com profundo respeito e reverência que todos prestam homenagem aos sacerdotes que, com generosidade e zelo, se entregam ao serviço de Deus e dos fiéis. 

O Dia do Padre é uma oportunidade preciosa para refletirmos sobre a importância desse ministério sacerdotal, que remonta aos próprios ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, que escolheu os apóstolos para continuarem sua missão na Terra. Desde então, a sucessão apostólica tem sido mantida através da ordenação sacramental dos sacerdotes, os quais, em comunhão com os bispos, pastoreiam a Igreja e conduzem os fiéis no caminho da salvação. 

O sacerdócio é uma vocação nobre, um chamado divino que requer discernimento, entrega total e um profundo amor ao próximo. É por meio da ordenação que o sacerdote é configurado a Cristo, tornando-se um autêntico representante de Nosso Senhor, capaz de administrar os sacramentos e conduzir as almas ao encontro com Deus. 

Neste Dia do Padre, exaltemos a dedicação e a abnegação desses homens que, dia após dia, caminham ao lado do povo de Deus, compartilhando suas alegrias e tristezas, suas lutas e vitórias. São homens que, muitas vezes, renunciam a uma vida familiar para se tornarem pais espirituais de inúmeras famílias. Eles consagram suas vidas para tornarem-se verdadeiros instrumentos da graça divina, levando a misericórdia e o perdão do Pai Celestial aos corações arrependidos. 

No exercício de sua missão, o sacerdote enfrenta desafios e dificuldades, mas também colhe alegrias e realizações espirituais indescritíveis. Cada batismo celebrado, cada casamento abençoado, cada Eucaristia oferecida e cada confissão ouvida são momentos sagrados que os sacerdotes partilham com o povo de Deus, fortalecendo a fé e a esperança de todos. 

Muitos sacerdotes hoje são vítimas de perseguição e de sofrimento. Neste dia devemos rezar nas suas intenções para que Deus os conforte e ajude! 

Portanto, é justo e necessário que, neste dia, eles recebam nosso carinho, gratidão e apoio. Façamos orações especiais, pedindo a Deus que os ilumine em suas ações pastorais, que os conforte nas dificuldades e que os encha de sabedoria para guiar seus rebanhos rumo à santidade. 

Além disso, aproveitemos este Dia do Padre para refletir sobre nossa própria vida espiritual e sobre como podemos auxiliar os sacerdotes em sua missão. Sejamos colaboradores ativos em nossas comunidades, ajudando-os a levar adiante os projetos de evangelização e caridade. E, acima de tudo, oremos pelas vocações sacerdotais, para que Deus continue chamando homens corajosos e dispostos a se consagrarem ao Seu serviço. 

Pela Igreja e da fé católica, que Deus abençoe e proteja nossos sacerdotes, fortalecendo-os em sua vocação e guiando-os sempre nos caminhos da santidade. Que Nossa Senhora, Mãe dos sacerdotes, interceda por eles e por todos nós, para que, unidos na fé, possamos caminhar rumo à plenitude do Reino dos Céus. 

Que o Espírito Santo, fonte de sabedoria e fortaleza, ilumine a todos nós neste Dia do Padre e em todos os dias de nossa jornada espiritual. 

Uma homenagem ao Ministério Sacerdotal e à Fé Cristã!

CNBB

Igreja Católica

Papa Francisco torna Carlo Acutis o primeiro santo da geração Y

Nesta segunda-feira (1º), o Papa Francisco reconheceu a canonização do beato Carlo Acutis, conhecido como o “padroeiro da internet”. Com o reconhecimento, o italiano se tornou o primeiro millenial a ser feito santo. O termo faz referência a todos que são da geração Y. Também conhecidos como nativos digitais, os millennials são os nascidos entre 1982 e 1994, e a tecnologia faz parte de seu dia a dia: todas as suas atividades passam por meio de uma tela.

Acutis tem dois milagres atribuídos a ele, um deles no Brasil.

A canonização foi aprovada pelo papa em reunião do Colégio de Cardeais no Vaticano.

De acordo com o Vatican News, Carlo Acutis provavelmente será proclamado santo durante o jubileu em concomitância com outras canonizações. O jubileu é uma celebração religiosa da Igreja Católica em Ano Santo a cada 25 anos. A comemoração vai acontecer em 2025.

Padroeiro da internet

 

Carlo Acutis, considerado o “padroeiro da internet” nasceu em 3 de maio de 1991, em Londres, na Inglaterra, e morreu de leucemia aos 15 anos, em 12 de outubro de 2006 em Monza, na Itália.

Criado em Milão, se tornou católico e devoto da Virgem Maria. Acutis, desde cedo, demonstrou uma grande habilidade para a informática, dom que utilizou na divulgação de conteúdos de formação cristã. “Um gênio da ciência da computação no céu”, disse Gori, autor da biografia de Acutis.

Devoto à Virgem Maria, pedia para a família colocar as sobras de comida em um recipiente para que pudesse levar aos desabrigados locais. Acutis também foi conhecido por uma boa relação com imigrantes.

Em setembro de 2006, os primeiros sinais e o diagnóstico da doença apareceram. Em 12 de outubro daquele ano, ele faleceu, mesmo dia de Nossa Senhora Aparecida, considerada a padroeira do Brasil.

A data de falecimento do jovem não é a única ligação com o Brasil. Após a morte dele, o padre Marcelo Tenório, da Paróquia São Sebastião, em Campo Grande (MS), foi à Itália e trouxe um pedaço de roupa com sangue de Acutis.

O tecido foi exposto durante uma missa em 2010, na capital sul-mato-grossense. Na ocasião, uma criança brasileira foi curada de uma mal formação no pâncreas após tocar no pedaço da roupa do “padroeiro da internet”. Em 2020, o ocorrido foi considerado o primeiro milagre de Acutis.

Segundo milagre

 

O segundo milagre, que foi reconhecido no último dia 23, diz respeito a uma jovem da Costa Rica, que foi curada após um acidente de bicicleta, em 2022. De acordo com o Vatican News, Valeria estava internada com poucas chances de sobrevivência. Dias após a mãe dela rezar na tumba de Acutis, na Itália, a jovem costariquenha foi curada.

Carlo Acutis “não se acomodou numa imobilidade confortável, mas colheu as necessidades do seu tempo, porque viu o rosto de Cristo nos mais frágeis. O seu testemunho mostra aos jovens de hoje que a verdadeira felicidade se encontra pondo Deus em primeiro lugar e servindo-o nos irmãos, especialmente nos últimos. Um aplauso ao novo jovem beato da geração atual!”, afirmou o papa Francisco.

O Vaticano afirmou que os restos mortais de Carlo Acutis foram “recompostos”, mas não detalhou o processo. O corpo dele está exposto na igreja de Santa Maria Maggiore.

Com informações do Metrópoles

Igreja Católica

Viva São Pedro, viva aos pescadores!

Neste 29 de junho a Igreja Católica celebra São Pedro, considerado o primeiro Papa e também padroeiro dos pescadores, que por todo o Brasil comemoram com festas e procissões marítimas.

Hoje também é Dia da Telefonista.

Rolar para cima