RN lidera Nordeste com mais empregos formais que beneficiários do Bolsa Família

O Rio Grande do Norte se destacou no cenário nordestino em recente relatório divulgado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) ao apresentar um número maior de trabalhadores com carteira assinada do que famílias beneficiárias do Bolsa Família — um feito inédito entre os estados da região. Dados do Caged e do MDS mostram que o estado contabilizou 539.412 empregos formais, superando as 497.853 famílias que recebem o benefício social. A diferença de mais de 41 mil vínculos representa uma mudança histórica no perfil socioeconômico local, em contraste com estados vizinhos como Bahia, Pernambuco e Ceará, onde o Bolsa Família ainda abrange mais pessoas do que o mercado formal.
Para Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio-RN, esse avanço reflete o fortalecimento da economia estadual e o impacto do setor produtivo. Segundo ele, a renda média superior a R$ 2 mil entre os trabalhadores formais impulsiona o consumo e estimula setores-chave como comércio, indústria e serviços. O RN também tem se destacado na geração de empregos, respondendo por mais de 10% das vagas criadas no Nordeste em 2024, mesmo representando apenas cerca de 7% da economia regional.
O economista Helder Cavalcanti Vieira aponta o turismo, as energias renováveis e o agronegócio como os principais motores desse crescimento. Setores como a fruticultura irrigada e a produção de sal e melão têm elevado as exportações e contribuído diretamente para o aumento do emprego formal. Ele pondera que, embora os resultados sejam animadores, a manutenção dessa tendência depende da continuidade de investimentos e políticas públicas bem direcionadas.
Essa virada começou em março de 2024 e vem se sustentando há 14 meses. O novo secretário de Desenvolvimento Econômico, Alan Silveira, credita o desempenho às estratégias de atração de investimentos e estímulo às cadeias produtivas locais. Já a secretária da Sethas, Íris Oliveira, destaca que os números comprovam que o problema central da população vulnerável é a falta de oportunidades, e não de interesse por trabalho. Políticas como o Proedi, segundo ela, têm sido fundamentais para gerar empregos e qualificar a mão de obra potiguar.
Saldo positivo:
Puxado pela indústria, o RN contabilizou a criação de 2.220 novos empregos em maio deste ano. Segundo a Tribuna do Norte, o segmento contratou 2.974 novos trabalhadores formais, liderando uma recuperação significativa frente ao resultado de maio de 2024, quando o setor havia criado 566 postos formais. A construção civil, tradicionalmente um motor do mercado formal de trabalho no estado, registrou um saldo mais modesto, de 65 empregos, bem abaixo dos 695 postos criados no mesmo mês do ano anterior.













