A morte de Lindomar Castilho, registrada neste sábado, 20 de dezembro de 2025, reacendeu lembranças de um episódio que atravessou décadas e deixou marcas profundas na cena cultural do país. O cantor, que havia conquistado notoriedade nos anos 1970, teve sua trajetória definitivamente associada a um crime ocorrido no início da década seguinte, quando uma apresentação musical em São Paulo terminou de forma trágica.
Lindomar e Eliane de Grammont mantiveram um relacionamento breve, iniciado nos bastidores da indústria fonográfica e encerrado após conflitos recorrentes. Do casamento nasceu uma filha, Liliane. À época, pessoas próximas relataram um convívio instável, com episódios de agressividade que levaram a cantora a buscar a separação judicial, decisão que antecedeu o rompimento definitivo do casal.
O ataque ocorreu em uma casa de espetáculos da capital paulista, durante um show de Eliane. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu a caminho do hospital. Um músico que a acompanhava no palco também foi atingido, mas sobreviveu. O agressor foi impedido de deixar o local e encaminhado às autoridades, dando início a um processo judicial que ganharia grande repercussão.
Condenado alguns anos depois, Lindomar cumpriu pena em diferentes regimes até obter liberdade total na década de 1990. Décadas mais tarde, Liliane, filha do casal, comentou publicamente o impacto duradouro da violência na família e refletiu sobre perdão como um caminho íntimo e complexo. O músico que sobreviveu ao atentado relatou, em depoimentos recentes, as dificuldades emocionais e profissionais impostas pelo episódio. Mesmo após o fim da pena, a imagem do artista jamais se desvinculou do crime que interrompeu sua carreira e marcou de forma definitiva a história da música popular brasileira.
